sexta-feira, 11 de julho de 2025

IV- LITURGIA DO 15,º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

IV-       LITURGIA DO 15,º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

 

- Na primeira leitura estamos diante de um convite para aderir, com todo o coração e com todo o ser, às propostas e aos mandamentos de Deus. No entanto, perguntavam os exilados: como encontrar o caminho e descobrir o que Deus propõe? Como saber o que Deus quer de nós, de modo que não voltemos mais à escravidão do pecado? Os teólogos deuteronomistas estavam convencidos de que não é necessário procurar muito longe, nem no céu (v. 12), nem no mar (v. 13), nem em qualquer outro lugar inacessível ao ser humano. O caminho que Deus propõe não é escondido, misterioso ou reservado apenas aos iniciados ou iluminados; é um caminho claramente inscrito no coração e na consciência de cada pessoa. A mensagem apresentada, portanto, nos diz: para compreender o projeto de salvação, de liberdade e de felicidade que Deus tem para nós, basta olhar para o nosso próprio coração e para a nossa consciência. É aí que Deus fala, e é aí que podemos escutar suas propostas e orientações. Resta-nos estar disponíveis para escutar e discernir o que o Senhor nos diz, e como Ele nos fala. Pode acontecer, porém, que nossos interesses egoístas, nossas ambições, paixões, esquemas e projetos pessoais abafem a voz de Deus e nos impeçam de ouvir suas propostas. Quais são, para mim, essas outras "vozes" que calam a voz de Deus? Que lugar ocupam em minha vida?

- A segunda leitura é um hino escrito por Paulo, da prisão, para a comunidade de Colossos. Um hino que apresenta Cristo como a referência fundamental, o centro em torno do qual se constrói a história e a vida de cada crente. Embora o texto fuja um pouco da temática geral das outras duas leituras, a catequese sobre a centralidade de Cristo nos leva a refletir sobre a importância do que Ele nos diz no Evangelho de hoje. Se Cristo é o centro a partir do qual tudo se organiza, devemos escutá-lo com atenção e fazer do amor a Deus e ao próximo uma exigência fundamental do nosso caminho de fé. Cristo deve ser o centro de nossas vidas, mas muitas vezes deixamos que outros ocupem esse lugar: os bens materiais, as realizações pessoais, o desejo desenfreado de poder e de possuir. Tudo isso nos afasta de Deus e de seu Reino. - No Evangelho que acabamos de escutar, seguimos "a caminho de Jerusalém", enquanto Jesus prepara os discípulos para serem testemunhas do Reino após sua partida deste mundo. É nesse contexto pedagógico que surge a parábola do Bom Samaritano. O que está em jogo no texto é a pergunta feita por um mestre da Lei: "O que devo fazer para herdar a vida eterna?" Ele mesmo responde: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Jesus concorda, mas, querendo colocá-lo à prova, o mestre pergunta: "E quem é o meu próximo?" Para responder, Jesus narra a parábola do Bom Samaritano. Vale destacar que samaritanos e judeus, à época, não se davam bem. Portanto, não é por acaso que o personagem positivo da parábola seja um samaritano. Ao longo de uma estrada, ele encontra um homem roubado e espancado por assaltantes. Antes dele, haviam passado por ali um sacerdote e um levita, pessoas dedicadas ao culto de Deus, mas não pararam. O único que socorre o ferido é justamente o samaritano, aquele considerado estrangeiro e sem fé. O Bom Samaritano viu, sentiu compaixão e cuidou do homem. Ser capazes de sentir compaixão: esta é a chave. Se, diante de uma pessoa necessitada, seu coração não se comove, algo não está funcionando bem. Fiquemos atentos. Não nos deixemos levar pela indiferença egoísta. A capacidade de compaixão tornou-se a medida do verdadeiro cristão, ou melhor, do ensinamento de Jesus.

- E quem é o meu próximo? São irmãos e irmãs à beira do caminho, esquecidos, invisibilizados. Devemos ser capazes de ver Jesus nesses rostos. Às vezes, dentro da nossa própria família, há alguém à beira do caminho. Precisamos ver, sentir compaixão e cuidar! Só assim herdaremos a vida eterna!

 

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