sexta-feira, 25 de julho de 2025

VII- REFLEXÃO DOMINICAL I ENSINA-NOS A REZAR

 

 

 

VII-     REFLEXÃO DOMINICAL I

ENSINA-NOS A REZAR

Como os primeiros discípulos do divino Mestre, ainda hoje pedimos ao Senhor que nos ensine a rezar. Mais que palavras, Ele nos ensina com atitudes que oração é um estado de permanente confiança e entrega ao Plano de Deus. Rezar, portanto, significa entrar em sintonia com a vontade de Deus, a quem Jesus chamou de Pai, aliás, Pai Nosso. Por isso, cada ensinamento contido nesta oração revela um aspecto da vida de Jesus marcada pela íntima relação entre Eles (“Quem me vê, vê o Pai” - Jo 14,10). As palavras do Pai Nosso são um resumo catequético da vida de Jesus e ao mesmo tempo um projeto de vida que desafia a quem o quer seguir. Na primeira leitura da missa de hoje, vemos como Abraão, chamado amigo de Deus (Tg 2,23), conversa face a face com o Senhor. Desde sua juventude aprendeu a confiar em sua Palavra mesmo quando parecia impossível. Ele representa a humanidade que aos poucos vai conhecendo seu criador. Uma criança no colo a tatear a face de seu pai. Neste diálogo provocador, Abraão demonstra humildade, reverência e respeito, mas também ousadia e confiança que só entre amigos se pode encontrar. Na carta aos Colossenses, nossa segunda leitura, o apóstolo Paulo enfrenta corajosamente os desvios daqueles que tencionavam introduzir na comunidade cristã práticas religiosas marcadas por superstições e antigos ritos que serviriam para agradar a um Deus para eles distante e punitivo, que os salvariam quando tivessem cumprido os mínimos detalhes da Lei. Paulo combate esses falsos ensinamentos exaltando o batismo como graça divina, dom de Deus e porta de entrada para a salvação (“A lei mata, mas o Espírito dá vida” - 2Cor 3,6). O batismo nos identifica com Cristo e constitui o ponto de partida para ser como Jesus na doação, no serviço, na entrega da própria vida por amor e, portanto, filhos e filhas amados de Deus, como Ele. As parábolas do Evangelho de hoje nos falam da solicitude de Deus para conosco, da generosa gratuidade do seu amor. Ele nos conhece a fundo e sabe do que precisamos. Não nos atende porque merecemos, porque cumprimos a Lei, mas, porque Ele é bom e “faz o sol nascer sobre justos e injustos, porque a todos quer salvar” (Mt 5,45). Envia sobre nós Seu Espírito como reposta aos nossos apelos e nos faz enfrentar com lucidez e destemor todas as situações da vida. Jesus se retirava antes de certos momentos particularmente importantes da sua vida e se fortalecia na entrega confiante ao Plano do Pai: “Se queres, afasta de mim este cálice, entretanto, não seja feita a minha vontade, mas a Tua” (Lc 22,42). Minha oração é uma negociação, uma pretensa troca de favores, ou um encontro amoroso entre pai e filho que partilham ao longo da vida as preocupações, sonhos e esperanças?

Pe. Jorge Bernardes Vigário Episcopal para a Região Ipiranga

https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/05/Ano-49C-44-17o-DOMINGO-DO-TEMPO-COMUM.pdf

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