SANTO
AGOSTINHO
O porquê das Parábolas
O ser humano, sendo
composto de corpo e alma, tem uma necessidade ontológica de materializar e
concretizar em ações – consciente ou inconscientemente – suas ideias. Assim,
aquele que ensina, não pode se afastar dessa máxima necessária, a fim de obter
o melhor resultado em sua didática.
Dessa forma, com as
coisas conhecidas e observadas, e se servindo do agrado para instruir, Jesus
Cristo deixou-nos as parábolas, que são os quadros mais imaginativos, dos quais
nunca homem algum se aproximou; deixou-nos esses pequenos discursos, simples
nas palavras e profundos nos ensinamentos, mas que bem mostram a precisão e
clareza do Espírito de Deus aliadas à simplicidade da linguagem. É que
nunca homem algum falou
como este homem, diziam os seus próprios inimigos.
E porque Jesus fez
tanto o uso das parábolas?
É o grande doutor da
Igreja, Santo Agostinho, quem nos explica que Criado o homem à imagem de
semelhança de Deus, o ser humano foi uma criatura espiritual até na sua própria
carne.[1]
Com a santidade e
justiça original, ciência e perfeita subordinação da vontade e da sensualidade,
não resta dúvida que o homem era espiritual até na própria substância material.
Mas não durou muito este estado e pelo pecado o homem tornou-se material e
carnal até no próprio espírito.
E assim, o espírito
material e carnal evita as questões apenas abstratas, metafísicas, e difíceis
de compreender, porque cansam o homem e, por outro lado, procura materializar a
verdade, apresentá-la sob aspectos sensíveis para a ensinar, tornando-a assim
mais compreensível.
Deste modo, nas
relações e no ensino de ordem social, religiosa, intelectual e espiritual,
entram as comparações; alegorias e parábolas como elementos de mais fácil
entendimento e mais rápida compreensão. E até o Verbo Divino se fez carne,
tornando-se, pois, visível e palpável na sua natureza humana para ensinar, por
um modo visível e palpável, as verdades religiosas.
Deste modo, a Segunda
Pessoa da Santíssima Trindade tornou-se sensível e compreensível (mais
concretamente à pequena criatura humana); deu realidade material à verdade,
apresentando-a por semelhanças e comparações tão familiares e tão sublimes que
os seus inimigos e perseguidores ficavam suspensos com a sublimidade da
doutrina saída dos lábios de Jesus.
Deixamos abaixo as
citações das parábolas mais conhecidas de Nosso Senhor Jesus Cristo, para que o
leitor possa encontrá-las com mais facilidade em sua Bíblia e assim estudar,
conhecer, admirar e assim se beneficiar dessas maravilhas. Entre elas, merece
menção especial, a parábola do Filho Pródigo, considerada por diversos exegetas
como a mais linda de todas as parábolas. Nos dizeres de Monsenhor João Clá
Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho, no seu livro O inédito sobre os Evangelhos,
“é uma das mais eloquentes páginas do Evangelho, considerada como a pérola de
todas as parábolas. Ela é, de si, um pequeno evangelho”[2].
Boa leitura!
01 – O Semeador
São
Mateus 13.5-8
02 – O Joio
São
Mateus 13.24-30
03 – O Grão de Mostarda
São
Mateus 13.31,32
04 – O Fermento
São
Mateus 13.33
05 – O Tesouro Escondido
São
Mateus 13.44
06 – A Pérola
São
Mateus 13.45,46
07 – A Rede
São Mateus
13.47-50
08 – A Ovelha Perdida
São
Mateus 18.12-14
09 – O Credor Incompassivo
São
Mateus 18.23-35
10 – Os Trabalhadores da Vinha
São
Mateus 20.1-16
11 – Os Dois Filhos
São
Mateus 21.28-32
12 – Os Lavradores Maus
São
Mateus 21.33-46
13 – As Bodas
São
Mateus 22.1-14
14 – As Dez Virgens
São
Mateus 25.1-13
15 – Os Talentos
São
Mateus 25.14-30
16 – A Semente
Marcos
4.26-29
17 – Os Dois Devedores
São
Lucas 7.41-43
18 – O Bom Samaritano
São
Lucas 10.25-37
19 – O Amigo Importuno
São
Lucas 11.5-8
20 – O Rico Louco
São
Lucas 12.16-21
21 – A Figueira Estéril
São
Lucas 13.6-9
22 – A Grande Ceia
São
Lucas 14.16-24
23 – A Dracma Perdida
São
Lucas 15.8-10
24 – O Filho Pródigo
São
Lucas 15.11-32
25 – O Administrador Infiel
São
Lucas 16.1-9
26 – O Rico e Lázaro
São
Lucas 16.19-31
27 – Os Servos Inúteis
São
Lucas 17.7-10
28 – O Juiz Iníquo
São
Lucas 18.1-8
29 – O Fariseu e o Publicano
São
Lucas 18.9-14
30 – As Dez Minas
São
Lucas 19. 12-27
[1] Cf. PINTO, Pe.
Antônio Ferreira. Parábolas
de Jesus Cristo. Porto Médico: Porto, 1927. p. 14.
[2] DIAS, Mons.
João Clá. O inédito
sobre os Evangelhos. Volume V. Libreria Editrice Vaticana.
Città del Vaticano. p. 225.
https://novafriburgo.arautos.org/2013/09/o-porque-das-parabolas/
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