sábado, 15 de junho de 2024

05- REFLEXÃO DOMINICAL I SEMEAR... MESMO NA TRIBULAÇÃO

 

05- REFLEXÃO DOMINICAL I

SEMEAR... MESMO NA TRIBULAÇÃO

Um momento triste vivido pelo povo de Israel: é o que recorda a Primeira Leitura. Mostra, porém, uma visão de esperança: nosso Deus e Senhor da história é quem fará o povo ressurgir; pois n’Ele reside o poder sobre todas as coisas. Deus não abandona os que vivem segundo Sua lei. O texto mostra a “reforma” que Deus pode operar na vida de cada um. Ele cuida de seu povo. Sempre cuidou! E alimenta, conduz, protege. Ele o faz em Jesus Cristo. Para quem não tem fé, a morte é o fim de tudo, diz a Segunda Leitura. Aos que seguem Jesus, todavia, a morte é passagem à dimensão definitiva da vida. Nosso corpo mortal “se desfaz” na vida terrena mas, através da ressurreição, somos levados à vida plena. São Paulo usa imagens muito familiares no Oriente: os nômades do deserto, quando se põem a continuar a caminhada, desmontam o acampamento. Ali, não é sua morada permanente. Acontece conosco: este mundo, é o lugar onde vivemos e construímos nossa história, porém, nosso fim é a participação na própria vida divina. Somos os filhos de Deus indo para casa; a multidão alvejando as vestes no Sangue do Cordeiro! É sobre paciência que fala-nos São Marcos: se a realização do Reino não depende simplesmente de nós, sejamos pacientes. O ser humano não se converte? Não o acusemos! Continuemos a luta, cientes de que Deus age em nós: chama e serve-se de nós quando e como quiser; não sabemos para quais pessoas, nem de que modo ou em quais ocasiões. Façamos o melhor, sem atribuir-nos o mérito de nada. Trabalhemos com todas as forças; sem a pretensão de ver resultados. É uma lição de humildade. Lemos, em Fl 2,5: Tende os mesmos sentimentos de Jesus Cristo. Jesus, tal um catequista, ensinava usando parábolas (Cf. Mc 4,33a). A mentalidade de terceirizar chegou à catequese. Os pais delegam à Igreja a missão de educar seus filhos. Limitam-se a matriculá-los. A Igreja doméstica, como é chamada a família nos documentos da Igreja, é a primeira e mais importante escola da fé; os pais são os primeiros catequistas. A fé “se pega” por contágio. O que temos semeado? A semente crescerá... mas, estamos semeando ou ficamos esperando que outros semeiem por nós? Há poucos dias celebramos a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, do amor de Jesus pela humanidade. Escutemos e façamos escutar o “vinde a mim” proferido por Jesus. Senão as pessoas escutarão a outros. É a Jesus que devemos ir. Não ao mundo! Ajudemos as pessoas a se aproximarem de quem carregará seus pesados fardos, aquele que alivia todas as dores. Busquemos abrigo no Coração Sagrado, do qual jorram a água do batismo e o sangue da salvação. Nossas tribulações reverterão em glória eterna. Nossa vida é um estágio que devemos passar sem tirar os olhos do Céu. Não esperemos, aqui, nenhuma recompensa e conformemos a Jesus o nosso coração. Jesus, manso e humilde de coração: fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.

 Dom Jorge Pierozan Bispo Auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-38-11o-domingo-do-tempo-comum.pdf

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