domingo, 7 de junho de 2020

SANTO ANTONIO


SANTO ANTONIO DE LISBOA E DE PÁDUA - 13 DE JUNHO

Milagreiro e casamenteiro


Santo António é reverenciado pelos povos de língua portuguesa quase apenas como Santo António de Lisboa. É mais conhecido em outros países como Santo António de Pádua, por ter vivido e falecido nessa cidade italiana porque, regra geral, os santos católicos são conhecidos pelo nome da cidade onde falecem, onde geralmente permanecem as suas relíquias, e não onde nascem, como é o caso.


Primeiramente pertenceu à Ordem dos Cónegos Regulares da Santa Cruz, que seguiam a Regra de Santo Agostinho, no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, indo posteriormente para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde aprofundou os seus estudos religiosos através da leitura da Bíblia e da literatura patrística, científica e clássica. Tornou-se franciscano em 1220 e viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França, retornando posteriormente à Itália, onde encerrou sua carreira. No ano de 1221 fez parte do Capítulo Geral da Ordem em Assis, convocado pelo fundador, Francisco de Assis. Posteriormente, quando sua eloquência e cultura teológica tornaram-se conhecidas, foi nomeado mestre de Teologia em Bolonha, tendo, a seguir, pregado contra os albigenses e valdenses em diversas cidades do norte da Itália e no sul França. Em seguida foi para Pádua, onde morreu aos 36 (ou 40) anos.

Foi um santo que fez muitíssimos milagres, mesmo em vida. Por causa de Corpus Christi, eu apresento este abaixo o milagre eucarístico:

Santo Antônio, durante uma pregação na cidade de Rimini, Itália, viu-se envolvido em uma disputa com um judeu, que negava a Presença real de Jesus na Eucaristia. Então, Santo Antônio aceitou uma aposta. “Não acredito que a Hóstia seja o Corpo de Cristo! Mas quero desafiar-te, ó frade: se a minha mula se ajoelhar diante da Hóstia, então acreditarei”… “Aceito o desafio” –, respondeu Santo Antônio –, “Daqui a três dias, trarás a mula a esta mesma praça, diante do povo. Eu trarei a Eucaristia e o animal se ajoelhará diante do Pão consagrado”.

Santo Antônio retirou-se para o convento e durante aqueles dias dirigiu-se ao Senhor com a oração e o jejum. No dia estabelecido, o “Martelo” apresentou-se com o Santíssimo Sacramento. À vista do Santo que avançava, um profundo silêncio estendeu-se por toda aquela multidão. Então Antônio, em voz alta, ordenou à mula: “Em nome do teu Criador, que trago vivo, verdadeiro, real e substancial nas minhas mãos, embora indignamente, ordeno-te, ó mula, que venhas já ajoelhar-te diante d´Ele, a fim de que estes reconheçam que toda a criação é submissa e obediente ao Cordeiro que se imola sobre os nossos Altares”. O adversário gritava com o animal e tentava-o com alimento. Mas a mula, recusando a cevada do patrão, aproximou-se docilmente do religioso: dobrou as patas anteriores diante da Hóstia e assim ficou por longo tempo.

E por que Santo Antônio é chamado o santo casamenteiro?

Diz a história que uma moça queria se casar, mas como era muito pobre, não tinha condições de alcançar seu objetivo. Pôs-se a rezar diante da imagem do santo, pedindo a graça. Caiu nas mãos da moça um bilhete, que dizia: “Vá até o comerciante mais rico da cidade e peça que ele lhe dê em ouro o equivalente ao peso do bilhete”. Quando o comerciante colocou o bilhete na balança, o bilhete pesava tanto que a moça conseguiu a quantia que precisava para o seu casamento.

A sua fama de santidade levou-o a ser canonizado pela Igreja Católica pouco depois de falecer, distinguindo-se como teólogo, místico, asceta e sobretudo como notável orador e grande taumaturgo. Antônio é também tido como um dos intelectuais mais notáveis de Portugal do período pré-universitário. Tinha grande cultura, documentada pela coletânea de sermões escritos que deixou, onde fica evidente que estava familiarizado tanto com a literatura religiosa como com diversos aspetos das ciências profanas, referenciando-se em autoridades clássicas como Plínio, o Velho, Cícero, Séneca, Boécio, Galeno e Aristóteles, entre muitas outras.

O seu grande saber tornou-o uma das mais respeitadas figuras da Igreja Católica do seu tempo. Lecionou em universidades italianas e francesas e foi o primeiro Doutor da Igreja franciscano. São Boaventura disse que ele possuía a ciência dos anjos. Hoje é visto como um dos grandes santos do Catolicismo, recebendo larga veneração e sendo o centro de rico folclore.

É um dos santos honrados nas popularíssimas Festas Juninas e diversos costumes folclóricos estão ligados a ele. A título de exemplo, no Brasil moças casadoiras retiram o Menino Jesus das estátuas e só o devolvem quando arranjam casamento; uma prece especial, os "responsos", são feitas para que ele ajude a encontrar objetos perdidos; no dia da sua festa muitas igrejas distribuem pães especialmente abençoados, os "pãezinhos de Santo António", que devem ser guardados numa lata de mantimentos para que não falte alimento na casa.

Ele teve inclusive uma brilhante carreira militar póstuma. Numerosas cidades da Espanha, Portugal e Brasil conferiram-lhe títulos militares, condecorações, insígnias e outras honrarias, iniciando-se o curioso hábito quando o regente Dom Pedro ordenou em 1668 que ele fosse recrutado e assentasse praça como soldado raso no II Regimento de Infantaria em Lagos, sendo promovido sucessivamente a capitão e coronel. Com o posto de tenente-coronel, a sua imagem foi levada pelo Regimento de Infantaria Nº 19 em Cascais à frente dos combates da Guerra Peninsular, recebendo depois uma condecoração. D. João VI, após o feliz desembarque no Brasil na sua fuga da invasão napoleónica, nomeou-o sargento-mor, promovendo-o depois a tenente-coronel. No Brasil foi onde recebeu mais títulos, recebendo inclusive soldo em vários locais até depois de proclamada a república. Em Igarassu, foi nomeado oficialmente Protetor da Câmara de Vereadores.

Ele foi declarado padroeiro das cidades de Prudente de Morais Santo Antônio do Monte, Campo Grande, Miracema, Porciúncula, Juiz de Fora, Santo Antônio de Pádua, Bento Gonçalves, Barbalha, Curvelo, Volta Redonda e Santo Antônio de Jesus, entre muitas outras.

Santo Antônio, rogai por nós!

Fontes:






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