AULAS PRESENCIAIS EM SP VOLTAM A PARTIR DE 8 DE SETEMBRO
O governador de São Paulo, João Doria, anunciou no dia 24 de
junho que as aulas presenciais na rede de ensino do estado voltarão a partir de
8 de setembro, em sistema de rodízio. Segundo Doria, a medida afeta 13,3
milhões de alunos tanto da rede pública quanto da rede privada e contempla
todas as etapas de ensino, do infantil ao universitário de São Paulo.
O anúncio feito hoje terá as
regras publicadas em decreto no dia 2 de julho. “Construímos um plano com
protocolos bem definidos de distanciamento social, monitoramento de saúde dos
alunos, higiene pessoal e dos ambientes escolares, para garantir essa segurança
nas escolas públicas municipais, estaduais e também a recomendação para as
escolas privadas em todo o estado de São Paulo”, disse o governador João Doria.
As aulas presenciais na rede estadual
de São Paulo estão suspensas desde o dia 23 de março como medida de controle da
propagação do novo coronavírus.
Atualmente, as aulas das escolas
estaduais ocorrem de forma remota e online, sendo transmitidas por meio do
aplicativo Centro de Mídias SP (CMSP), plataforma criada pela secretaria de
Educação durante a pandemia do novo coronavírus. Ela também é transmitida por
meio dos canais digitais na TV 2.2 – TV Univesp e 2.3 – TV Educação.
O retorno às aulas foi planejado com
base no Plano São Paulo de retomada econômica do estado. O Plano São Paulo é
dividido em cinco fases que vão do nível máximo de restrição de atividades não
essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja),
flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul).
O secretário estadual de Educação,
Rossieli Soares, que se recupera em casa após uma internação por covid-19,
participou da coletiva de anúncio da retomada das aulas de forma virtual.
Segundo ele, a volta as aulas será de forma conjunta para todas as cidades do
estado, considerando que, nessa data estimada de retorno, todo o estado
paulista já esteja na fase amarela de flexibilização da economia há pelo menos
28 dias. “O retorno será junto e somente após 28 dias dentro do amarelo [da
fase amarela de flexibilização prevista no Plano São Paulo]”, disse Soares.
O retorno completo das aulas, com a
totalidade dos alunos e professores, só acontecerá quando a quase totalidade
(80%) das regiões do estado estiverem na fase verde de reabertura.
Etapas para retorno às
aulas
Os alunos
voltarão às aulas de forma gradual. Na primeira etapa, prevista para ser
iniciada no dia 8 de setembro, até 35% dos alunos poderão voltar às aulas
presenciais, respeitando o distanciamento de 1,5 metro. Isso deverá ser feito
em forma de rodízio e, com o restante dos alunos seguindo em aulas remotas e
online. “A retomada vai ocorrer em três etapas. A primeira etapa é o retorno de
até 35% deste público, desde que se preservem o distanciamento de 1,5 metro.
Esse
percentual é importante porque é como iremos conseguir cumprir os protocolos
[de saúde, para evitar a propagação da doença]”, explicou Rossieli Soares.
Ou seja,
em uma unidade escolar com mil estudantes, somente 350 poderão ter aulas
presenciais a cada dia, enquanto que os demais continuarão a cumprir atividades
remotas. Cada escola deverá definir o revezamento de alunos, e cada estudante
deverá ter ao menos um dia de aula presencial por semana, desde que não esteja
no grupo de risco para a doença.
Já na
segunda etapa de retorno, poderão voltar às aulas 70% dos alunos. “Para irmos
para a segunda etapa, 60% dos departamentos regionais de saúde do estado já
deverão estar, dentro de um ciclo de 14 dias, no verde [fase verde do Plano São
Paulo]”, explicou Soares. Se uma região regredir para as fases mais restritivas
do Plano São Paulo – vermelha ou laranja, a reabertura das escolas será
suspensa em todas as cidades daquela área. A terceira etapa já considera a
totalidade dos alunos de forma presencial.
Protocolos
Os
profissionais da área de educação e os alunos que compõem o grupo de risco para
a covid-19 [doença provocada pelo novo coronavírus], seja por idade ou por
apresentar comorbidades, deverão permanecer em casa, disse Soares.
Já os
alunos, funcionários e professores que estiverem na escola terão que fazer uso
obrigatório de máscara nas aulas presenciais. “Se o aluno não estiver de
máscara, não poderá permanecer na escola”, disse o secretário.
Serão
organizadas as entradas e saídas dos alunos para evitar aglomeração e horários
de pico no transporte público. Realização de feiras, palestras, seminários,
assembleias ou campeonatos esportivos escolares estarão proibidos. Os horários
de intervalo ou recreio serão feitos com revezamento de turmas e em horários
alternados. E as atividades físicas deverão ser feitas principalmente ao ar
livre. A sala de aula terá que ser ventilada, de preferência com as portas
abertas.
Soares
disse ainda que serão disponibilizados equipamentos de proteção individual
(EPIs) para funcionários das escolas estaduais, segundo cada tipo de atividade.
Também serão distribuídas máscaras. Os banheiros das escolas terão que ser
higienizados a cada três horas, no mínimo. E o lixo também terá que ser
retirado ao menos três vezes por dia.
Protocolos
específicos sobre a volta às aulas, como o de quem serão os alunos que vão
compor os 35% de retorno para a escola, estão sendo elaborados pela Secretaria
de Educação e serão divulgados em breve. Um dos protocolos que está em estudo,
disse o secretário, é o que vai estabelecer a testagem de professores e
funcionários, principalmente dos sintomáticos. Outro assunto que está em estudo
pelo governo paulista é o que prevê um quarto ano do Ensino Médio, de forma
optativa, para alunos que estejam concluindo o curso em 2020 e que queiram se
preparar melhor para a universidade.
Já as
instituições de ensino ou rede terão autonomia para escolher as melhores
estratégias junto com a comunidade escolar ou acadêmica. As prefeituras são
autônomas para regulamentar o plano de retomada a partir do dia 2 de julho.
Recuperação
A
Secretaria da Educação estima que o plano de recuperação de ensino deve durar
pelo menos até 2022, ou seja, não adiantará estender aulas para os meses de
férias para recuperar o tempo que foi perdido por causa da quarentena. “Esta
recuperação, não adianta estender por mais um mês ou dois meses. Não será isso
que vai resolver o problema da aprendizagem. Este problema será resolvido de
dois a três anos. Esta é a realidade. Temos um impacto muito claro”, explicou
Soares.
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