01-
Olá! Pra começo de
conversa...
Irmãos
e irmãs, este é um dia consagrado ao Senhor. No seu cuidado com os doentes,
Jesus revela a face misericordiosa de Deus que vai ao encontro das dores dos
que sofrem para lhes oferecer a graça da salvação. Nesta celebração,
carreguemos em nossos corações os doentes de nossa família e todos aqueles que
se encontram nos hospitais ou sem atendimento médico.
Celebramos hoje o 6° Domingo do Tempo
Comum. Somos felizes por estarmos na presença do Senhor que não exclui ninguém.
Em Jesus, o Pai nos revela que ninguém deve sentir-se excluído da nova família
dos filhos de Deus.
Celebrando a Páscoa de Jesus fazemos a
experiência da libertação que Ele veio trazer para toda a humanidade.
Recordamos ainda sua solidariedade para com os excluídos das sociedades de
todos os tempos. Também a nós, pobres pecadores, Jesus estende a mão e nos
reconduz para o meio da família dos filhos de Deus. Neste Dia Mundial dos
Enfermos supliquemos ao Senhor Deus que derrame suas bênçãos sobre todos os que
têm alguma enfermidade. Que o encontro com o Senhor nesta celebração nos ensine
a sermos solidários com todos os que necessitam de nossa atenção.
02- Liturgia do 6º Domingo do
Tempo Comum- Ano B;
-
A mentalidade religiosa no tempo de Jesus considerava que toda enfermidade
física devia ser reflexo e consequência de uma enfermidade moral. As doenças
eram vistas como castigo de Deus por causa do pecado cometido. Entre todas as
doenças, a lepra era considerada a que tornava mais impuro o ser humano,
porque, destruindo-o em sua integridade e vitalidade física, era, por
excelência, sinal do pecado e de sua gravidade. A lepra, considerada na época
sinal do pecado, colocava a pessoa fora da comunidade do povo de Deus e fazia
dela um "excomungado".
-
A primeira leitura nos mostra bem
claramente que as leis de Israel sobre os portadores da lepra são severas. A
dureza da lei não é por uma questão de higiene ou de cuidados para evitar a
propagação da doença. Já que a doença era considerada sinal de pecado, as
pessoas doentes deviam ser isoladas para preservar a dita "santidade do
povo de Deus". Os doentes eram considerados portadores de uma força
maligna que devia ser combatida com a expulsão da comunidade, o isolamento e a
destruição dos seus objetos. Pensava-se que não havia nenhuma possibilidade de
cura dessa doença. Só um milagre poderia reverter a situação da pessoa. Segundo
a mentalidade da época, esse milagre era impossível, porque Deus jamais
atenderia ao pedido de um pecador. Isso é um tabu. É uma forma de discriminar
as pessoas.
- No
Evangelho, Jesus quebra este tabu. Ele não pensa nas severas restrições da
Lei, mas age com compaixão, qualidade esta que ele encarna. Jesus toca o
leproso, apesar da proibição e diz: "Eu quero, sê purificado", e
acontece. O Evangelho nos fala de uma revelação da personalidade de Jesus ainda
não manifestada ao povo. Poder e compaixão são duas qualidades de Deus,
dificilmente compatíveis em nós. No uso do poder somos muitas vezes durões e
incapazes de nos colocarmos na situação do outro. O poder e a compaixão são
feições que se deixam entrever no agir de Jesus.
-
Um outro ensinamento que Jesus nos deixa
aqui é sobre a sua superioridade em relação à Lei. Pois a Lei é para o bem
das pessoas; se é possível curar alguém pelo "poder", não é preciso
primeiro consultar os guardiões da Lei. Basta que, depois do benefício de Deus,
o leproso ofereça o sacrifício de agradecimento a Deus, conforme o rito
costumeiro.
-
O gesto de Jesus é elementar e nos ensina a amar mais as pessoas, sobretudo as
que sofrem algum tipo de exclusão, pois somente assim recuperaremos a sua vida.
É gratificante quando alguém se aproxima de nós com amor quando estamos
sofrendo. É confortante para um doente ter alguém ao seu lado, segurando a sua
mão e mostrando com esse gesto que ele não está sozinho. Esses gestos são curativos.
Diz o texto que no mesmo instante a lepra desapareceu. Qualquer exclusão
desaparece quando há amor. Esse gesto é purificador. Assim, curado, o homem é
dispensado. Jesus trata a questão com autoridade, severidade, pois com a
exclusão não se brinca. Ele sabe que está mexendo numa situação complicada.
Lidar com uma sociedade preconceituosa não é fácil. Jesus não foi contagiado
pela doença, mas se tornou vítima de preconceito. Pelo fato do homem curado
contar o ocorrido, Jesus também foi impedido de entrar na cidade, foi
considerado impuro, ou seja, se você está com um leproso, você também é um
leproso. Isso acontece ainda hoje, e é o que também dificulta os trabalhos da
Igreja. Muitas pessoas preconceituosas estão dentro da Igreja. Pelo fato de se
acharem santos e perfeitos, se veem no direito de julgar e condenar aquelas que
não são ou que não pensam como elas. Essas pessoas causam grandes estragos
dentro da comunidade e atrapalham a missão daqueles que, como Jesus, agem com
amor e acolhimento.
- Na segunda
leitura Paulo pede à comunidade que faça as coisas para glória de Deus e
não para própria glória ou visibilidade. Na Igreja, não fazemos as coisas para
nós mesmos, mas para os outros. Quem não age assim não entendeu o sentido de
ser Igreja. Por isso, um dos apelos de Paulo é que não sejamos motivo de
escândalo. Não há escândalo maior do que o preconceito e a discriminação de
pessoas. Isso ofende não apenas aos discriminados, mas profundamente a Deus.
Desse modo, Paulo se coloca como exemplo, pedindo que a comunidade imite seus
gestos porque ele está imitando a Cristo. Isso é fundamental: sermos imitadores
de Cristo; não como atores que interpretam um papel, mas como pessoas
convertidas às propostas de Cristo, ou seja, a proposta de acolher, amar e não
discriminar, julgar ou condenar as pessoas. Se agirmos conforme Cristo nos
ensinou, estaremos construindo um mundo melhor e menos excludente. Comecemos
dentro de nossas Comunidades e nas nossas famílias e teremos uma sociedade mais
humana e fraterna.
https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2023/12/11_02_24.pdf
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