sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA....

 

 

01- Olá! Pra começo de conversa...

 

Irmãos e irmãs, este é um dia consagrado ao Senhor. No seu cuidado com os doentes, Jesus revela a face misericordiosa de Deus que vai ao encontro das dores dos que sofrem para lhes oferecer a graça da salvação. Nesta celebração, carreguemos em nossos corações os doentes de nossa família e todos aqueles que se encontram nos hospitais ou sem atendimento médico.

 

Celebramos hoje o 6° Domingo do Tempo Comum. Somos felizes por estarmos na presença do Senhor que não exclui ninguém. Em Jesus, o Pai nos revela que ninguém deve sentir-se excluído da nova família dos filhos de Deus.

 

Celebrando a Páscoa de Jesus fazemos a experiência da libertação que Ele veio trazer para toda a humanidade. Recordamos ainda sua solidariedade para com os excluídos das sociedades de todos os tempos. Também a nós, pobres pecadores, Jesus estende a mão e nos reconduz para o meio da família dos filhos de Deus. Neste Dia Mundial dos Enfermos supliquemos ao Senhor Deus que derrame suas bênçãos sobre todos os que têm alguma enfermidade. Que o encontro com o Senhor nesta celebração nos ensine a sermos solidários com todos os que necessitam de nossa atenção.

 

02- Liturgia do 6º Domingo do Tempo Comum- Ano B;

 

- A mentalidade religiosa no tempo de Jesus considerava que toda enfermidade física devia ser reflexo e consequência de uma enfermidade moral. As doenças eram vistas como castigo de Deus por causa do pecado cometido. Entre todas as doenças, a lepra era considerada a que tornava mais impuro o ser humano, porque, destruindo-o em sua integridade e vitalidade física, era, por excelência, sinal do pecado e de sua gravidade. A lepra, considerada na época sinal do pecado, colocava a pessoa fora da comunidade do povo de Deus e fazia dela um "excomungado".

- A primeira leitura nos mostra bem claramente que as leis de Israel sobre os portadores da lepra são severas. A dureza da lei não é por uma questão de higiene ou de cuidados para evitar a propagação da doença. Já que a doença era considerada sinal de pecado, as pessoas doentes deviam ser isoladas para preservar a dita "santidade do povo de Deus". Os doentes eram considerados portadores de uma força maligna que devia ser combatida com a expulsão da comunidade, o isolamento e a destruição dos seus objetos. Pensava-se que não havia nenhuma possibilidade de cura dessa doença. Só um milagre poderia reverter a situação da pessoa. Segundo a mentalidade da época, esse milagre era impossível, porque Deus jamais atenderia ao pedido de um pecador. Isso é um tabu. É uma forma de discriminar as pessoas.

 - No Evangelho, Jesus quebra este tabu. Ele não pensa nas severas restrições da Lei, mas age com compaixão, qualidade esta que ele encarna. Jesus toca o leproso, apesar da proibição e diz: "Eu quero, sê purificado", e acontece. O Evangelho nos fala de uma revelação da personalidade de Jesus ainda não manifestada ao povo. Poder e compaixão são duas qualidades de Deus, dificilmente compatíveis em nós. No uso do poder somos muitas vezes durões e incapazes de nos colocarmos na situação do outro. O poder e a compaixão são feições que se deixam entrever no agir de Jesus.

- Um outro ensinamento que Jesus nos deixa aqui é sobre a sua superioridade em relação à Lei. Pois a Lei é para o bem das pessoas; se é possível curar alguém pelo "poder", não é preciso primeiro consultar os guardiões da Lei. Basta que, depois do benefício de Deus, o leproso ofereça o sacrifício de agradecimento a Deus, conforme o rito costumeiro.

- O gesto de Jesus é elementar e nos ensina a amar mais as pessoas, sobretudo as que sofrem algum tipo de exclusão, pois somente assim recuperaremos a sua vida. É gratificante quando alguém se aproxima de nós com amor quando estamos sofrendo. É confortante para um doente ter alguém ao seu lado, segurando a sua mão e mostrando com esse gesto que ele não está sozinho. Esses gestos são curativos. Diz o texto que no mesmo instante a lepra desapareceu. Qualquer exclusão desaparece quando há amor. Esse gesto é purificador. Assim, curado, o homem é dispensado. Jesus trata a questão com autoridade, severidade, pois com a exclusão não se brinca. Ele sabe que está mexendo numa situação complicada. Lidar com uma sociedade preconceituosa não é fácil. Jesus não foi contagiado pela doença, mas se tornou vítima de preconceito. Pelo fato do homem curado contar o ocorrido, Jesus também foi impedido de entrar na cidade, foi considerado impuro, ou seja, se você está com um leproso, você também é um leproso. Isso acontece ainda hoje, e é o que também dificulta os trabalhos da Igreja. Muitas pessoas preconceituosas estão dentro da Igreja. Pelo fato de se acharem santos e perfeitos, se veem no direito de julgar e condenar aquelas que não são ou que não pensam como elas. Essas pessoas causam grandes estragos dentro da comunidade e atrapalham a missão daqueles que, como Jesus, agem com amor e acolhimento.

 - Na segunda leitura Paulo pede à comunidade que faça as coisas para glória de Deus e não para própria glória ou visibilidade. Na Igreja, não fazemos as coisas para nós mesmos, mas para os outros. Quem não age assim não entendeu o sentido de ser Igreja. Por isso, um dos apelos de Paulo é que não sejamos motivo de escândalo. Não há escândalo maior do que o preconceito e a discriminação de pessoas. Isso ofende não apenas aos discriminados, mas profundamente a Deus. Desse modo, Paulo se coloca como exemplo, pedindo que a comunidade imite seus gestos porque ele está imitando a Cristo. Isso é fundamental: sermos imitadores de Cristo; não como atores que interpretam um papel, mas como pessoas convertidas às propostas de Cristo, ou seja, a proposta de acolher, amar e não discriminar, julgar ou condenar as pessoas. Se agirmos conforme Cristo nos ensinou, estaremos construindo um mundo melhor e menos excludente. Comecemos dentro de nossas Comunidades e nas nossas famílias e teremos uma sociedade mais humana e fraterna.

https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2023/12/11_02_24.pdf

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