REFLEXÃO
DOMINICAL I
JESUS
CURA AS NOSSAS ENFERMIDADES
Nosso Senhor Jesus Cristo, por amar tanto o
mundo e a huma- nidade, e amou até o fim, insti- tuiu o sacrifício eucarístico
de seu Corpo e Sangue, e confiou à Igre- ja, sua amada Esposa, o memo- rial de
sua Morte e Ressurreição. Como nos recorda a Constituição Dogmática
Sacrosanctum Concilium, n. 47, do Concílio Vaticano II, a Eucaristia é
“sacramento da piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, convívio pascal,
no qual se recebe o Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado um penhor da
glória futura”. Neste 5º Domingo do Tempo Comum somos chamados a nos aproximar,
mais uma vez, deste grande mistério de nossa fé e a fa- zer um encontro
profundo e permanente com o Senhor. De fato, a Palavra de Deus deste domingo
nos fala da dor, do sofrimento e da angústia como lugares e tempos apropriados
para encontrar o Senhor. Ele carrega sobre si as nossas dores e enfermidades. E
mesmo diante de tantas angústias que nos assolam e atingem, somente nele encontraremos
consolo e esperança. Jesus nos ensina a viver e celebrar a partir das feridas e
sofrimentos da humanidade, e ele mesmo nos dá seu exemplo, estendendo a mão e
curando e levantando uma enferma. Trata-se do verdadeiro modo de ser cristão,
sustentados pela fé e sempre prontos para o serviço. Na primeira leitura (Jó
7,1-4.6-7) Jó nos recorda que a vida sobre a terra é uma luta. Este homem teve
muitos sofrimentos, como a desgraça que caiu sobre sua vida e sua família, a
falta de so- lidariedade e compreensão dos seus entes queridos e amigos, e a
mesma impressão de que Deus o havia abandonado, deixando-o sozinho. Mas Jó
sempre foi fiel a Deus, a Ele se dirige e confia, mesmo prostrado na dor mais
profunda. Eis o belo ensinamento: deixarmo-nos guiar pela fé e sempre confiar
em Deus, alimentando a esperança. Mesmo na angústia e no sofrimento, a bondade
de Deus permanece. O Evangelho de São Marcos (Mc 1, 29-39) nos mostra quem é
Jesus e qual a sua missão. Assim vemos Jesus que sai da sinagoga e vai até a
casa de Simão e André, onde cura a sogra de Pedro. Manifesta, mais uma vez, o
seu coração misericordioso e compassivo. A multidão acorre esperançosa e é
curada de seus males. Mas é preciso seguir adiante, passar pelo caminho do
deserto, em oração, pois há muitos lugares para serem evangelizados. Este é o
ministério do Messias Salvador; “devo pregar também ali, pois foi para isso que
eu vim”. O discipulado missionário consiste em aprender de Jesus, Ele é o
Mestre e nos ensina como agir: diante das enfermidades e sofrimentos é preciso
aproximar-se, fazer-se solidário, tomar os doentes pela mão e ajudá-los a se
levantar. Esta urgência da missão é explicitada na segunda leitura (1 Cor
9,16-19.22-23), onde Paulo diz com toda veemência que pregar o Evangelho é para
ele uma necessidade, uma imposição: “Ai de mim se eu não pregar o Evangelho”.
Por causa do Evangelho tudo se faz e se suporta. Viver e testemunhar a fé nem
sempre é fácil, comporta sacrifícios e renúncias. Os sofrimentos e rejeições
não impedem de proclamar a Palavra de Deus. É na fidelidade e perseverança que
os evangelizadores podem encontrar o verdadeiro conforto e o consolo. Quando
tudo parecer difícil e grande for a dor, façamos como Jesus: “se levantou e foi
rezar num lugar deserto”.
Dom Angelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo Auxiliar
de São Paulo
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