SANTO
AGOSTINHO
“Livrai-nos do mal”: o problema do mal segundo Santo
Agostinho
NUNES, R. O. ¹, SILVA, R. DA S.² ¹ Instituto
Federal Sul-Rio-Grandense (IFSUL) – Charqueadas – RS – Brasil ² Instituto
Federal Sul-Rio-Grandense (IFSUL) – Charqueadas – RS – Brasil
RESUMO
Trata-se de uma
pesquisa que visa estudar a simultânea existência do mal e Deus. Este problema
tem como características principais as seguintes questões: Se Deus é totalmente
bom, onipotente e onisciente, porque Ele permite que coisas ruins aconteçam a
pessoas boas? Iremos categorizar o mal como o não ser, já o bem, como o Ser. O
mal é o nosso distanciamento de Deus. Santo Agostinho categoriza o mal em três
formas: ontológico, físico e moral, onde respectivamente representam o ser
enquanto ser, a moralidade e o sofrimento no mundo. Entretanto, Santo Agostinho
somente admite a existência de um, o moral. Espera-se clarificar o conceito de
bem e mal que influenciam muito a cultura cristã, que por sua vez é uma das
principais visões de mundo ainda hoje. Assim como aprofundar o conhecimento
sobre Agostinho e alguns aspectos da filosofia medieval. Pretendemos quebrar
preconceitos que geralmente temos a respeito da filosofia e outras áreas com o
cristianismo. Gerar um diálogo dentro da filosofia e com outras religiões. O
aspecto fundamental que temos em Agostinho é a conciliação entre a fé e razão.
A metodologia consiste em pesquisas bibliográficas, leituras e fichamentos de
textos clássicos do autor e de alguns comentadores. Iremos modelar um site onde
serão depositados textos voltados ao ensino deste filosofo. Os resultados
esperados são: o site mencionado anteriormente, a quebra da intolerância
religiosa e uma introdução ao público leigo sobre Agostinho e suas teorias
filosóficas.
Palavras-chaves: Mal. Vontade.
Razão. Deus. Liberdade.
1 INTRODUÇÂO
A presente pesquisa
buscará trazer uma maior compreensão a respeito da filosofia de Santo
Agostinho. Durante sua vida sempre esteve em busca da verdade, e por
consequência, passou por várias crenças e doutrinas, tal qual: o maniqueísmo, o
ceticismo e o cristianismo. O maniqueísmo representa uma crença dualista, de um
deus bom e de um deus mal. Ceticismo nos mostra a falta de crença, ou melhor
dizendo, a descrença que podemos chegar a verdade. O cristianismo acredita na
revelação de Deus e que podemos chegar à parte dela por meio da razão. Embora
Agostinho tenha mostrado grande afeição pelo maniqueísmo, no período em que o
praticava, jamais se iniciou, ficando no nível mais baixo da hierarquia. Todas
as questões, referentes ao mal e Deus, atormentaram Agostinho desde muito
jovem, sendo um dos principais motivos para sua entrada ao maniqueísmo. No
entanto, Agostinho conhece o bispo Ambrósio, que foi uma das principais pessoas
para sua conversão mostrando que é possível conciliar a fé e a razão,
apresentando o filósofo Plotino. A filosofia plotiniana foi um dos principais
agentes para o desenvolvimento da teoria que solucionaria, segundo Agostinho, o
problema do mal. Agostinho utiliza o conceito de ser, não ser e de substância
espiritual para formular sua argumentação. Antes de limitar-nos a pergunta
"Por que Deus permite o mal se Ele é bom?" Para intencionar uma
argumentação onde defenda que Ele seja mal ou de que não exista, temos de
expandi-la para retirar o vício (previamente direcionado à uma resposta pronta).
Podemos ampliar o espectro da pergunta com: "Se Deus é bom, por que
permite o mal? Então Ele é sádico e mau também..., mas, se Deus é mal por que
Deus permite o mal?". Temos uma grande diferença quando retiramos a
limitação viciante da questão sobre o mal. Só com essa ponderação adicional já
percebemos o seguinte: levantar a questão sobre o mal relacionado à existência
e bondade de Deus não é errada, contudo a premissa está colocada de uma forma
errada. A pergunta errada causa uma resposta errada. Alguém que questione sobre
o mal, reconhece seu antagonismo ao bem. Portanto, tacitamente reconhece que há
um princípio contrário que é a diferença nessa equação filosófica. Porém
limitar a análise da pergunta somente ao mal não dimensiona a questão de forma
honesta. Ela exclui a possibilidade do bem, ou pelo menos, na melhor das
hipóteses, ignora-a. Porém, segundo santo Agostinho, sabendo que não há
dualidade maniqueísta e igualitária entre o bem e o mal, e o que concerne a
Deus nessa relação moral-teológica-filosófica, deve se adicioná-la como um
termo desviciante e contra polarizador do questionamento. Querer levantar o
questionamento sobre o mal, olhando somente para o mal não ajuda na elaboração
de uma resposta assertiva. A formulação do questionamento é monopolizada pelo
ponto do "mal" e isso deixa o questionamento fraco. A questão do mal
é uma moeda, portanto, contém duas faces: Face 1: prove que Deus é bom, mesmo
existindo o mal, a dor, o sofrimento, a, doença, as necessidades e por
excelência, a morte. Face 2: prove que Deus é mal mesmo existindo o bem, o
alívio, a caridade, o amor. A gratuidade, a generosidade, e, por excelência e
para além da morte, fé e esperança. Então em relação ao levantamento da questão
sobre o mal, temos que: ele é válido; é de legítima relevância para a
filosofia, a Fé e para o conhecimento de Deus. Porém não podemos limitar a
questão do mal somente olhando para o mal, ignorando tudo aquilo que não é ele.
Também temos que ter bem próximos de nós as noções filosóficas de ser enquanto existência
e de não ser enquanto ausência do ser, ou, o não-existir do ser. Agostinho o
divide em três formas distintas, ontológico, moral e físico. Onde o ontológico
busca o mal na essência do ser, o moral referente a nossa liberdade e paixões,
e por fim, o físico que está em nosso sofrimento, fome, dor e morte.
2 METODOLOGIA (MATERIAIS E MÉTODOS)
Primeiramente fizemos
um levantamento bibliográfico sobre o tema por meio de dicionários e revistas
de filosofia,livros didáticos de filosofia, leituras e fichamentos de textos
clássicos do autor e vários comentadores em Agostinho. Por intermédio destes
meios tivemos uma compreensão mais ampla sobre a filosofia e as influências do
pensamento agostiniano. Os principais livros de Agostinho que utilizamos para o
desenvolvimento desta pesquisa foram: Confissões, O Livre Arbítrio e A Cidade
de Deus. Mesmo que tenhamos utilizado outros livros do autor percebemos que nos
que foram citados acima, tivemos uma maior facilidade de compreensão a respeito
de nosso tema central
. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O filosofo nos coloca
a pensar porque praticamos más ações, sendo que fomos criados por Deus que é um
ser benevolente. Podemos assumir que Deus não é o autor do mal moral,
entretanto as más ações procedem de Suas criaturas, ou seja, a existência do
mal deve ser atribuída à nós mesmos, não à Deus. Segundo Agostinho, a partir do
momento de nossa criação, recebemos um bem médio chamado livre arbítrio que por
meio dele, temos a possibilidade de nos afastar de Deus através de escolhas
livres. Agostinho mostra que o problema ou a origem do mal não está em Deus
que, segundo ele, é bom e justo, mas no homem com seu livre arbítrio e suas
escolhas. A principal pauta do problema do mal é o dilema de que como podemos
conciliar a bondade divina com a maldade do mundo
. 4 CONCLUSÃO
Em suma, percebemos que mesmo havendo pontos
em que a fé não pode ser explicada pela razão, por conta dos mistérios, há
outros que somos capazes de atingir e chegar neles somente pelo uso da lógica.
Além disso, compreendemos a visível importância da filosofia antiga dentro da
formulação do pensamento de Agostinho, e desta forma, vemos a flexibilidade de
seu pensamento, tendo como fonte de estudo pensadores religiosos e não
religiosos, utilizando o essencial de cada um, para que enfim, pudesse ser
formada toda sua teoria. Por conseguinte, alcançamos a ideia de que vários
pensamentos, tanto religiosos ou não religiosos, podem ser utilizados para a
concepção de teses e hipóteses, sem que tenhamos algum tipo de alienação, mas
longe disso, teremos um pensamento rico em questionamentos e opiniões formadas
a partir de várias fontes e não algo que foi somente absorvido sem que tenham
ocorrido reflexões e outros métodos para que haja a real busca da verdade.
5 REFERÊNCIAS
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Toma e lê! – Síntese agostiniana. São Paulo: Loyola, 399 p
http://www2.bage.ifsul.edu.br/encif2015/pdf/20150930144045000000.pdf
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