2.1-
Liturgia da Solenidade
da Santíssima Trindade
- A
festa de hoje lembra um ponto
central da nossa fé: o Mistério da Santíssima Trindade. Não queiramos
explicar o mistério da Trindade, pois não é para ser explicado, e sim,
experimentado e vivenciado. Deus se revela a nós como sendo Trindade (Uno e
Trino): Pai e Filho e Espírito Santo. Três pessoas distintas num só Deus. Como
se pode perceber, não é para o nosso conhecimento humano desvendar esse
mistério. Mas, podemos, isto sim, nos saciar das riquezas que dele jorram.
Primeiramente, a festa da Santíssima Trindade nos leva a meditar sobre a imagem
de Deus: Como é o Deus que nós adoramos? Qual é a imagem que fazemos d'Ele? As
leituras vão nos dando respostas que podem corrigir possíveis deformações na
nossa maneira de ver Deus.
- A
primeira leitura nos mostra que Deus está sempre muito perto de nós,
falando conosco, sentindo nossos problemas, intervindo para nos ajudar:
"Existe, por acaso, algum Deus que tenha vindo para escolher uma nação do
meio das outras nações, com provas, sinais, prodígios e combates? com mão forte
e braço estendido, como Javé fez no Egito, diante dos olhos de vocês"?
Nosso Deus não é um Deus distante; é um Deus próximo.
- Outro ensinamento da festa de hoje é que nosso Deus é Família, é Comunidade: Pai e
Filho e Espírito Santo formam a Comunidade da Trindade. Nosso Deus não é um
Deus solitário, mas um Deus solidário. Um nada faz sem o Outro. Na Criação o
Pai cria todas as coisas pela força do Espírito, segundo a imagem do Filho. Na
encarnação, o Pai envia o Espírito sobre Maria e ela concebe o Filho em seu
ventre. No Batismo de Jesus, o Espírito O ungiu enquanto se ouvia a voz do Pai:
"Este é o meu Filho amado...". Na cruz o Filho entrega o Espírito ao
Pai. Na Ressurreição o Pai ressuscita o Filho na força do Espírito. Em Pentecostes
o Pai e o Filho enviam o Espírito Santo sobre a Igreja. A Trindade é o modelo
perfeito de vida comunitária; a Trindade é o melhor modelo de solidariedade, de
unidade e comunhão entre as pessoas. Aprendamos com Ela a viver em Comunidade!
- A
Trindade nos ensina ainda a denunciar todo tipo de autoritarismo em nossas
famílias, nas comunidades, nas instituições públicas ou privadas. Os
cristãos que estão à frente destas instituições precisam aprender cada vez mais
a exercer o seu ministério no espírito da Trindade: espírito de comunhão, de
serviço, de harmonia, sem querer ser maior, nem mais importante que ninguém. O
Pai não é mais do que o Filho, nem o Filho mais do que o Espírito e nem o
Espírito mais do que o Pai e o Filho. Embora sejam distintas, as pessoas da
Trindade agem em perfeita harmonia, formando uma perfeita unidade. Que coisa
maravilhosa para a nossa vida de comunidade! Que exemplo belíssimo para os que
governam as nações! Na Trindade não há diferentes escalões, privilegiados e
excluídos; na Trindade não há comandantes e comandados, não há distinção entre
antigas e novas gerações. Tudo na Trindade é amor, comunhão, harmonia e serviço
à vida.
- Por fim, a Trindade quer ser conhecida,
amada e testemunhada entre os povos e nações. No Evangelho de hoje vemos Jesus
enviando seus discípulos em missão e os mandou batizar em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo. Isto significa que o Batismo nos introduz nessa
Família Trinitária e por Ela e com Ela devemos viver. Hoje somos chamados a
considerar a ordem de Jesus à luz ardente da Trindade, de Deus-Amor, que
precisa ser conhecido por todos. A mensagem de salvação deve chegar aos povos
para que entrem no dinamismo do amor trinitário e possam viver a fraternidade,
a solidariedade, a justiça e a paz. Em um mundo de guerras e violência, o
respeito e a unidade que habita na Trindade Santa é o melhor exemplo que
podemos dar.
- Por fim, pelo Batismo, somos guiados pelo
Espírito de Deus para nos tornar filhos e herdeiros do Pai, como nos diz São
Paulo. Por esta filiação divina em Cristo Jesus, recebemos o Espírito que nos
motiva e exorta a viver a fraternidade na Comunidade. Nela, cada carisma, dom e
ministério é colocado a serviço do bem de todos
https://diocesedesaomateus.org.br/wpcontent/uploads/2024/04/26_05_24.pdf
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