MAIO MARIANO – MÊS DA VIRGEM MARIA
Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)
“Ave cheia de graça, o Senhor é contigo”. (Lc
1,28)
Cada
vez que rezamos uma Ave Maria, reconhecemos que Ela, a Mãe de Jesus, é a mulher
escolhida por Deus, habitada por Ele e, por isso, repleta da Graça Divina em
plenitude! São João Paulo, devoto fervoroso da Virgem Maria, declarou: “O mês
de maio nos estimula a pensar e a falar de modo particular dEla. De fato, maio
é o seu mês”. Ecoa em nós as celebrações do Tempo Pascal, tão profundas e
marcantes em todos os corações que acolhem o Cristo Ressuscitado. E, junto ao
Ressuscitado, está sua Mãe, Maria Santíssima. A vivência da Ressurreição
de Cristo nos chama a abrirmos o nosso coração de forma toda especial para a
Virgem Maria, Mãe de Deus, pois, estando Ela ao lado de Jesus do começo aos
Céus, nos assumiu aos pés da Cruz, como filhos seus. E essa adoção materna nos
garante sua presença até o nosso fim neste mundo, e nos dá a esperança de um
dia vê-La, com Jesus, face-a-face. Por ser maio o mês das mães em muitos
países, também o dedicamos à Mãe de todos os homens, o que torna esse mês
profundamente Mariano, onde se intensificam as homenagens e celebrações em
honra à Mãe de todos nós. No mês de maio europeu, de onde herdamos a
devoção Mariana, celebra-se o tempo do reflorescimento da natureza, o
desabrochar das flores, a vida que brota da semente plantada. Sendo a Virgem Maria
escolhida para dar a vida ao Filho de Deus, Ela, recebendo a semente da
Salvação em seu ventre, fez desabrochar a Palavra Viva que dá vida nova ao
mundo, restaurando a natureza humana através do seu sim. Foi a primeira cristã,
pois aceitou Jesus antes mesmo de ser fecundada, foi a única a viver a mais
forte ação do Espírito Divino, ao permitir-se ser habitada por Ele para gerar
Jesus, que é Deus! “Arca da verdadeira aliança’, também foi a primeira
testemunha e missionária da Boa Nova do Pai, evangelizando com a própria vida,
não querendo reconhecimento nem dádivas, mas nos direcionando a amarmos a
Santíssima Trindade acima de tudo. Desde os primórdios do descobrimento do
Brasil, a devoção Mariana foi introduzida pelos jesuítas, os primeiros
evangelizadores dessa terra, até tornar-se o que é hoje. Nos primeiros séculos,
a devoção à Virgem Maria era muito forte, sobretudo entre o povo mais simples
que encontravam Nela consolo, força e esperança diante dos sofrimentos e
opressões da época. Com o passar dos anos, essa devoção Mariana não pode ser
aplicada apenas aos mais humildes e necessitados! Em tempos de tantas
tribulações pelas quais passa a humanidade, difícil é encontrar quem a Ela não
recorra, como Medianeira de graças e livramentos. Essa mesma devoção à
Mãe de Deus nasce em nós quando reconhecemos a sua dignidade, santidade,
virtudes e solicitude para conosco. É fato que chegar a Jesus por meio de Nossa
Senhora tornou-se um caminho de fé, pois Ela é a Medianeira e Socorro dos que a
Ela se dirigem com confiança. Pedir à Mãe é ter a certeza de sermos atendidos
pelo Filho! Inúmeros Santos alimentavam sua fé através da devoção Mariana,
aprendendo a amar Jesus e sua Palavra, como Ela amou. “Maria era feliz
porque ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática; guardou mais a Verdade de
Cristo na sua mente do que o corpo de Cristo no seu seio”. (Santo Agostinho de
Hipona). Maio nos apresenta duas datas a serem celebradas com carinho e
dedicação pela Igreja e pelo povo fiel, em honra à Virgem Maria. No dia 13, celebramos
Nossa Senhora de Fátima e no dia 24, Nossa Senhora Auxiliadora. Ambos os
títulos têm, cada um, sua história e importância na vida da humanidade. A
Auxiliadora, como diz o nome, é invocada nos momentos mais atribulados, onde a
vitória sobre uma causa ou necessidade se torna humanamente impossível e só é
alcançada sob o auxílio da Mãe de Deus. Em Fátima, Nossa Senhora vem, como Mãe
amorosa e zelosa que é, nos alertar sobre a necessidade da oração contínua, da
penitência e da conversão como forma de salvação em Cristo Jesus. Em todas as
aparições da Virgem Maria, o pedido é sempre o mesmo: “Fazei tudo o que meu
Filho vos pedir” (Jo 2,5). E esse fazer tudo, realmente é tudo: oração
contínua, conversão diária, vida eucarística, missão e evangelização, vida
sacramental, ou seja: seguir os passos de Jesus e seus ensinamentos, amando a
Deus sobre todas as coisas, sempre sob o auxílio e proteção da Virgem Maria,
nossa Mãe e Rainha. Celebrada e conhecida com inúmeros títulos que A
reverenciam mundo afora, a Mãe de Deus é única: a mesma Virgem Maria, a Mulher
do sim mais importante da história da humanidade. Saudemos Maria, em maio, e
todos os dias do ano, invocando-A sempre: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo! Amém.
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