REFLEXÃO
DOMINICAL III
PARTOS,
MEDOS, ELAMITAS ...
Os Atos dos Apóstolos relatam como a descida
do Espírito Santo sobre os apóstolos também contagiou muitas outras pessoas que
se encontravam em Jerusalém para a festa das tendas. Todos ouviam na própria
língua o que os apóstolos diziam. E também entre si se compreendiam, embora
fossem originários de muitos países, com línguas diferentes. Foi a maravilha
realizada pelo Espírito Santo no início da Igreja, que uniu povos, línguas e
culturas diferentes numa única comunidade guiada pelos apóstolos. Pois é isso
que o Espírito Santo segue operando na Igreja e no mundo. Ele é o espírito da
comunhão e da fraternidade, apesar das diferenças entre os muitos membros da
Igreja e da humanidade. O Espírito Santo é quem suscita a sinodalidade da
Igreja. É ele que dá a multiplicidade de dons, habilidades e carismas às
pessoas para participarem da edificação da vida em comunidade. É também o Espírito
Santo que move cada um a cumprir sua parte na missão da Igreja. Sem a nossa
docilidade à ação do Espírito Santo, nós não conseguiremos ser uma Igreja que
viva a comunhão, a conversão e a renovação missionária. Pior ainda: se damos
mais atenção ao “espírito da divisão” (diabolos), seremos agentes de desunião e
desintegração da Igreja e do espírito comunitário. O Espírito de Deus une. O
diabo divide e cria intriga. Onde o Espírito de Deus é acolhido e atua, aí
reina a fé, a esperança e a caridade. E aparecem os frutos da paz, alegria,
respeito, justiça, sensibilidade diante da dor do próximo, desejo de realizar o
bem, de colaborar e participar na missão. O Papa Francisco, ao abrir a
assembleia do sínodo sobre a “sinodalidade da Igreja”, pediu oração, muita oração
ao Espírito Santo em favor do sínodo. Sigamos, pois, atentos ao Espírito Santo,
rezando pelo sínodo, para sermos hoje a Igreja que reuniu num só Espírito,
partos, medos, elamitas e tantos outros povos.
Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-40-solenidade-pentecostes.pdf
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