Papa:
o que significa ser discípulo de Jesus
“A
condição do discípulo exige uma relação prioritária com o mestre”, um vínculo
de amor que faz com que este seja “um representante dele, um “embaixador” dele,
sobretudo com o modo de ser, de viver”.
Ao
dirigir-se aos milhares de peregrinos e turistas reunidos na Praça São Pedro
para o Angelus dominical, o Papa destacou “os aspectos essenciais
para a vida dos discípulos missionários”.
Para
tal, Francisco inspirou sua reflexão no capítulo 10 do Evangelho de São Mateus,
onde “Jesus instrui os doze apóstolos no momento em que, pela primeira
vez, os envia em missão aos povoados da Galileia e da Judéia”.
O
Papa observa que na parte final da passagem, Jesus sublinha dois aspectos
essenciais para a vida do discípulo missionário:
“O
primeiro, que a sua ligação com Jesus seja mais forte do que qualquer outra
ligação; o segundo, que o missionário não leve a si mesmo, mas Jesus, e por
meio d’Ele, o amor do Pai celeste. Estes dois aspectos estão ligados, porque
quanto mais Jesus está no centro do coração e da vida do discípulo, mais este
discípulo é “transparente” a sua presença. Estas duas coisas caminham juntas”.
O
Papa explica que quando Jesus diz que “Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a
mim, não é digno de mim”, não quer dizer que isto não seja bom e
legítimo, que “Ele nos queira sem coração e privados de reconhecimento”, mas
que isto “não pode se antepor a Cristo”, “porque a condição do discípulo exige
uma relação prioritária com o mestre”, tornando-se um com Ele:
“Quem
se deixa atrair por este vínculo de amor e de vida com o Senhor Jesus torna-se
um representante seu, um “embaixador” seu, sobretudo com o modo de ser, de viver.
A tal ponto, que Jesus mesmo, enviando os discípulos em missão, diz a eles:
“Quem vos recebe, a mim recebe. E quem me recebe, recebe aquele que me
enviou””.
Assim
– prossegue o Papa – “é necessário que as pessoas possam perceber que
para aquele discípulo, Jesus é realmente “o Senhor”, é realmente o centro, o
tudo da vida. Não importa se depois, como toda pessoa humana, tenha os seus
limites e também os seus erros – desde que tenha a humildade de reconhecê-los;
o importante é que não tenha o coração duplo, isto é perigoso”, adverte
Francisco. “Sou cristão, sou discípulo de Jesus, sou sacerdote, sou bispo, mas
tenho um coração duplo. Não, isto não está certo”.
“Não
se deve ter um coração duplo – alerta Francisco – mas um coração simples,
unido; que não tenha “o pé em dois calçados”, mas seja honesto consigo mesmo e
com os outros”:
“A
duplicidade não é cristã. Por isto Jesus reza ao Pai para que os discípulos não
caiam no espírito do mundo. Ou estás com Jesus, com o espírito de Jesus, ou
estás com o espírito do mundo”.
Nisto
o Papa ressalta que “a experiência de sacerdotes nos ensina uma coisa muito
bonita e uma coisa muito importante: é justamente esta acolhida do santo povo
fiel de Deus, é justamente o “copo de água fresca” – do qual fala hoje o
Evangelho – dado com fé afetuosa, que te ajuda a ser um bom padre:
“Há
uma reciprocidade também na missão: se tu deixas tudo por Jesus, as pessoas
reconhecem em ti o Senhor; mas ao mesmo tempo te ajuda a te converteres cada
dia a Ele, a te renovar e purificar dos pactos e a superar as tentações. Quanto
mais um sacerdote é próximo ao povo de Deus, tanto mais se sentirá próximo a
Jesus. E quanto mais um sacerdote é próximo a Jesus, tanto mais se sentirá
próximo ao povo de Deus”.
“A
Virgem Maria – concluiu o Papa – experimentou em primeira pessoa o que
significa amar Jesus separando-se de si mesma, dando um novo sentido às
ligações familiares, a partir da fé n’Ele. Que a sua materna intercessão, nos
ajude a sermos livres e alegres missionários do Evangelho”.
https://pt.aleteia.org/2017/07/02/papa-o-que-significa-ser-discipulo-de-jesus/
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