I- IX-REFLEXÃO DOMIICAL III -3.º DOMINGO DA
QUARESMA ANO C
Meus prezados Irmãos,
Vamos caminhando no nosso retiro de quaresma. No primeiro
domingo
tratamos das tentações que Cristo sofreu na sua vida pública que são as
tentações que cada um de nós é diariamente tentado pelas forças do demônio: o
poder, o ter e a vontade de se colocar no lugar de Deus. No segundo domingo refletimos sobre a
transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo no monte Tabor: todos nós somos
convidados a nos retirar para rezar como Jesus para sermos transfigurados. Que
brilhe em nossas vidas a luz magnífica de Nosso Senhor Jesus Cristo! Neste domingo nós somos convidados a
refletir sobre o fogo que vem de Deus, ou seja, Deus é fogo com nossos pecados,
mas tem paciência com a nossa humanidade.
A liturgia de hoje, a
metade do tempo da quaresma, nos fala de CONVERSÃO. O Evangelho de hoje
realça a graça de Deus. Lucas é o evangelista da graça, dos pobres e dos
pecadores, daqueles que estão à margem da sociedade e da própria comunidade
eclesial. Para receber a graça que nos renova devemos estar conscientes de
sermos pecadores. Porém, ao mesmo tempo em que tomamos consciência de que somos
pecadores, devemos ter diante de nossos olhos a perspectiva da graça e do
perdão de Deus, nosso Pai e Pastor.
Caros irmãos,
A Primeira Leitura(cf.
Ex 3,1-8a.13-15) que nos apresenta Deus na sarça ardente. Esta perícope é a
manifestação de Deus no Horeb e a vocação de Moisés para libertar Israel e
concluir a Aliança em seu nome. A revelação a Moisés é interpretada como a
continuação da revelação a Abraão, Issac e Jacó. Esta “história da Salvação”
completa-se em Cristo, na Nova Aliança. Para Israel, o Êxodo tornar-se-á,
assim, o modelo e paradigma de todas as libertações. A partir desta
experiência, Israel descobriu a pedagogia do Deus libertador e soube que Deus
Pai está vivo e atuante na história humana, agindo no coração e na vida de
todos os que lutam para tornar este mundo melhor. Israel descobriu que, no
plano de Deus, aquilo que oprime e destrói os homens não tem lugar; e que
sempre que alguém luta para ser livre e feliz, Deus está com essa pessoa e age
nela. Na libertação do Egito, os israelitas – e, através deles, toda a
humanidade – descobriram a realidade do Deus salvador e libertador. Ontem, como
hoje, os povos lutam para se libertarem do colonialismo, do imperialismo, das
ditaduras; os pobres lutam para se libertarem da miséria, da ignorância, da
doença, das estruturas injustas; os marginalizados lutam pelo direito à
integração plena na sociedade; os operários lutam pela defesa dos seus direitos
e do seu trabalho; as mulheres lutam pela defesa da sua dignidade. Deus age na
nossa vida e na nossa história através de homens de boa vontade, que se deixam
desafiar por Deus e que aceitam ser seus instrumentos na libertação do mundo.
Irmãos e irmãs,
Deus perdoa nossos pecados, mas quer ver os frutos da
penitência, os frutos das boas obras. Deus tem paciência, espera pelo pecador;
sua paciência é infinita, mas é limitado o tempo que a criatura humana tem para
produzir frutos, porque só nesta vida presente podemos praticar e fazer o bem.
Deus é misericordioso para conosco, mas exige que sejamos
misericordiosos para com o próximo. O que adianta receber o perdão de Deus se
nós não perdoamos o nosso semelhante. Isso não é cristão! A misericórdia é uma
iniciativa de Deus. Nossa primeira resposta é o arrependimento de nossos
pecados e nossa resposta em segundo momento é a compreensão para com a fraqueza
dos outros. A misericórdia de Deus se transforma em amor para conosco, até o
extremo de uma comunhão.
Pilatos, como governador romano, tinha verdadeira antipatia
pelos galileus, dos quais desconfiava sempre que estivessem tramando algum
motim. Os galileus sempre se revoltavam com razão: eram explorados, eram quase
escravizados, pagavam impostos elevadíssimos. Apresentar sacrifícios a Deus no
templo era visto por Pilatos como conspiração contra o poder opressor e invasor
de Roma. Sacrificar galileus defronte para o Templo era um sacrilégio! Na
mentalidade dos galileus se eles fossem mortos na hora em que praticavam o bem,
deveriam estar cobertos de pecados. Caso contrário Deus devia tê-los livrado da
desgraça. Esta ligação entre castigo e pecado persiste ainda hoje na
mentalidade de muitos de nossos irmãos. Mas é uma visão errada, porque
Deus é misericórdia e não castiga o seu povo santo e fiel.
Meus caros irmãos,
O homem naturalmente é inclinado para o mal e a prática da
maldade. A pergunta feita a Jesus no evangelho(cf. Lc 13,1-9) tinha como escopo
saber o que Jesus achava da morte violenta era conseqüência do castigo por
culpa grave. Jesus não responde sobre a culpabilidade dos mortos, mas recorda
que todos somos pecadores e todos precisamos fazer penitência. Quem não faz
penitência e não procura a conversão poderá ter uma morte muito pior do que a
sorte dos galileus: a morte no fogo do inferno.
A vida humana é efêmera: já dizia o poeta que todos nós devemos
passar as nossas existências distribuindo o bem, plantando a caridade e regando
a humildade de atitudes, todas estas virtudes que pavimentam uma grande
autopista rumo ao céu.
A figura bíblica da figueira é representada pelo povo. A
figueira é cada um de nós. O dono da vinha e da figueira é Deus. O cultivador é
Jesus. Jesus intercede pelo povo. Pede que Deus tenha paciência com o seu povo,
na espera de que o povo e cada um de nós ouça sua palavra, colocando-a em
prática, buscando a conversão sincera e a mudança de vida. Jesus quer que nós
possamos dar bons frutos. Foi para isso que Jesus se encarnou e nos oferece
todas as possibilidades de mudança de VIDA. JESUS é misericórdia, é perdão, é
acolhida, é caridade, é amor.
A proposta principal que Jesus apresenta neste episódio chama-se
“conversão” (“metanoia”). Não se trata de penitência externa, ou de um simples
arrependimento dos pecados; trata-se de um convite à mudança radical, à
reformulação total da vida, da mentalidade, das atitudes, de forma que Deus e
os seus valores passem a estar em primeiro lugar. É este caminho a que somos
chamados a percorrer neste tempo, a fim de renascermos, com Jesus, para a vida
nova do Homem Novo.
Irmãos e Irmãs,
Duc in altum! Voltemos nossos
corações para Deus, o Salvador! Vamos nos abrir a Deus, a Palavra, a conversão,
a mudança de vida, a vida plena em Deus. A conversão de que fala Jesus hoje
está no centro de sua pregação, desde o início da vida pública: Ele veio para
chamar os pobres e os pecadores a conversão.
Todos nós somos pecadores! Todos nós temos que mudar alguma
coisa em nossa vida, em nossa caminhada. Todos nós devemos buscar a perfeição
em Deus. Conversão que não é um puro ritualismo sacramental! O rito é
necessário. Mas do que é rito é à vontade, a intenção que deve ser verdadeira,
para valer!
Cristo é como o jardineiro paciente que rega, aduba e poda a
planta. Jesus faz isso conosco! Mas Cristo diz que se a figueira não der bons
frutos é necessário cortá-la. Que nos afaste esta ameaça do Evangelista se nós
não nos convertermos.
A proposta principal que Jesus apresenta neste episódio chama-se
“conversão” (“metanoia”). Não se trata de penitência externa, ou de um simples
arrependimento dos pecados; trata-se de um convite à mudança radical, à
reformulação total da vida, da mentalidade, das atitudes, de forma que Deus e
os seus valores passem a estar em primeiro lugar. É este caminho a que somos
chamados a percorrer neste tempo, a fim de renascermos, com Jesus, para a vida
nova do Homem Novo.
Meus caros Irmãos,
A primeira leitura
nos fala do Temor de Deus. Assistimos à grandiosa revelação de Deus a Moisés,
na sarça ardente. Deus está em fogo inacessível. Deus devora quem dele se
aproxima. Deus está aí, com seu poder e sua fidelidade, mas também com sua
justiça: na segunda leitura, Paulo nos ensina a lição da história de Israel:
eles tinham a promessa, os privilégios, à proteção de Deus. Todos os israelitas
experimentaram, no deserto, a mão de Deus que os conduzia. Todos foram saciados
com o alimento celestial e aliviaram-se na água do rochedo. Contudo, a maioria
deles, por causa de sua dureza de coração, foram rejeitados por Deus. Com
vistas ao fim dos tempos e ao Juízo, São Paulo avisa seus leitores para que
aprendam a lição: quem pecar e não procurar a conversão não receberá a proteção
de Deus.
Caros irmãos,
A segunda leitura da
missa deste domingo(cf. 1Cor 10,1-6.10-12) nos apresenta a Teologia da
História, com as conseqüentes lições do Êxodo. O Apóstolo São Paulo tira as
lições da história de Israel: a passagem pelo Mar Vermelho, o maná, a água do
rochedo, tudo isso aponta o Cristo, o novo Moisés, e os sacramentos que dão
sustento ao novo povo de Deus. Mas nem o batismo, nem a Eucaristia garantem a
salvação mecanicamente, mas antes exigem do homem a cotidiana resposta da fé,
atuante na caridade.
Os coríntios, embora tenham recebido o Batismo e participado da
Eucaristia, não têm a salvação garantida: não bastam os ritos, não basta a
letra. Apesar do cumprimento das regras, os sacramentos não são mágicos: não
significam nada e não realizam nada se não houver uma adesão verdadeira à
vontade de Deus. Aos “fortes” e “autossuficientes” de Corinto, São Paulo
recorda: o fundamental, na vivência da fé, não é comer ou não carne imolada aos
ídolos; mas é levar uma vida coerente com as exigências de Deus e viver em
verdadeira comunhão com Deus.
Irmãos e Irmãs,
Levemos para a semana que Jesus nos alerta que as catástrofes
não devem ser interpretadas como castigos pessoais, mas como apelo à conversão
para os sobreviventes das intempéries. Deus concede o tempo necessário para se
produzir em frutos de boas obras a misericórdia de Deus. Importa aproveitar a
Jesus Misericordioso como tempo propicio que nos dá pistas para a conversão.
Quaresma nos pede intensa oração, redobrada penitência e o gesto
concreto de auxílio aos pobres com o jejum e a esmola. Assim iremos purificados
para a Páscoa. Assim hoje bem nos cabe a advertência inicial da Quarta-feira de
Cinzas: “Convertei-vos e crede no Evangelho!” Amém!
Ide por todo o mundo e
pregai o Evangelho a toda criatura.
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