2,2- Conheça os aspectos litúrgicos da Quaresma
Neste
artigo, iremos tratar do tema Quaresma — de modo básico e explicativo —, dando
enfoque ao aspecto celebrativo litúrgico. Para isso, será usado o livro
“Entrarei no altar de Deus”, de Michel Pagiossi, na terceira parte. O objetivo
é explicar um pouco como iniciou a Quaresma e o que ela significa, assim como
cada dia do tríduo pascal. O desejo é de que você seja preparado para tal tempo
litúrgico de tamanha importância.
Desde
o início do cristianismo, a solenidade da Páscoa era precedida por uma
preparação, essa atitude foi ganhando peso e forma até o que vivemos hoje em
dia. Santo Atanásio conta que o período quaresmal já existia no século IV,
prova disso são os documentos da peregrina Egéria e as obras de Santo
Agostinho. A última instrução e reforma deu-se no Concílio Vaticano
II.
Início do tempo quaresmal
O
tempo quaresmal se inicia na Quarta-feira de Cinzas e
se encerra antes da Quinta-feira Santa. Somando cinco semanas e mais o Domingo
de Ramos são 40 dias, por isso, chamamos de Quaresma, lembrando que a Quaresma
se diferencia da Semana Santa ou Maior. O número quarenta representa os dias de
Nosso Senhor no deserto, assim como os anos em que o povo Hebreu viveu no
deserto e do dilúvio, por exemplo.
Nos resultados do Vaticano II ficou
estabelecido que o sentido quaresmal seria de modo duplo como seguimento da
Sagrada Tradição: a lembrança do Batismo com a preparação dos catecúmenos e um
tempo de penitência somado às orações. O documento que
comenta o tema é a Sacrosanctum Concilium. A Paschalis
Sollemnitatis orienta
que o ambiente da Igreja seja preparado para o culto com ornamentações mais
sóbrias, da mesma maneira os cantos, não se canta “Aleluia”. As homilias
estarão voltadas para conversão, purificação, batismo e misericórdia/confissão.
No V domingo se indica cobrir as imagens de santo e crucifixo até o início da
Vigília Pascal.
Quaresma é tempo de penitência e purificação
No
I Domingo, aparece as tentações do Senhor; e, no II, a Sua transfiguração,
seguidos de outros temas, conforme o Ano litúrgico (A,B e C). Em relação às missas votivas, ou seja, de
recordação dos santos, pede-se que priorize o tempo quaresmal. A cor litúrgica
referente ao tempo será o roxo, que representa a penitência e purificação.
Somente no IV Domingo pode-se usar o róseo ou rosáceo referente ao chamado “Domingo Laetare” (Domingo da Alegria), o que seria o roxo com um tom de
branco recordando o pré-anúncio da Páscoa.
Também
recorda-se que todas as sextas-feiras do ano, exceto solenidades, é indicado a
abstinência de carne ou outra mortificação. O jejum é indicado na Quarta-feira de Cinzas e na
Sexta da Paixão. Deve ser escolhido por parte do fiel uma penitência e dedicado
momentos mais profundos de oração, principalmente a “Via-Sacra” às
sextas-feiras, assim como exames de consciência somados à confissão dos
pecados.
Tempo de encontro com Deus
Dessa
maneira, atento às celebrações litúrgicas e ao que indica a Igreja, é possível
viver profundos momentos de encontro com Deus e conversão por meio da prática quaresmal. Entender
a liturgia e os motivos de sua execução fazem-nos celebrar, de modo mais
consciente e ativo, o tom e sabor da vida cristã, assim como também os da alma.
Que
Deus, nosso Pai, nos inspire a pôr em prática esses ensinamentos!
Rafael Vitto
Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em
Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em
Cachoeira Paulista.
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