No dia 15
de agosto é comemorada a Assunção de Nossa Senhora, dogma proclamado pelo
venerável papa Pio XII em 1° de novembro de 1950 na constituição
apostólica Munificentissimus Deus.
Como é sabido, dogmas são verdades de fé contidas na revelação divina. Mesmo um
dogma proclamado muitos séculos depois aos tempos de Nosso Senhor Jesus Cristo
e dos apóstolos, encontramos ao longo do tempo referências e reflexões que
corroboram com ele.
Na teologia patrística1, entre os grandes teólogos e doutores, citamos
os escritos de Santo Agostinho, onde há muitas reflexões mariológicas que
concordam com os dogmas marianos proclamados pela Igreja. No caso da Assunção,
ainda que ele não use esse termo, há um pequeno escrito atribuído ao Santo
no Tractatus de Assumptione B.
Mariae Virginis (Tratado sobre a Assunção de
Maria), que confirma o dogma.
Eis o
texto:
Que
opróbrio não se apresenta para a condição humana o túmulo com a sua podridão!
Jesus, isento desse opróbrio universal, também dele isentou a Santa Virgem,
porque a carne de Jesus é a de Maria.
Se Maria foi tão justamente
ornada durante toda a sua vida com graças, mais abundantemente do que todas as
outras pessoas, após a sua morte, a intensidade dessas graças haveria de
diminuir? Por certo que não. Pois se a morte de todos os santos é preciosa (SL
115,15), a de Maria, certamente, é mais preciosa ainda. Ela, que pôde ser
chamada Mãe de Deus e que o foi de fato.
Era
justo ficar isenta de corrupção aquela que fora inundada com tantas graças.
Deveria viver, toda inteira, aquela que gerou a Vida perfeita e completa de
todos os humanos.
Que ela esteja com aquele a
quem trouxe no seio: que esteja junto àquele que pôs no mundo, a quem aqueceu e
nutriu. Maria, a mãe de Deus, a ama de Deus, o reino de Deus, a imitadora de
Deus.
E assim,
em uma pequena reflexão, um dos grandes doutores nos mostra a condição de
Maria após a sua morte e confirma o que foi proclamado, muitos séculos depois,
como dogma.
1.
A
patrística é teologia dos padres da igreja dos primeiros séculos da era cristã
Fonte:
A Virgem Maria: Cem textos marianos
com comentários/ Santo Agostinho; tradução Nair de Assis Oliveira. – 3°.ed. São Paulo:
Paulus,
Fonte: https://salvemaria.com.br/santo-agostinho-e-o-dogma-da-assuncao/
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