XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM 2020 - ANO A
Mons. José Maria Pereira
Confiança no Senhor
O Evangelho (Mt 14,22-33) nos mostra Jesus enviando os discípulos
em missão na outra margem do lago e, cansado, retira-se da multidão… vai ao
monte, para orar a sós. Enquanto isso, os apóstolos navegam, de noite,
preocupados, na barca agitada pelos ventos contrários. Jesus interrompe o
descanso e vai ao encontro deles, caminhando sobre o mar. Eles o confundem: É
um fantasma…” .Jesus se identifica: “Coragem! SOU EU, não tenham medo”. Pedro o
desafia: “Se és Tu, manda-me caminhar sobre as águas”. Jesus aceita: “Vem!”
Pedro vai ao encontro de Jesus; mas, assustado pelo vento, começa
a duvidar e afundar. Então grita por socorro: “Salva-me, Senhor!”. Jesus
estende a mão e depois o questiona: “Por que duvidaste, homem de pouca fé?”
Jesus entra na barca e a tempestade se acalma. Então todos se prostraram em
adoração diante de Jesus, dizendo: “Verdadeiramente Tu és o Filho de Deus”.
Ao ouvir a narração deste texto evangélico, podemos tirar uma
conclusão: O Mestre não está longe nem agora; não nos deixará a sós lutando com
as ondas; basta invoca-Lo que Ele descerá do monte e virá em socorro de sua
Igreja. Esta confiança se baseia no fato de que Jesus ressuscitou e está vivo.
Os antigos padres da Igreja colocavam em evidência uma coincidência: Jesus vai
ao encontro dos apóstolos no lago “na quarta vigília da noite”, isto é, na
mesma hora em que ressuscitou dos mortos.
Nesta situação, uma coisa é necessária para não afundar: não
perder a confiança, não desanimar no meio das dificuldades, não olhar para
baixo ou ao redor, para as ondas que se agitam, mas à frente, para Cristo.
Somente quem vacila na fé, ou quem confia nas próprias forças, afunda.
O texto bíblico quer nos mostrar que a pouca fé do cristão torna –
o medroso nos perigos, abatido nas dificuldades e, por isso, corre o risco de
naufragar. Mas, ali onde a fé é viva, onde não se duvida do poder de Jesus e da
sua presença contínua na Igreja, não há perigo de naufrágio, porque a mão do
Senhor estende-se invisivelmente para salvar a barca da Igreja e cada cristão
em particular.
Se a nossa vida se passar no cumprimento fiel do que Deus quer de
nós, nunca nos faltará a ajuda divina. Na fraqueza, na fadiga, nas situações de
maior dificuldade, Jesus irá se aproximar de nós, de modo inesperado, e nos
dirá: “Sou Eu, não temais”. Ele nunca abandona os seus amigos, e muito menos
quando o vento das tentações, do cansaço ou das dificuldades nos é contrário.
Ensina Santa Teresa: “Se tiverdes confiança n’Ele e ânimo animoso, que Sua
Majestade é muito amigo disso, não tenhais medo de que vos falte coisa alguma”.
Quando Pedro começou a afundar-se, para voltar à superfície, teve
que segurar a mão forte do Senhor, seu Amigo e seu Deus. Não era muito, mas era
o esforço que Deus lhe pedia; é a colaboração da boa vontade que o Senhor
sempre nos pede.
Para Pedro, uma só coisa importa: estar perto de Cristo. Não
interessa quais são as condições, se com “ventos contrários” ou “tempestade”,
Pedro quer estar junto de Cristo. Pedro é sempre quem toma a palavra, é ele
quem sempre dá o primeiro passo no grupo dos apóstolos.
Esse pequeno esforço que o Senhor pede aos seus discípulos de
todos os tempos para tirá-los de uma má situação, pode ser muito diverso:
intensificar a oração; cortar decididamente com uma ocasião próxima de pecar;
obedecer com prontidão e docilidade de coração aos conselhos recebidos na
confissão e na conversa com o diretor espiritual… Não nos esqueçamos nunca da
advertência de São João Crisóstomo: “Quando falta a nossa cooperação,
cessa também a ajuda divina”. Ainda que seja o Senhor quem nos tira da água.
Temos de aprender a nunca desconfiar de Deus, que não se apresenta
apenas nos acontecimentos favoráveis, mas também nas tormentas dos sofrimentos
físicos e morais da vida: “Tende confiança, sou Eu, não temais!”. Deus nunca
chega tarde em nosso auxílio, e sempre nos ajuda nas nossas necessidades.
E se alguma vez sentimos que nos falta apoio, que submergimos,
repitamos aquela súplica de Pedro: ”Senhor, salva-me!” Não duvidemos do seu
amor, nem da sua mão misericordiosa, não esqueçamos que “Deus não manda
impossíveis, mas ao mandar pede que faças o que possas e peças o que não
possas, e ajude para que possas” (Santo Agostinho).
Que enorme segurança nos dá o Senhor! Ensina S. João Crisóstomo:
“Ele garantiu-me a sua proteção; não é nas minhas forças que eu me apoio. Tenho
nas minhas mãos a sua palavra escrita. Este é o meu báculo. Esta é a minha
segurança, este é o meu porto tranqüilo. Ainda que o mundo inteiro se
perturbe, eu leio esta palavra escrita que trago comigo, porque ela é o meu
muro e minha defesa. O que é que ela me diz? Eu estarei convosco até o fim do
mundo.”
Junto de Cristo, ganham-se todas as batalhas, desde que tenhamos
uma confiança seus limites na sua ajuda: ”Cristo está comigo, que posso temer?
Que venham assaltar-me as ondas do mar e a ira dos poderosos; tudo isso não
pesa mais do que uma teia de aranha” (S. João Crisóstomo). Não larguemos a sua
mão; Ele não larga a nossa!
Adília as ref de s João crisostomo...pensava quão importante são minhas escolhas ...e como Deus precisa fazer parte delas...muitas vezes esquecemos.....
ResponderExcluirAdília as ref de s João crisostomo...pensava quão importante são minhas escolhas ...e como Deus precisa fazer parte delas...muitas vezes esquecemos.....
ResponderExcluirAdília as ref de s João crisostomo...pensava quão importante são minhas escolhas ...e como Deus precisa fazer parte delas...muitas vezes esquecemos.....
ResponderExcluirAdília as ref de s João crisostomo...pensava quão importante são minhas escolhas ...e como Deus precisa fazer parte delas...muitas vezes esquecemos.....
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ResponderExcluirAdília as ref de s João crisostomo...pensava quão importante são minhas escolhas ...e como Deus precisa fazer parte delas...muitas vezes esquecemos.....
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