O que a Igreja Católica faz para ajudar mães estupradas e seus bebês?
Os muitos exemplos incluem redes internacionais de apoio, casas de acolhimento, acesso a cuidados médicos e psicológicos, reposicionamento profissional… Conheça 3 exemplos concretos no Brasil.
A Igreja Católica mantém uma vasta rede de obras
de ajuda a mães desamparadas, inclusive vítimas de estupro, e, obviamente, aos
seus filhos inocentes. Infelizmente, a existência desse trabalho é ignorada
pela assim chamada “grande mídia” – que provavelmente não teria dificuldades em
investigar e divulgar essas iniciativas caso tivesse real interesse.
Os muitos exemplos incluem
redes internacionais de apoio, casas de acolhimento para gestantes, acesso a
cuidados médicos e psicológicos, reposicionamento profissional, orfanatos para
crianças cujos pais não estão presentes por uma grande gama de circunstâncias…
Separamos a seguir três
exemplos no Brasil e um no Peru, para ficarmos apenas na América do Sul.
1 –
Missão Católica Fiat Mihi (Campinas, Brasil)
A expressão latina “Fiat
mihi” (pronunciada “fíat míki“) significa “Faça-se em mim“. É a primeira parte
da frase “Fiat mihi secundum verbum tuum“, ou seja, “Faça-se em mim segundo a
tua palavra“, respondida por Nossa Senhora ao Arcanjo Gabriel quando ele veio
lhe anunciar que ela conceberia o Filho de Deus. É a frase, portanto, com a
qual Maria aceita a vontade de Deus com fé, esperança e amor.
Vem daí o nome de um
apostolado católico nascido em Campinas, cidade do Estado brasileiro de São
Paulo, com foco na cultura da vida e no fortalecimento da família: é a Missão
Fiat Mihi, ou, simplesmente, Missão Fiat. Faça-se!
O apostolado realiza
iniciativas de formação e sensibilização em temas ligados à sacralidade da vida
humana e da família, bem como atividades de espiritualidade. E, indo além,
também põe os ensinamentos em prática: uma das obras da missão consiste em
acolher e amparar gestantes em risco de abortamento, defendendo alternativas
que respeitem a vida. Este aspecto tem se tornado, de modo especial, uma das
grandes características da Missão Fiat.
Ela abrange:
- Atendimento e acompanhamento
- Atendimentos a gestantes com risco de abortamento,
através de contatos pessoais, telefônicos e/ou por mídias sociais.
- Acompanhamento nos casos de desistência de aborto,
auxiliando, orientando e assistindo a gestante desamparada e/ou em risco
social.
- Aconselhamento e acompanhamento pós-aborto, para
mulheres que já praticaram o aborto e que hoje precisam de ajuda emocional
e espiritual.
- O público-alvo deste conjunto de iniciativas são as
mulheres grávidas com intenção de abortar e/ou que já abortaram.
Casa de acolhida
- Acolhimento a gestantes, mães e bebês.
- Acompanhamento médico, psicológico, jurídico,
espiritual.
- Oficinas de artesanato.
- Campanhas de doações de enxoval, fraldas, alimentos,
leite etc.
- O público-alvo desta iniciativa são mulheres que
desistiram do aborto e precisam de amparo e acolhimento.
Saiba mais sobre a Missão Fiat no site do apostolado: http://missaofiat.com.br/
2 – Casa
Pró-Vida Mãe Imaculada (Paraná, Brasil)
A Casa Pró-Vida Mãe
Imaculada se dedica a atender mulheres grávidas em risco de aborto,
oferecendo-lhes todo suporte, de acordo com a necessidade da mãe (podendo ser
material, jurídico, médico e espiritual) e com o objetivo de salvar vidas. Além
disso, a Casa também acolhe mulheres que já abortaram e necessitam de cura
interior.
A Casa oferece ainda
educação continua para formar divulgadores da cultura da vida (pró-vidas) e
apoio às paróquias e outras instituições que tenham interesse em promover a
conscientização da dignidade de toda pessoa humana e dos direitos inalienáveis
que esta possui. Site: https://casaprovidami.com.br/
3 – Casa
de Amparo Pró-Vida São Frei Galvão (Baixada Fluminense, Brasil)
Maria das Dores Hipólito Pires, mais conhecida como Dóris Hipólito, levava uma vida relativamente confortável como professora de história e geografia. A direção da escola onde ela dava aulas lhe pediu que ajudasse algumas das meninas que estavam sofrendo as consequências devastadoras de terem abortado.
Dóris juntou material pró-vida para tentar ajudar aquelas meninas e espalhou o material e a missão entre outros paroquianos. Pouco tempo depois, sentiu a moção interior de promover um rosário público no dia 13 de cada mês, ocasião em que também distribuía folhetos pró-vida. Com o apoio do bispo dom Werner Siebembrok e da Legião de Maria, o pequeno grupo formado por Dóris começou a ajudar, nas periferias e favelas, as mulheres que achavam que não tinham nenhuma alternativa a não ser abortar.
Embora o aborto seja ilegal
na maioria dos casos no Brasil, existem muitas “clínicas” que os realizam
ilegalmente na Baixada Fluminense, uma região com 3 milhões de cidadãos e com
muitas carências sociais. Dóris vai até a porta dessas “clínicas” e tenta
conversar com essas mães, muitas das quais são dependentes químicas e/ou estão
sofrendo intensa pressão de terceiros para abortar. Ela as incentiva a ter os
filhos, oferecendo-lhes apoio para continuarem a gravidez e, principalmente,
para transformarem as suas vidas.
Anos atrás, Dóris deu um
passo muito corajoso com o apoio da própria família: largar o emprego e passar
a trabalhar em tempo integral por aquelas mulheres desesperadas. Em 2007, ela
encontrou uma mulher sem-teto, grávida, com deficiências físicas e mentais, que
vivia debaixo de um viaduto. Dóris alugou uma pequena casa para cuidar dela.
Não demorou quase nada para que aparecesse na casa uma segunda mulher grávida
também esmagada por necessidades extremas. E outra, e mais outra, e mais outra.
Dóris então estabeleceu formalmente a Casa de Amparo Pró-Vida.
Além de manter um lugar
seguro e cheio de carinho para cuidar dessas mulheres e dos seus filhos, Dóris
ajudou a montar centros pró-vida em igrejas locais para que as mulheres
grávidas contassem com mais assistência. Tanto nestes centros quanto na Casa de
Amparo, as mulheres grávidas encontram formação profissional, atendimento
médico e um lugar onde trabalhar e viver com dignidade, suprindo as
necessidades dos bebês.
Muitas das mulheres que
Dóris recebeu se tornaram voluntárias neste mesmo trabalho. A filha de uma das
mulheres que ela ajudou há vinte anos é hoje voluntária no acolhimento e no
cuidado de outras mulheres em situação de grande vulnerabilidade.
A pressão política vem
aumentando muito no Brasil para que o aborto livre seja legalizado no país. Há
grupos ideológicos que trabalham contra a ação pró-vida realizada por Dóris.
Ela já recebeu telefonemas ameaçadores, inclusive com ameaças de morte. Uma
mulher que foi inspecionar a Casa de Amparo viu as fotos das crianças que foram
salvas do aborto e chegou a exclamar: “Esta casa nunca deveria ter existido!”.
Dóris e sua família sempre
confiaram na Providência Divina para prover as suas necessidades e as de todas
as pessoas atendidas na Casa de Amparo. Mesmo com todas as limitações e
dificuldades, Dóris já testemunhou o triunfo da vida de milhares de crianças que
fazem qualquer sacrifício valer toda a pena. Toda vez que as coisas ficaram
particularmente difíceis, ela sempre recitou para si mesma: “Os poderosos podem
me mostrar o seu poder, mas os bebês me mostram o paraíso”. Mais informações: https://www.casadagestanteprovida.com/
4 – Irmãs
Missionárias Paroquiais do Menino Jesus de Praga (Peru)
O Peru vem lidando há anos
com estatísticas chocantes sobre gravidez precoce, e, no começo de 2018, mais
um caso extremo voltou a escandalizar e comover a opinião pública no país: uma
menina de 9 anos de idade deu à luz uma bebê que, além de sua filha, é também
sua irmã.
Desde os 6 anos, a
menina-mãe de Tacna, cidade localizada no extremo sul do Peru, sofria abusos
sexuais perpetrados pelo pai – e acobertados pela mãe. Apesar da fragilidade do
seu corpo, das fortes mudanças hormonais que suportou na gestação e do próprio
trauma dos abusos padecidos, a menina-mãe de 9 anos amamentava com ternura a
sua bebê de três quilos e meio, um fato que chamou a atenção dos médicos
responsáveis pela cesárea.
A cesárea foi realizada no
hospital regional Hipólito Unanue, de Tacna, cidade onde existe um abrigo
mantido pela congregação católica das Irmãs Missionárias Paroquiais do Menino
Jesus de Praga. Foram as freiras que ofereceram à menina-mãe o cuidado afetivo
e psicológico de que ela precisava para lidar com a sua nova realidade.
As missionárias dão
assistência a mães adolescentes nas cidades de Arequipa, Lima, Tarma e Tacna há
quase 100 anos. A sua pastoral tem sido essencial para oferecer soluções ao
drama das meninas-mães e o seu trabalho é tão importante e reconhecido que, em
2011, o Congresso Nacional peruano lhes prestou homenagem oficial.
O desequilíbrio hormonal que
leva à puberdade muito precoce está na base da explicação geral para as
gravidezes em idades tão tenras (e difíceis de acreditar) quanto 9 anos de
idade. E esses casos, indignantemente, são menos raros do que seria de
supor-se: só no Peru, entre 2011 e 2016, foram 8 gravidezes confirmadas em
meninas de 9 anos de idade. É possível, porém, que tenha havido outras nunca
registradas.
O país andino tem
estatísticas chocantes sobre maternidade infantil. A cada dia, pelo menos 4
meninas peruanas menores de 15 anos se tornam mães, de acordo com o Registro
Nacional de Identificação e Estado Civil (RENIEC). Só em 2015, esse órgão do
governo do país registrou 1.538 casos de mães que tinham entre 11 e 14 anos de
idade. De 2011 a 2016, estes foram os números de meninas-mães no Peru:
- 9 anos de idade: 8 casos
- 10 anos de idade: 51 casos
- 11 anos de idade: 182 casos
- 12 anos de idade: 573 casos
- 13 anos de idade: 2.323 casos
- 14 anos de idade: 8.644 casos
- Total: 11.781 casos
Pela idade, significa que absolutamente todas essas 11.781 meninas-mães foram estupradas. Entre as muitas perguntas que se impõem diante desse quadro, uma continua sendo particularmente clamorosa: onde estão os estupradores?
A resposta a esta pergunta
também faz parte da resposta à verdadeira solução para o drama dos estupros. O
aborto não apenas não resolve a raiz do problema: ele “simplifica” a sua
perpetuação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário