McLuhan: o
intelectual católico mais influente do mundo da comunicação
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Por: Esteban Pittaro
Devoto de
Nossa Senhora, o filósofo canadense vislumbrou a chegada da internet e as mudanças
na cibercultura.
Em
31 de dezembro de 2020, completaram-se 40 anos da morte de Marshall McLuhan. O teórico
canadense da comunicação chegou a ser considerado uma espécie de Charles Darwin
para os estudos do impacto dos meios de comunicação sobre as pessoas.
De
fato, não há curso universitário de comunicação no mundo que não contemple entre
os autores de referência este que é dono do célebre axioma: “o meio é a mensagem“.
McLuhan,
em sua teoria, ensina que os meios de comunicação e suas formas são tão decisivos
como a mensagem que eles transmitem.
McLuhan e
as redes sociais
Antes
mesmo de a internet se tornar uma realidade, McLuhan profetizava que “a nova interdependência
eletrônica cria o mundo à imagem de uma aldeia global”.
Além
disso, o autor afirmava que os meios são extensões dos sentidos dos homens. Assim,
hoje, seguindo essa lógica, pode-se afirmar que os smartphones funcionam como as extensões dos dedos ou
das mãos, gerando uma relação de simbiose entre a tecnologia e o homem.
Portanto,
embora McLuhan não tenha chegado a conhecer as redes sociais e a internet, a sua
teoria se encaixa perfeitamente a elas.
McLuhan e
o catolicismo
Apesar
de ser controverso e motivo de debate acadêmico, o próprio McLuhan entendia seu
trabalho como resultado da reflexão de um católico.
Convertido
aos 26 anos, em certa ocasião ele explicou que foi conduzido à Igreja através da
leitura de Chesterton, Dawson e Maritain, entre outros.
Em
certa ocasião, ele estava discutindo religião com um grupo de estudantes e um deles
o interrogou: “Por que você não é católico”. McLuhan, então, se calou porque até
aquele momento nunca tinha pensado em se tornar católico. Poucos dias depois, ele
se converteu ao catolicismo.
Devoto da
Virgem Maria
Seu
fascínio pela Igreja foi completo. Ele foi profundamente devoto à Maria. Ia à Missa quase todos os
dias e rezava o terço
em família
quase todas as noites. Como um bom homem das letras, lia o Evangelho em vários idiomas.
Sua
fé, entretanto, gerou controvérsia entre os colegas. Aliás, sobre a sua obra, chegaram
a escrever que não era um tratado de ciências sociais, mas ideias de um católico
que queria introduzir o olhar religioso na teoria da comunicação.
Mas
McLuhan estava convencido de que sua fé não era uma contradição nem uma desvantagem. Pelo contrário: ele acreditava
que ser católico é o que lhe conferia uma completa liberdade intelectual para examinar
todo e qualquer fenômeno com a absoluta certeza de sua inteligibilidade.
Uma lição
para os católicos
McLuhan
ensinava com figuras, assim como Cristo falava por parábolas. Ele entendia que o
meio era tão importante quanto a mensagem, assim como um homem de lei (que pode
ser o meio) que não vive a lei (o conteúdo), não é o modelo que Cristo propõe.
E,
como um bom acadêmico, ele sempre buscava a verdade. “A verdade vos fará livres”,
diz seu epitáfio.
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