IR À PROCURA
DO SENHOR
Caros irmãos e irmãs! Como nas
festas da Epifania e do Batismo de Jesus, também a página do Evangelho de hoje propõe
o tema da manifestação do Senhor. Desta vez é João Batista que o indica aos seus
discípulos, como “o Cordeiro de Deus”, convidando-os deste modo a segui- -lo. E
assim é para nós: Aquele que contemplamos no mistério do Natal, agora somos chamados
a segui-lo na vida quotidiana.
Portanto, o Evangelho de hoje introduz-nos
perfeitamente no tempo litúrgico comum, um tempo que serve para animar e averiguar
o nosso caminho de fé na vida habitual, numa dinâmica que se move entre epifania
e seguimento, entre manifestação e vocação.
A narração do Evangelho indica
as caraterísticas essenciais do itinerário de fé. Existe um itinerário de fé, e
trata-se do percurso dos discípulos de todos os tempos, também nosso, a partir da
pergunta que Jesus dirige aos dois que, impelidos por João Batista, se põem a segui-lo:
“Que procurais?” (v. 38). É a mesma pergunta que, na manhã de Páscoa, o Ressuscitado
dirigirá a Maria Madalena: “Mulher, quem procuras?” (Jo 20, 15).
Como seres humanos, cada um de
nós está à procura: em busca de felicidade, de amor, de vida boa e repleta. Deus
Pai concedeu-nos tudo isto no seu Filho Jesus. Nesta busca é fundamental o papel
de uma verdadeira testemunha, de uma pessoa que primeiro percorreu o caminho e encontrou
o Senhor.
No Evangelho, João Batista é esta
testemunha. Por isso, pode orientar os discípulos para Jesus, que os leva a participar
numa nova experiência, dizendo: “Vinde ver”. E aqueles dois já não poderão esquecer
a beleza de tal encontro, a ponto que o evangelista menciona até a hora: “Era por
volta da hora décima”.
Somente um encontro pessoal com
Jesus gera um caminho de fé e de discipulado. Poderíamos viver muitas experiências,
fazer muitas coisas, estabelecer relações com numerosas pessoas, mas só o encontro
com Jesus, na hora que Deus conhece, pode dar sentido pleno à nossa vida e tornar
fecundos os nossos projetos e as nossas iniciativas.
Não é suficiente construir para
si uma imagem de Deus baseada em boatos; é preciso ir à procura do Mestre divino
e ir onde Ele habita. A pergunta dos dois discípulos a Jesus: “Onde moras?”, tem
um forte sentido espiritual: exprime o desejo de saber onde mora o Mestre, para
poder estar com Ele.
A vida de fé consiste no desejo
de estar com o Senhor e, portanto, numa busca contínua do lugar onde Ele mora. Isto
significa que somos chamados a superar uma religiosidade rotineira e óbvia, reavivando
o encontro com Jesus na oração, na meditação da Palavra de Deus e na frequência
dos Sacramentos, para estar com Ele e dar frutos graças a Ele, à sua ajuda, à sua
dádiva.
Procurar Jesus, encontrar Jesus,
seguir Jesus: este é o caminho. Procurar Jesus, encontrar Jesus, seguir Jesus. A
Virgem Maria nos sustenha neste propósito de seguir Jesus, de ir e estar onde Ele
mora, para ouvir a sua Palavra de vida, para aderir Àquele que tira o pecado do
mundo, para nele encontrar esperança e impulso espiritual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário