QUE DEVO FAZER PARA TER A VIDA ETERNA?
- Diante do que ouvimos na liturgia da Palavra de hoje, podemos nos perguntar: Estou certo no que tenho feito? Que devo fazer para ter a vida eterna? Isso é bom, porque nos tira do lugar cômodo que estamos acostumados. Esta busca nos aproxima de Jesus. Ele não veio "para abolir a Lei, mas dar-lhe pleno cumprimento" (Mt 5,17). Na sua presença aprendemos o verdadeiro sentido das riquezas no projeto de Deus. Ele, como ouvimos na segunda leitura, é a Palavra viva, eficaz, cortante e penetrante. Deixemos que Ela nos atinja.
- Observemos os dez mandamentos, neles está resumida a verdadeira sabedoria de vida. No livro da Sabedoria, Salomão soube reconhecer que ao invés de riquezas, é preferível a sabedoria que vem de Deus. Perto dela, ouro, prata e todos os bens são como nada. A proposta de Jesus segue a mesma reflexão a respeito do desprendimento. Para Jesus, a riqueza pode até ser um empecilho para entrar no Reino. Não é possível servir a dois senhores. Como é difícil libertar-se desse entrave!
- Para entrar no Reino é preciso partilhar. A nós não basta ter a consciência tranquila, a exemplo do jovem que dizia que tinha observado os mandamentos materialmente. Não basta não ter prejudicado os outros ao acumular suas riquezas; precisamos exercer a bondade e misericórdia em benefício dos mais necessitados. Quem não renuncia a tudo o que tem, continua amarrado e não pode ser discípulo de Jesus. Não se pede ao rico que não tenha nada, mas que se comprometa com os pobres. Preocupemo-nos em juntar nosso tesouro no céu, e não acumular na terra, "onde a traça e a ferrugem corroem" (Mt 6,19).
- Celebrar a Sagrada Liturgia é aproximar-se do Mestre, buscar a vida eterna e tudo submeter a essa busca. É pedir humildemente a verdadeira sabedoria e lucidez. Que não aconteça que andemos por aí enganados e iludidos. As nossas ações litúrgicas e gestos humanitários, devem levar a sério a lógica da partilha e do desprendimento. Entremos em comunhão com Deus. Ele não quer nada para si! Sempre nos envia aos pobres para com eles aprendermos a solidariedade, a partilha, a justiça e a paz. Com Deus, aprendamos a traduzir nossa vida e nossos bens em dom para os outros. Esta é nossa missão! É a maneira sábia de viver. O importante é libertarmo-nos de tudo aquilo que faz concorrência a Deus.
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