MEMBROS DE UM CORPO: Ora, assim, como o corpo é um e têm
muitos membros, porém os membros de um corpo, sendo muitos, são um só corpo,
assim também o Cristo (12). sicut enim corpus unum est et membra habet multa
omnia autem membra corporis cum sint multa unum corpus sunt ita et
Christus. Paulo
usa duas alegorias, comparando a Igreja e seus membros com o Cristo total: o
templo (1 Cor 3, 16) e esta alegoria se refere ao corpo. Na primeira, visa cada
cristão em particular, como templo em que habita o Espírito Santo. Nesta outra
alegoria é contemplada a comunidade dos cristãos como um só corpo com Cristo,
formando o complemento ou plenitude, como geralmente se traduz a palavra plëroma. A ideia paulina é
que, assim como a alma unifica todos os membros de um corpo, assim também o
Espírito, recebido no batismo e do qual estamos como possuídos, vivifica e une
todos os membros da comunidade num corpo, que é o corpo místico, mas real, do
Cristo. A ideia principal é o aspecto do batismo que é a identificação do
cristão com Cristo, pois é uma imersão continua no Espírito de Jesus (Rm 6,
3-5). O batismo não é uma cerimônia de iniciação para formar parte de uma
comunidade eclesial, mas a imersão dentro do Espírito que nos une num só corpo
como o espírito vital une os membros para formar um único corpo material. Por
isso, dirá Paulo: não
vivo eu, mas é Cristo que vive em mim (Gl 2, 20). O próprio
Jesus usa a alegoria do sarmento e da videira para afirmar que estamos vivendo
da seiva do tronco, que é ele mesmo (Jo 15, 5). Mas aqui, para Paulo, o
importante é a unidade em que se unificam os membros e a mútua ajuda, sem
diferenças de preeminência entre eles. Isso é mais importante quando tratamos
dos carismas que parecem dividir e graduar os diversos carismáticos entre si.
IGREJA COMO CORPO: Pois, também num só Espírito, todos nós
em um só corpo fomos batizados [ebaptisthëmen
<907>=baptizati], já judeus, já grego, já escravos, já
nascidos livres, e todos temos bebido num só Espírito (13). etenim in uno
Spiritu omnes nos in unum corpus baptizati sumus sive Iudaei sive gentiles sive
servi sive liberi et omnes unum Spiritum potati sumus. BATIZADOS: Paulo
inicia aqui sua argumentação, baseada no batismo, que não é uma pura imersão em
água, mas no Espírito. Os Cristãos, pelo batismo, estão imersos no Espírito
Divino, assim como os picles estão imersos no vinagre, como diz o médico
Lisander ao explicar a palavra baptizo.
Somos como peixes imersos na água, mas agora peixes imersos no Espírito. Talvez
por isso, Jesus tomou como discípulos pescadores aos quais chamou para serem
pescadores de homens. BEBIDO: Se
não bastasse o batismo que gera uma nova vida, esta é nutrida pela bebida comum
que é o Espírito, como nutriente e não unicamente como meio em que nos
encontramos, como peixes na água. De modo que o meio e o alimento é comum, o
que sucede com os membros de um corpo único. As diferenças entre os judeus e gregos
que constituíam o muro de divisão (Ef 2, 14) religiosa e entre escravos e
livres que formavam a divisão sociológica, não têm causa lógica de existir. A
unidade em Espírito, que implica a unidade como corpo, prevalece sobre estas
divisões que são externas e circunstanciais. Há quem veja na frase temos bebido num só Espírito o
sacramento da confirmação ou imposição das mãos que era recebido de imediato
após o batismo, na época apostólica e que, mais tarde, foi separado como
diferente do batismo. Ver At 19, 3-6 em que Paulo impôs as mãos aos
neobatizados e começaram a falar em línguas de modo a receberem o Espírito
Santo (idem 19, 2).
OS MUITOS MEMBROS: Pois também o corpo não é um só membro,
mas muitos (14). Nam et corpus non est unum membrum sed multa. Paulo retoma a alegoria do corpo e
chama a atenção dos leitores para a diversidade dos membros num único corpo. O
corpo é a Igreja, ou comunidade dos discípulos de Cristo. Os membros são os
fieis que a constituem, diversos em suas individualidades e diferentes em seus
carismas, mas que formam um conjunto que é o pléroma [plenitude, integridade] de
Cristo, ou o Cristo total (Cl 2, 9).A ideia paulina de pléroma, unida à da
soberania de Cristo, cabeça e princípio da Igreja, aparece em Ef
1,22-23: O Pai pôs todas as coisas debaixo de seus
pés, para ser a cabeça sobre todas as coisas; o deu à Igreja a qual é o seu
corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas
as coisas. Na morte de Cristo na cruz, morre o mundo velho e
nasce um mundo novo que tem como primícia Cristo e que nEle encontra a
plenitude da salvação, pois nEle Deus quis tudo centrar, e recapitular nEle
todas as coisas, tanto as do céu como as da terra (Ef 1 10). Até tal ponto está
o cristão unido a Cristo que não só é uma união de espírito, mas de carne,
porque também a vida de Jesus deve se manifestar em nossa carne mortal (2 Cor
4, 16). E assim Paulo pode afirmar: por
minha parte, completo em minha carne o que falta às tribulações de Cristo por
seu corpo (Cl 1, 24).
UNIDADE ENTRE OS MEMBROS: Se disser o pé: já que não sou mão, não
sou do corpo. Não sou para isto, não é do corpo? (15). E se disser o ouvido: já
que não sou olho, não sou do corpo, nem por isso não é do corpo (16). Si
dixerit pes quoniam non sum manus non sum de corpore non ideo non est de
corpore. Et si dixerit auris quia non sum oculus non sum de corpore non ideo
non est de corpore. Com
uma série de exemplos, Paulo argumenta sobre a unidade dos membros e o corpo
total e sobre a mútua responsabilidade; elementos menos dignos, ao parecer como
pés, comparados com mãos, não devem ser subestimados. Do mesmo modo, compara a
orelha com o olho. Vemos que, em todas as comparações, os membros são físicos,
materiais, não faculdades como podiam ser ouvido e vista, coisa que não
acontece no versículo seguinte, porque os membros são úteis em função de suas
operações, atividades e serviços.
DIFERENÇA ENTRE OS MEMBROS: Se todo o corpo olho (é), onde
o ouvido? Se todo ouvido, onde o olfato? Si totum corpus oculus ubi auditus si
totum auditus ubi odoratus. Efetivamente, um corpo vivo tem
membros, porque cada um deles exerce sua função determinada, que não pode ser
substituída por outro membro mais ou menos equivalente. Estamos chegando à meta
visada pelo apóstolo. Por que tantas divisões entre as faculdades dos cristãos
se formamos um só corpo com Cristo? A totalidade só se dá em Cristo. Nós temos
em parte a ciência, o conhecimento, e, unicamente quando chegue o que é
perfeito, é que essas faculdades desaparecerão (1 Cor 13, 9-19). Uma outra
consideração: temos colocado o verbo é em parêntese porque parece que
Paulo, semita de língua materna, não o considera necessário.
A VONTADE DIVINA: Agora, pois, (o) Deus
colocou os membros em cada um deles no corpo como quis (18). Nunc autem posuit
Deus membra unumquodque eorum in corpore sicut voluit.Seguramente
que Paulo fala do corpo da Igreja como corpo místico de Cristo. Os membros são
os fieis e cada um deles tem um carisma, um ministério, ou uma atividade
própria (1Cor 12, 4-6). Esta distribuição não depende de méritos ou aptidões,
mas é a vontade de Deus que olha as necessidades e distribui os seus dons
preferindo os homens mais simples e humildes, como escolheu os apóstolos na sua
companhia, durante o kerigma na terra.
UM MEMBRO NÃO FAZ UM CORPO: Se, portanto, forem todos um membro só,
onde o corpo? (10) Agora, pois, certamente, muitos membros, porém um só corpo
(20). Quod si essent omnia unum membrum ubi corpus. Nunc autem multa quidem
membra unum autem corpus. O
discurso paulino retoma a retórica grega e, através do significado etimológico
de corpo, reclama que um membro não pode ser separado como se fosse um corpo;
e, por outra parte, como existe um só corpo é necessário que todos os membros
pertençam a um só corpo. Cada membro tem alguma coisa a realizar, mas nenhum
tem tudo a fazer e ser.
TODOS SÃO NECESSÁRIOS: Por isso, não pode o olho dizer à mão:
não tenho necessidade de ti; ou, de novo, a cabeça aos pés: não tenho
necessidade de vós (21). Non potest dicere oculus manui opera tua non indigeo
aut iterum caput pedibus non estis mihi necessarii.m Esta é a consequência do versículo
anterior: a diversidade é questão da funcionalidade. Mas a união depende de
estarem unidos os membros num só corpo e numa só finalidade.
OS MAIS NECESSITADOS: Pelo contrário, muito mais são
necessários os membros do corpo que parecem mais débeis (22). E os que
estimamos serem mais indignos do corpo, a esses de honra mais abundante
rodeamos e os indecentes de nós têm mais abundante decência (23). Sed multo magis quae videntur ormembra
corporis infirmiora esse necessariora sunt. Et quae putamus ignobiliora membra
esse corporis his honorem abundantiorem circumdamus et quae inhonesta sunt
nostra abundantiorem honestatem habe<nt. Aqui Paulo faz uma
pequena diversão do discurso para revelar que a escolha divina, em certo
sentido, segue a nossa própria escolha em prestigiar nossos membros. Primeiro
só os membros mais débeis ou enfermos. Logicamente são os que primeiro
cuidamos. Logo fala dos menos honrosos como podem ser vísceras e partes
inferiores do corpo. Eles são os que recebem os vestidos que mais os protegem e
ocultam a sua nudez. Este parêntese serve para que nos próximos
versículos, possa o apóstolo argumentar a favor da escolha e serviço dos
membros do corpo de Cristo, feita pela vontade divina, nunca arbitrária, mas
sempre dirigida ao bem da comunidade.
OS MENOS NOBRES: Pois os nossos (membros) decentes não têm necessidade; porém o
Deus acoplou [sunekerasen <4786>=temperavit] o corpo ao carente [usterounti<5302>=cui deerat], dando maior [perissoteran
<4053>=abundantiorem] honra (24). Honesta autem nostra nullius egent sed
Deus temperavit corpus ei cui deerat abundantiorem tribuendo honorem, A
única palavra difícil é ACOPLOU, que
é a traduçãodo verbo Sugkerannumi de
significado misturar, unir e que, pelo contexto, temos usado acoplar que une os
dois significados anteriores. De modo que o significado total da frase é o de
que Deus, autor do homem diretamente, como diz o Gênese (2, 7), o formou de
maneira tal, que deu às partes mais necessitadas a maior proteção e às mais
desonradas a maior honra, jogando com carente [usterounti] e abundância [perisssoteran].
A AJUDA MÚTUA: Para não existir ruptura no corpo, mas,
no mesmo, entre si fossem solícitos os membros (23).Ut non sit scisma in corpore sed id ipsum pro invicem
sollicita sint membra. Continua Paulo, neste versículo, com a
alegoria do corpo/membros e diz o porquê dessa distinção e escolha, ao parecer
não conforme os planos sociais da época: é a conservação da unidade que poderia
ser rota pela diversidade dos membros. Necessários estes pelas diversas
funções, têm como finalidade principal a ajuda mútua, como partes de um todo
principal ao que servem e ajudam.
UNIÃO FUNCIONAL: E se um
membro padecer, todos os membros compadecem; se for honrado um membro, todos os
membros se alegram (26). Et si quid patitur unum membrum conpatiuntur omnia membra
sive gloriatur unum membrum congaudent omnia membra. Finalmente,
Paulo encontra essa unidade funcional na dor e na alegria que é comum a todos
os membros como partes de uma unidade em que todos são um e único corpo. E
termina aqui essa sua consideração da relação entre membros e corpo para
iniciar, no versículo seguinte, suas deduções sobre o corpo de Cristo e seus
membros, que são os fieis da Igreja.
FIEIS COMO CORPO DE CRISTO: Vós
sois o corpo de Cristo e membros em particular [ek
merous<3313>=membro](27). Vos autem estis corpus Christi et
membra de membro. A primeira conclusão da alegoria é que o
comparado na alegoria é o corpo
de Cristo. Mas não é o Cristo histórico, senão o Cristo
vivo nos seus novos membros, que são os fieis da igreja, a qual descreverá como
uma forma viva unida, e diversa pela sua atuação dentro da comunidade. A
palavra que traz uma pequena dificuldade é EM PARTICULAR, tradução do grego Meros. Esta palavra
tem o significado de parte, porção e indivíduo, em respeito a uma comunidade. A
frase ek merous tem
o significado de individualmente, ou em particular. Traduziríamos, pois, membros, como parte do mesmo.
CARISMAS DIVERSOS: E, certamente, os que colocou (o) Deus na Igreja, em lugar preeminente [pröton<4412>=primum] apóstolos, em segundo profetas, em terceiro mestres [didaskalaous<2814>=doctores], depois poderes [dunameis<1411>=virtutes], logo carismas de cura, ajudas [antilëpseis<484> =opitulationes] governos [kubernëseis<914> =gubernationes], famílias de línguas (28). Et quosdam quidem posuit Deus in ecclesia primum apostolos secundo prophetas tertio doctores deinde virtutes exin gratias curationum opitulationes gubernationes genera linguarum. Já temos explicado em 12, 3-6 os diversos carismas. Agora, nesta nova lista, entram alguns ministérios [do ponto de vista sobrenatural dons espirituais] que devemos explicar.
PREEMINENTEMENTE: o Prötos é primeiro em tempo ou lugar, primeiro como categoria, chefe, principal, como adjetivo; e como advérbio [pröton, o nosso caso], primeiramente ou em lugar preeminente. Ou seja, de todos os membros, o apóstolo era o principal, pois sem eles não haveria testemunho. E a Igreja era fundada sobre o testemunho dos apóstolos. Por isso dirá Pedro, ao escolher o substituto de Judas, que devia ser um homem constituído testemunha de sua ressurreição (de Cristo), que acompanhou Jesus, a começar pelo batismo de João até o dia em que foi arrebatado ao céu (At 1, 21-22). Isso dizia seguindo o mandato de Jesus, que promete o Espírito Santo para que sejam suas testemunhas em Jerusalém, em Samaria e até os confins de toda a terra (At 1, 8). E Paulo, não se inclui entre as falsas testemunhas, ao se identificar com as testemunhas da ressurreição do Senhor (1 Cor 15, 15). Quem eram os apóstolos? Em primeiro lugar, os escolhidos por Jesus, ou seja, os doze (Mt 10, 2). Logo, os escolhidos pelo Espírito Santo: Matias (At 1, 26), Paulo e Barnabé (At 13, 2 e 2 Tm 1, 11). E talvez tenhamos que incluir alguns mais, como Silas, ou o grupo dos setenta e dois (Lc 10, 11). Entende-se que é em nome de Jesus que atua o apóstolo com plenos poderes para ligar e desligar (Mt 18, 18) e para ensinar (Mt 16,20 e Jo 14, 26). Este ministério tem sua atuação em todos os tempos através da sucessão apostólica, como foi o caso de Timóteo que recebeu o dom [charisma] mediante profecia e imposição das mãos do presbitério (1 Tm 4, 14). Nisso se distingue a Igreja Católica dos evangélicos. Estes, sem muita lógica, se temos em conta o texto anteriormente citado, pretendem que os carismas provêm diretamente do Espírito, que os dá como quer e os admitem nos tempos modernos; mas rejeitam os que, como em Timóteo, são concedidos pela imposição das mãos dos presbíteros. A razão é que com os apóstolos terminam não só a revelação, mas também os ministérios.
PROFETAS: Um profeta não é um revelador do futuro, mas uma pessoa que fala em nome de Deus. Tais eram Estêvão (At 7 ) e Filipe (At 8, 4-8) com suas quatro filhas (At 21, 9) e, de modo especial, os da Igreja de Antioquia (At 13, 1). Também temos casos de profecia estrita por predizer o futuro, como é o caso de Ágabo (At 11, 27-28). Paulo coloca a profecia numa categoria superior a todos os demais carismas gratuitos, que ele chama de espirituais (1Cor 14, 1). Como conhecer o verdadeiro profeta? a) Critério negativo: Paulo declara-o em 1 Cor 12. 3: ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma Anátema[=maldito] Jesus. b) Critério positivo: se disseres no teu coração, como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que quando esse profeta falar em nome do Senhor e a palavra dele não se cumprir, nem suceder como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse ( Dt 18m 21-22). No mundo atual, temos as profecias de Fátima. Cumpriram-se; e a Igreja admitiu a intervenção divina e bondosa de Maria. Pelo contrário, os adventistas proclamaram o fim do mundo inúmeras vezes e inutilmente. Por que acreditar neles?
MESTRES: Temos visto que os apóstolos foram os grandes mestres, como discípulos diretos de Cristo, o Mestre da verdade que só tinha palavras de vida eterna (Jo 6, 68). A Igreja declarou doutores esses mestres das verdades eternas como Atanásio e Ambrósio no século IV. Diante de fenômenos místicos, serão Juan de la Cruz e as mulheres Catarina de Siena com Teresa de Ávila, mestres dos caminhos da oração de contemplação e quietude e, finalmente, os caminhos da infância encontrarão em Teresa de Lisieux a doutora contemporânea. Um total de 33 doutores que a Igreja propõe à nossa consideração como guias seguros do caminho da santidade. A riqueza desses doutores é tal que, segundo um autor, mesmo que não existissem as Escrituras no NT, as místicas doutoras teriam suficientes palavras para as substituir.
DUNAMEIS: o grego significa força, poder e logicamente o poder de realizar milagres. É por isso, que dentre as palavras bia<970>, energeia<1753>, kratos<1904>, exousia<1849>, ischus<2479> os evangelistas traduzem o milagre por dunamis, como em Mt 7,22, que o latim traduz por virtus [=força], e que no hebraico era mofet <04159> significando coisa maravilhosa, prodígio. Dos apóstolos vemos como continuam confirmando a fé com milagres, que em Paulo são descritos como fatos não comuns, ou extraordinários (AT 19, 11).Usa-se também a palavra teras<5059> porém só em três ocasiões nos evangelhos (Mt 24, 24;Mc13, 22 e Jo 4, 48), e é para desacreditar falsos profetas que produziriam falsos prodígios ou como diz João se não vedes sinais e prodígios não crereis (4, 48). Para o quarto evangelista, eram sinais [semeia] como em 3, 2 quando Nicodemos afirma que são sinais que não podem ser ignorados. Na Igreja moderna, todo santo tem realizado 2 milagres post mortem e muitos tiveram fama de taumaturgos [thauma=admirável e ergon=obra], entre eles Fr. Escova, ou S. Martin de Porres.
CARISMAS DE CURA: Vemos como colocavam os doentes a fim de que à passagem de Pedro, ao menos a sua sombra caísse em algum deles (At 5, 15). É uma incoerência de certos teólogos modernos que, admitindo estes textos da Escritura, logo duvidam dos taumaturgos da idade Média ou Moderna, porque eles não são testemunhas dos milagres na época atual. Como dizia S. Bento Cottolengo, Deus se acomoda aos nossos modos de pensar: obra de modo comum com aqueles que dele esperam coisas comuns e racionais e de forma extraordinária com os que dele esperam sua colaboração extraordinária.
AJUDA: o Antilëpsis é
ajuda mútua, sendo apax neste
versículo e é traduzido como ministério dos diáconos que tomam conta de doentes
e pobres. Em 2Mc 15, 17 encontramos que o
Macabeu esperava que Deus viria em seu auxílio. E o latim
traduz como socorro ou auxílio. Como vemos, esse dom é dos que poderíamos
chamar modo humano,
que tem em tempos modernos em Teresa de Calcutá uma expressão bem qualificada.
GOVERNO: o Kubernësis é o dom
de saber governar, que
também só sai unicamente neste versículo no NT. É também em grande parte um
dom, modo humano, em que a eleição comunitária parece ser o totum essencial,
mas que a intervenção divina se oculta em seus desígnios através da vontade
humana, como aconteceu com os antigos presbíteros e hoje com os bispos da
Igreja. Finalmente o dom de Línguas do qual temos dado suficiente notícia no
domingo anterior.
CARISMAS INDIVIDUAIS: Por acaso são todos apóstolos ou
todos profetas , ou todos mestres, ou todos poderes? (29). Ou todos têm carismas de cura ou todos
falam línguas ou todos interpretam? (30). Numquid omnes apostoli numquid
omnes prophetae numquid omnes doctores. Numquid omnes virtutes numquid omnes
gratiam habent curationum numquid omnes linguis loquuntur numquid omnes
interpretantur.Nestes versículos, Paulo toma a alegoria do corpo
para indicar que os carismas são como os membros do corpo: individuais e entre
si não cambiáveis. A cada fiel é dado um carisma especial, fora de alguns como
o próprio Paulo que de si mesmo dirá que tem o dom de línguas em maior degrau
que todos os de Corinto (14, 18) e que se declara apóstolo, que
evangeliza em demonstração do Espírito e do poder de Deus (1 Cor 2, 4).
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0301.htm
(*) Extraído do site
Presbíteros - Elaborado pelo Pe. Ignácio, dos padres escolápios.
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