1 - Batismo
O Batismo é entendido como o sacramento
que abre as portas da vida cristã ao batizado, incorporando-o à comunidade
católica, ao grande Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja em si. Este ritual
de iniciação cristã é feito normalmente com água sobre o batizando, através de
imersão, efusão ou aspersão. Ou, utilizando outras palavras do Compêndio do
Catecismo da Igreja Católica, "o rito essencial deste sacramento consiste
em imergir na água o candidato ou em derramar a água sobre a sua cabeça,
enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". O
Baptismo significa imergir "na morte de Cristo e ressurgir com Ele como
nova criatura" .
O Batismo perdoa o pecado original e
todos os pecados pessoais e as penas devidas ao pecado. Possibilita aos
batizados a participação na vida trinitária de Deus mediante a graça
santificante e a incorporação em Cristo e na Igreja. Confere também as virtudes
teologais e os dons do Espírito Santo. Uma vez batizado, o cristão é para
sempre um filho de Deus e um membro inalienável da Igreja e também pertence
para sempre a Cristo.
Embora o Batismo seja fundamental para a
salvação, os catecúmenos, todos aqueles que morrem por causa da fé (Batismo de
sangue), [...] todos os que sob o impulso da graça, sem conhecer Cristo e a
Igreja, procuram sinceramente a Deus e se esforçam por cumprir a sua vontade
(Batismo de desejo), conseguem obter a salvação sem serem batizados porque,
segundo a doutrina da Igreja Católica, Cristo morreu para a salvação de todos.
Quanto às crianças mortas sem serem batizadas, a Igreja na sua liturgia
confia-as à misericórdia de Deus, que é ilimitada e infinita.
Na Igreja Católica, o Batismo é dado
tanto às crianças como aos convertidos adultos que não tenham sido antes
batizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é
considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito
chega diretamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da
intenção, do sacerdote).
Mas, a Igreja Católica insiste no
batismo às crianças porque "tendo nascido com o pecado original, elas têm
necessidade de ser libertadas do poder do Maligno e de ser transferidas para o
reino da liberdade dos filhos de Deus" . Por essa razão, a Igreja
recomenda os seus fiéis a fazerem tudo para evitar que uma pessoa não batizada
venha a morrer em sua presença sem a graça do batismo. Assim, embora o
sacramento deva ser ministrado por um sacerdote, diante de um enfermo não
batizado, qualquer pessoa pode e deve batizá-lo, dizendo "Eu te batizo, em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", enquanto que, com o polegar da
mão direita, desenha uma cruz sobre a testa, a boca e o peito do enfermo.
O fato de que o batismo seja geralmente
ministrado a crianças recém-nascidas, que, por isso, não estão entrando na vida
cristã por vontade própria, explica que se requeira a estas pessoas a recepção
de um outro sacramento, a Crisma, quando cheguem a uma idade em que tenham
discernimento e capacidade intelectual suficiente para professarem
conscientemente a sua fé e decidirem se querem ou não permanecer na Igreja
Católica. Se sim, então estarão, neste caso, confirmando a decisão que os seus
pais ou responsáveis fizeram em seu nome no dia do seu batismo. Entretanto,
como este sacramento imprime caráter, quem recebeu o batismo, independente de
que o confirme ou não através do sacramento do Crisma ou Confirmação, estará
batizado para sempre.
Na Igreja Católica, o sacramento do
batismo tem vários símbolos, mas existem quatro principais, que são eles: água,
óleo, veste branca e a vela. Cada um representa um mistério na vida do
batizado. Além desses símbolos (que são os principais) o rito romano ainda
estabelece o sal, mas este símbolo só é usado conforme as orientações pastorais
das Igrejas particulares.
Vejamos os significados dos símbolos:
- Água: Representa a passagem da vida
"pagã" para uma "nova vida". Ela tem o fator de
purificação, lavando-nos do pecado original.
- Óleo: Representa a fortaleza do
Espírito Santo. Antigamente, os lutadores usavam o óleo antes das lutas para
deixarem seus músculos rígidos e assim poderem vencer. Na nova vida adquirida pelo
batismo ele tem a mesma função, revestir o batizado para as lutas cotidianas
contra as ciladas do maligno.
- Veste branca: Representa a nova vida
adquirida pelo batismo. Quando tomamos banho vestimos uma roupa limpa, no
batismo não seria diferente. Somos lavados na água e vestidos de uma nova vida.
- Vela: Tem dois significados: o
Espírito Santo e o dom da fé. Pelo batismo somos revestidos de muitas graças e
a principal é o Espírito Santo, pois seremos unidos a Deus como filhos para
sermos santificados e esta santificação é realizada através do Espírito Santo.
A fé é um dom fundamental para nossa vida, é através dela que reconhecemos Deus
e por ela recebemos as suas graças.
2 - Crisma ou Confirmação
Confirmação do Batismo ou Crisma o
batizado reafirma sua fé em Cristo, sendo ungido durante a cerimônia, recebendo
os sete dons do Espírito Santo. A unção é feita pelo Bispo ou padre autorizado,
com óleo abençoado na quinta-feira da Semana Santa.
É um sacramento instituído para dar
oportunidade a uma pessoa - que foi batizada por decisão alheia e que tem,
perante a Igreja, compromissos assumidos por outras pessoas em seu nome diante
da pia batismal – de confirmar o desejo de ser membro da família cristã dentro
da Igreja Católica e de reafirmar aqueles compromissos, depois de atingir a
“idade da razão”.
Simplificadamente, a cerimônia consiste
na renovação das “promessas do batismo”, mediante perguntas do Bispo, que em
geral a preside, feitas em voz alta e do mesmo modo respondidas pelo crismando
perante a comunidade.
Como o batismo, o Crisma também imprime
caráter, podendo ser ministrado apenas uma vez a cada pessoa.
Por ser um ato de afirmação de
compromissos, a pessoa pode jamais receber a crisma ou, indo participar da
cerimônia, deixar de confirmar esses compromissos.
De qualquer modo, quem não foi crismado
ou quem se recusou a renovar os compromissos do batismo, pode fazê-lo em
qualquer tempo.
O Crisma é, portanto, um sacramento
dependente, complementar ao batismo, já que não tem qualquer significação se
ministrado a quem não tenha sido batizado.
3 - Eucaristia
É a celebração em memória de Cristo,
recordando a santa ceia, a paixão e a ressurreição, em que o Cristão recebe a
hóstia consagrada.
É o sacramento culminante, que dá aos
fieis a oportunidade de receber e ingerir fisicamente o que consideram como
sendo o corpo de Jesus Cristo, em que se transformou o pão consagrado pelo
sacerdote, assim como o vinho se transforma no Seu sangue.
No sacramento da Eucaristia, a hóstia
consagrada (o pão) é distribuída aos fiéis, que a colocam na boca e ingerem
lenta e respeitosamente.
Para receber a hóstia, o fiel deve estar
em “estado de graça”, ou seja, deve ter antes confessado os seus pecados e
recebido o perdão divino através do sacramento da Confissão ou Penitência.
A consagração não faz parte do
sacramento da eucaristia. É um rito precedente e separado. É um ato que só os
sacerdotes têm o poder de praticar.
A Igreja Católica sustenta que, quando o
sacerdote pronuncia as palavras rituais “Isto é o meu corpo” em relação pão e
“Isto é o meu sangue” em relação vinho, acontece um fenômeno chamado
transubstanciação, ou seja, a substância material que constitui o pão se
converte no corpo de Cristo e a que constitui o vinho se transmuda no Seu
sangue.
O pão transubstanciado é distribuído aos
fiéis que, ao ingerirem a hóstia estão ingerindo o corpo de Cristo. A
Eucaristia é considerada o sacramento da ação de graças, na acepção da palavra
original grega εὐχαριστία (transc. "eukharistia").
4 - Reconciliação ou Penitência
É a confissão dos pecados a um
sacerdote, que aplica a penitência para, uma vez cumprida, propiciar a
reconciliação com Cristo. Por outras palavras, é o sacramento que dá ao cristão
católico a oportunidade de reconhecer as suas faltas e, se delas estiver
arrependido, ser perdoado por Deus.
O reconhecimento das faltas é a sua
confissão a um sacerdote, que pode ouvi-la em nome de Deus e conceder àquele
fiel o Seu perdão.
Do ponto de vista formal, o confessante
se ajoelha perante um sacerdote, o confessor, e a ele declara que pecou, que
deseja confessar o que fez e pedir a Deus que perdoe os seus pecados.
Após ouvi-lo, cabe ao sacerdote oferecer
as suas palavras de conselho, de censura, de orientação e conforto ao
penitente, recomendando a penitência a ser cumprida.
O confessado deve rezar a oração
denominada Ato de Contrição, após o que o sacerdote profere as palavras do
perdão e abençoa o penitente, que se retira para cumprir a penitência que lhe
foi prescrita.
A Igreja Católica considera o sacramento
da penitência um ato purificador, que deve ser praticado antes da Eucaristia,
para que esta seja recebida com a alma limpa pelo perdão dos pecados. Mas,
entende-se também que esse efeito purificador é salutar, sendo benéfico para o
espírito cada vez que é praticado.
Um dos mais rígidos deveres impostos ao
sacerdote pela Igreja é o segredo da confissão.
O sacerdote é rigorosamente e totalmente
proibido de revelar o que ouve dos fiéis no confessionário. O descumprimento
desse dever é considerado um dos maiores e mais graves pecados que um sacerdote
pode cometer e o sujeita a penalidades severíssimas impostas pela Igreja.
5 - Unção dos enfermos
A Unção dos enfermos é o sacramento pelo
qual o sacerdote reza e unge os enfermos para estimular-lhes a cura mediante a
fé, ouve deles os arrependimentos e promove-lhes o perdão de Deus. Este sacramento
pode ser dado a qualquer pessoa que se encontra em estado de enfermidade, e não
somente a pessoas que estão em estado de falecer a qualquer momento.
6 - Ordem
O sacramento da ordem concede a
autoridade para exercer funções e ministérios eclesiásticos que se referem ao
culto de Deus e à salvação das almas. É dividido em três graus:
O Episcopado: Confere a plenitude da
ordem e torna o candidato legítimo sucessor dos apóstolos e lhe é confiado os
ofícios de ensinar, santificar e reger.
O Presbiterado: Configura o candidato ao
Cristo sacerdote e bom pastor. É capaz de agir em nome de Cristo cabeça e
ministrar o culto divino.
O Diaconato: Confere ao candidato a
ordem para o serviço na Igreja, através do culto divino, da pregação, da
orientação e sobretudo, na caridade.
7 - Matrimônio
O sacramento que, estabelecendo e
santificando a união entre um homem e uma mulher, funda uma nova família
cristã. Matrimônio é o casamento entre homem e mulher, celebrado na Igreja e
santificado na indissolubilidade e na fidelidade;
É um dos sacramentos que imprimem
caráter, embora de forma distinta do batismo, da crisma e da ordem. Estes três
últimos deixam no fiel que o recebe uma marca indelével que o acompanha por toda
a eternidade. Quem foi batizado ou crismado, quem foi ordenado sacerdote terá
essa condição independente de qualquer coisa, inclusive de que decida depois
converter-se a outro credo religioso ou abandonar o sacerdócio.
O matrimônio imprime caráter sobre o
casal, sobre o conjunto que os dois nubentes passaram a formar, e é, por isso,
doutrinariamente indissolúvel. O caráter impresso pelo matrimônio se dissolve
com a morte de um dos cônjuges. É um sacramento que só se consuma havendo dois
participantes. A morte de um dissolve o casal, extinguindo o matrimônio.
Outra característica peculiar do sacramento do matrimônio é que não é ministrado pelo sacerdote, mas pelos noivos que, realizando o sacramento perante a Igreja, pedem e recebem do sacerdote a bênção para a nova família que está nascendo.
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