Paulo Roberto, brasileiro, “desfigurado pela dor e transfigurado pelo amor”
Gabriel Vila Verde | Facebook
Pe. Gabriel Vila Verde
"Quando o caixão foi aberto, ao invés do cheiro que exalava em vida,
seu corpo exalou um suave perfume de rosas"
O pe. Gabriel Vila Verde compartilhou em
sua rede social a impactante história de um brasileiro a quem denominou “o santo
sem rosto”: Paulo Roberto, atingido por um agressivo câncer de pele e que, antes
de morrer, resumiu a própria história como “rosto de Deus desfigurado pela dor,
transfigurado pelo amor”.
Eis o relato do pe. Gabriel:
“Como havia prometido na live da última terça-feira,
apresento a vocês a história de Paulo Roberto, nascido em Carapicuíba, SP. Vítima
de um agressivo câncer de pele, padeceu por 18 anos com esta enfermidade. Seu corpo
fedia como um cadáver e poucos eram aqueles que tinham coragem de se aproximar.
Seu rosto era coberto com um véu, para que os mosquitos não pousassem nele.
Os padres Henrique e Antonello, fundadores
da Aliança de Misericórdia, descobriram o Paulo Roberto e se tornaram amigos, fazendo
dele um ‘membro’ da comunidade. Paulo era um místico! Revelou que, na infância,
Jesus perguntou a ele se estava disposto a sofrer, e ele aceitou abraçar a cruz.
Por várias vezes, Paulo Roberto participou
dos encontros da Aliança, dando seu testemunho de fé. Muitos que viviam nas drogas
e na imoralidade sexual deixaram o pecado pelo testemunho de Paulo. Sua alegria
era contagiosa! De vez em quando, as moscas pousavam em sua face e deixavam larvas
que se reproduziam na carne. Era grande o sofrimento, mas ele não se deixava abater”.
Desfigurado pela dor e transfigurado
pelo amor
Prossegue o pe. Gabriel:
“[Paulo Roberto] faleceu no dia 10 de janeiro
2002. Antes de morrer, pediu à mãe que cobrisse seu rosto no caixão e colocasse
no pano a seguinte frase: ‘Rosto de Deus desfigurado pela dor, transfigurado pelo
amor’.
Quando o caixão foi aberto, ao invés do cheiro
podre que exalava em vida, seu corpo exalou um suave perfume de rosas.
No seu testamento, ele escreveu coisas belíssimas,
das quais transcrevo algumas:
‘Compreendi que meu sofrimento não é maior
que o dos outros, pois sempre existirá alguém sofrendo mais do que eu… compreendi
que o Terço é a chave da vitória, é a cópia da chave da grande porta da nossa casa…
entendi que só existem duas grandes palavras: a primeira é o amor, e a segunda é
o silêncio’.
Meus irmãos, que este testemunho nos converta
verdadeiramente! Há poucos dias discutíamos sobre os rostos de Jesus e de Maria,
mas será que conseguimos enxergar Jesus no rosto de Paulo Roberto? Pois bem: eis
o verdadeiro rosto do Cristo! Quem não enxergar Cristo nos que sofrem, jamais verá
o Cristo na glória”.
A história de Paulo Roberto
De acordo com o site da Aliança de Misericórdia,
Paulo Roberto nasceu de família humilde, no interior de São Paulo. Apesar da deficiência
de pele que o acompanhava desde o nascimento e de todas as idas e vindas aos hospitais,
ele foi uma criança feliz que “gostava de brincar”. Quando tinha 7 anos de idade,
porém, foi confirmado o diagnóstico de câncer de pele. Sua vida, já marcada pela
dor, “tornou-se um calvário”. Paulo foi sendo pouco a pouco desfigurado pelo câncer,
ficou cego e entrou para vida eterna aos 19 anos de idade.
“Seu exemplo tornou-se mais vivo e marcante na história da Aliança de Misericórdia. Mesmo após sua partida, ainda nos tocam as suas palavras e o seu testemunho de santidade e realização. Como ele mesmo afirmava, ‘eu sou a pessoa mais feliz do mundo'”.
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