sábado, 5 de março de 2022

TENTADOS À EXEMPLO DO MESTRE

Este tempo quaresmal é uma boa ocasião para recuperar a alegria e a esperança que nos vem do fato de nos sentirmos filhos amados do Pai. Pai que nos espera para livrar-nos das vestes do cansaço, da apatia, da desconfiança e revestir-nos com a dignidade que só um verdadeiro pai e uma verdadeira mãe sabem dar aos seus filhos, as vestes que nascem da ternura e do amor.

O nosso Pai é, na verdade, pai duma grande família, é Pai nosso, é um Deus que Se entende de família, de fraternidade, de pão partido e partilhado - é o Deus do «Pai Nosso», não do «pai meu e padrinho vosso», ... em cada um de nós está inscrito e vive o sonho de sermos filhos de Deus.

Deste modo, a Quaresma é, antes de tudo, tempo de conversão, porque experimentamos na vida de cada dia que tal sonho é continuamente ameaçado pelo diabo, que nos quer separar, gerando uma sociedade dividida e conflituosa, uma sociedade de poucos e para poucos.

Quantas vezes experimentamos na nossa própria carne ou na carne da nossa família, na dos nossos amigos ou vizinhos a amargura que nasce de não sentir reconhecida esta dignidade que todos trazemos dentro. Quantas vezes tivemos de chorar e arrepender-nos, porque nos demos conta de não ter reconhecido tal dignidade nos outros. Quantas vezes – digo-o com tristeza – permanecemos cegos e insensíveis perante a falta de reconhecimento da dignidade própria e alheia.

A Quaresma é também tempo para abrir os olhos para as injustiças que atentam diretamente contra o sonho e o projeto de Deus, tempo de desmascarar aquelas três grandes formas de tentação que procuram arruinar a verdade a que fomos chamados: a riqueza, a vaidade e o orgulho.

Três tentações de Cristo, mas também três tentações que o cristão enfrenta diariamente. Três tentações que procuram degradar, destruir e tirar a alegria e o frescor do Evangelho; que nos fecham em um círculo de destruição e pecado. Temos de escolher Jesus, e não o diabo, e a Igreja oferece-nos o tempo da Quaresma convidando-nos à conversão, na certeza de que em Deus está nossa espera e quer curar o nosso coração de tudo aquilo que o degrada - é o Deus cujo nome é misericórdia, nome no qual repomos toda a confiança!

(Homilia do Papa Francisco, 14 de fevereiro de 2016, Ecatepec - México.)

http://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/06-de-marco-de-2022---1-quaresma.pdf

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