REFLEXÃO DOMINICAL I
O REINO ESTÁ PRÓXIMO
- A liturgia deste
domingo convida-nos a uma conversão profunda em nós mesmos, de forma que nossos
valores fundamentais sejam os valores do Reino.
- Na primeira leitura, Isaías apresenta a
personagem que será o instrumento de Deus na realização do reino de justiça e
paz, e que será animada pelo Espírito. Esse Espírito confere a esse enviado as
virtudes dos seus antepassados: sabedoria e inteligência como Salomão, espírito
de conselho e de fortaleza como Davi, espírito de conhecimento e de temor de
Deus como os patriarcas e profetas.
- O profeta apresenta ainda o quadro desse
mundo novo que o Messias vai instaurar. Ele trará a paz e fará cumprir o
projeto inicial que Deus tinha para o mundo e para o homem: é a superação do
desequilíbrio, do conflito, da divisão que o pecado introduziu no mundo.
- No primeiro
paraíso, o homem escolheu ser adversário de Deus e a viver no orgulho e na
autossuficiência. Agora, por ação do Messias, ele regressou à comunhão com o
seu Criador e passou a viver no conhecimento de Deus. É o regresso ao paraíso
original. Para nós, cristãos, Jesus Cristo é o Messias que veio tornar
realidade o sonho do profeta.
- Na segunda
leitura, Paulo exorta os cristãos a vencer qualquer tipo de egoísmo e a não
fazerem discriminações, mas a acolherem todos. Aponta como exemplo o próprio
Cristo, que acolheu todos os homens. A comunidade cristã, como rosto visível de
Cristo no mundo, tem de ser o lugar do amor, da acolhida fraterna e da
harmonia. Com bastante frequência encontramos comunidades onde os irmãos estão
divididos: criticam os outros, tomam atitudes agressivas, discriminam aqueles
que não entram na sua "panelinha". Empenhados ao poder, fazem tudo
para dominar os outros e para afirmar a sua superioridade.
- No Evangelho,
João Batista anuncia que o Reino está próximo. Sua figura nos interpela a
questionar as nossas prioridades e valores fundamentais. A prioridade de João
Batista é o anúncio do Reino dos céus. E o Reino é despojamento, simplicidade,
amor total e dom da vida. São esses valores que ele procura anunciar, com
palavras e com atitudes.
- João prega a
conversão e o Reino de Deus. É uma conversão urgente, porque esse reino está
próximo. Esta mensagem é destinada a todos. Porém, João tem palavras duríssimas
aos fariseus e saduceus: "raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira
que está para vir? Não penseis que basta dizer: Abraão é nosso pai". João
avisa que não há salvação assegurada obrigatoriamente a quem tem o nome
inscrito nos registros do povo eleito. É preciso viver em contínua conversão e
fazer as obras de Deus: "toda a árvore que não dá fruto, será cortada e
lançada ao fogo". Ou seja, é importante para a salvação receber os
sacramentos da Igreja, mas não basta ter o nome inscrito no livro de registros
de batismo da paróquia, nem no livro de registro de casamentos, nem ter posto
os filhos na catequese e aparecer lá somente para tirar fotografias na festa da
primeira comunhão. E ainda: não basta dizer aquela frase clichê "sou feliz
por ser católico", mas é preciso uma conversão séria, empenhada ao Reino e
aos seus valores e uma vida coerente com a fé que escolhemos quando fomos
batizados.
- O batismo de João significava o
arrependimento e o perdão dos pecados. No entanto, ele avisa: "aquele que
vem depois de mim batizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo". De fato, o
batismo de Jesus vai muito além do batismo de João: confere a quem o recebe, a
vida de Deus e torna-o "filho de Deus". Além disso, implica uma
incorporação na Igreja e a participação ativa na sua missão. Não significa
apenas o arrependimento e o perdão dos pecados; significa um quadro de vida
completamente novo, uma relação de filiação com Deus e de fraternidade com
Jesus e com todos os outros batizados.
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/10/04_12_22.pdf
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