REFLEXÃO DOMINICAL I
SANTA MARIA, A MÃE DE DEUS
Com fé e alegria celebramos a
Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, reconhecemos e homenageamos aquela que
nos trouxe o Salvador. Maria é a Mãe de Deus porque é a Mãe de Jesus,
verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Maria é a Mãe que, diante das palavras dos
pastores, entendeu logo que não era só “seu Filho”: “Minha mãe e meus irmãos
são estes: os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8, 21). E
aos pés da cruz, a Mãe de Jesus, que é a Mãe de Deus, recebe uma grandiosa
missão, ser nossa Mãe, e nós a recebemos como Mãe: “Jesus, ao ver sua mãe e, ao
lado dela, o discípulo que ele amava, disse à Mãe: ´Mulher, eis aí teu filho!`.
Depois disse ao discípulo: ´Eis a tua mãe`” (Jo 19, 26-27). O Evangelho de hoje
(Lc 2,16-21) nos diz que os pastores são os primeiros a receberem o anúncio do
nascimento do Salvador, o que demonstra o grande amor de Deus pelo seu povo. Os
pastores respondem, indo apressadamente a Belém, e encontram “Maria e José, e o
recém-nascido deitado na manjedoura”. E isso é suficiente para eles
compreenderem que ali está o Salvador deles, e de todos nós. Aquele menino é a
realização da promessa de Deus, como o anjo lhes havia anunciado. Imediatamente
os pastores se tornam anunciadores da salvação divina, retornam louvando e
glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido. Este anúncio alegre
chegou também até nós, através das gerações que transmitiram a chegada de Jesus
Salvador. Naquele dia de Natal, “Maria, po- rém, guardava todas estas coisas,
meditando-as em seu coração” (Lc 2, 19). E no oitavo dia, José e Maria
deram-lhe o nome de Jesus, conforme o anúncio do anjo Gabriel havia dito: “Não
tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. Conceberás e darás à luz um
filho, e lhe porás o nome de Jesus” (Lc 1, 30-31). Jesus, é Deus que salva.
Maria é a Mãe de Jesus, a Mãe de Deus, nossa e Mãe da Igreja. Hoje também é uma
jornada de festa, iniciamos um novo ano, e somos convidados a transmitir os
votos de paz e esperança. É o Dia Mundial da Paz e queremos renovar nossas
expectativas de um tempo de justiça e fraternidade, e dizer de todo coração, “o
Senhor te dê a paz” (Nm 6, 26). Ainda ressoa em nossos ouvidos e no coração,
neste tempo natalino, o cântico do anjo e a multidão do exército celeste:
“Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu
agrado” (Lc 2, 14). Que em nosso país, no mundo inteiro, nos corações, nas
famílias, na comunidade, sejamos todos construtores de paz, pois nos disse
Jesus: “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”
(Mt 5, 9). Na primeira leitura da liturgia de hoje ( Nm 6,22-27) vemos que a
benção de Deus é sinônimo de vida, liberdade, fecundidade e paz. Aqui estão os
anseios mais profundos da humanidade, que só nas promessas de Deus se podem
encontrar. A benção traduz a presença de Deus, sempre constante, no meio de seu
povo. Mostrando seu rosto, Javé comunica a plenitude dos bens, sintetizados na
paz -shalom - a felicidade completa. Como nos diz a Carta aos Gálatas (Gl
4,4-7), Deus enviou o seu Filho que nasceu de Maria, e nele recebemos a
dignidade de filhos, e ao nosso coração enviou o Espírito de seu Filho, “que
clama: ´Abba, Pai`”. Somos filhos e herdeiros, por graça de Deus. Que nesta So-
lenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, possamos alcançar todas as bênçãos e
graças de que necessitamos, e nosso coração e o mundo se encham de paz e amor.
Dom
Angelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo Auxiliar de São Paulo
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