REFLEXÃO DOMINICAL II
- Na oitava do Natal se celebra a festa de "Maria,
Mãe de Deus".
As leituras falam no
"Filho de Maria e no "Nome do Senhor". Cristo é o centro da
nossa fé cristã! A solenidade de hoje é um convite para voltar nossa atenção à
simplicidade feliz do presépio e aprender de Jesus e Maria o jeito e o projeto
de Deus. - Esta festa, no antigo calendário da liturgia, era chamada
"Circuncisão de Jesus". Fazia alusão ao ritual judaico de circuncidar
o menino no oitavo dia de seu nascimento. Davam-lhe seu nome, sinal da sua
pertença ao povo escolhido de Deus. A maternidade divina de Maria era celebrada
com liturgia festiva no dia 11 de outubro, data de encerramento do Concílio de
Éfeso. Ele definiu para toda Igreja essa verdade de fé. A reforma litúrgica
posterior ao Concílio Vaticano II reorganizou o calendário e uniu essas duas
importantes celebrações, que se iluminam reciprocamente: Jesus, o Filho de
Deus, pelo ventre de Maria, entra na história humana de um jeito novo e mais
profundo. Assume nossa vida mortal e reorienta os corações de todos os homens e
mulheres à essência de Deus, ao seu amor. - O título de Mãe de Deus, expressa a
missão de Maria na história da salvação. Está na base do culto e devoção do
povo cristão. Maria não recebeu o dom de Deus só para si, mas para levá-lo ao
mundo. Ela, que deu a vida ao Filho de Deus, continua a nos apresentar a vida
divina. É por isso, considerada Mãe de todos que nascem para a vida de Deus. -
Na primeira leitura desta liturgia escutamos sobre a bênção. Ela produz a
Salvação. Abençoar é desejo, voto, vontade para que em alguém aconteçam coisas
boas. Para os Israelitas, a força da bênção vinha do poder de Deus. Não do
poder misterioso do sacerdote. A Igreja quer que seus ministros ordenados
abençoem o povo cristão e que usem estas palavras sagradas para trazer às
pessoas o dom da paz, da fortaleza e todas as virtudes. A bênção não é uma
fórmula mágica, mas é proteção contra as desgraças e as doenças durante nossas
vidas. - O Evangelho que escutamos é a continuidade do texto lido na noite de
Natal. Os pastores aparecem ao lado da manjedoura de Jesus. Tal grupo era
desclassificado, desprezado e considerado impuro pela sociedade judaica. Eles
fizeram um caminho para encontrar o menino e, chegando, não encontram nada de
extraordinário. Enxergam somente o menino, com o pai e a mãe. Contudo, nesse
ser fraco, necessitado de ajuda e proteção, que reconhecem o Salvador. O
Evangelho mostra que só é capaz de fazer esta descoberta, um Deus que se revela
na Criança de Belém, quem tem um coração desprendido. Nós, normalmente,
procuramos sinais extraordinários, milagres, para alimentar nossa fé. A
verdadeira fé não precisa disto, mas sim de confiança no dom de Deus revelado a
todos nós. Para nós, fé é uma abertura para a vivência e adesão ao projeto de
Deus em Jesus. A fé deve ser verdadeira e forte, como um "grão de
mostarda". O Evangelista Lucas destaca o espanto e a alegria das pessoas
neste projeto de Deus. Por exemplo: Isabel, ao perceber que está grávida, vai
repetindo a todos: "eis o que fez por mim o Senhor" (Lc 1,25); Simeão
e Ana louvam a Deus que lhes concedeu ver a salvação preparada para todos os
povos (Lc 2,30.38). Também Maria e José ficam admirados com o que os pastores
disseram sobre o menino (Lc 2,33.48). Assim, pelo Menino de Belém, as promessas
de Deus vão se cumprindo e para encontrá-las, é preciso ter fé e disposição
para enxergar nas pequenas coisas do cotidiano a ação divina. - Quantas vezes
nos perturbamos com pequenas contrariedades ou com uma novidade? Maria, que
"guardava todas essas coisas no seu coração", sabia identificar em
tudo a vontade de Deus. Medita e descobre o projeto de Deus: a justiça e a paz
reveladas em seu Filho Jesus. Neste Dia Mundial da Paz recordamos que PAZ é a
palavra forte do tempo do Natal. Maria gerou o Príncipe da Paz, por isso ela se
torna modelo para todas as mães que geram e buscam a paz em seus lares e a
testemunha ao mundo. Jesus foi um homem de Paz, pois suas palavras e gestos
eram de paz. Extasiados, também nós devemos desfrutar da alegria que
contemplamos com o que Deus fez por nós! - Que esta celebração nos dê um desejo
de reconhecer a força da paz e aprender com Maria a promover a cultura da paz
por onde passarmos. Peçamos ao Senhor o dom da paz. Respondamos adequadamente
ao seu convite amoroso de vivê-la em nossas relações cotidianas.
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/11/01_01_23.pdf
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