REFLEXÃO
DOMINICAL II
32º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Por Pe.
Francisco Cornélio Freire Rodrigues
Vigiar com sabedoria e
esperança
I.
INTRODUÇÃO
GERAL
O tema central desta liturgia é a
vigilância. Aliás, esse é o tema predominante em toda a fase conclusiva do ano
litúrgico, a qual já estamos vivenciando. Sabendo que o Senhor virá, devemos
nos preparar bem para recebê-lo com sabedoria e prudência. É importante, no
entanto, que essa preparação não seja ocasional, até porque ninguém sabe qual
será o dia ou a hora. Logo, a preparação deve fazer parte do cotidiano de todas
as pessoas, e é o próprio Deus quem oferece à humanidade os meios necessários,
como o dom da sabedoria, acessível em todos os momentos e em todos os lugares;
a única exigência para recebê-la é o desejo de possuí-la, trazendo como
primeiro fruto a prudência (1ª leitura). Vigia bem quem tem esperança – e nós,
cristãos, a temos – e não alimenta preocupações desnecessárias (2ª leitura).
Enfim, a verdadeira vigilância consiste em ser previdente, mantendo aceso o
programa de vida de Jesus, expresso nas bem-aventuranças e representado nesta
liturgia pelo óleo das jovens previdentes (Evangelho).
II.
COMENTÁRIOS
DOS TEXTOS BÍBLICOS
1.
I
leitura: Sb 6,12-16
A primeira leitura é tirada do livro
da Sabedoria (obra atribuída ao rei Salomão mediante o fenômeno literário da
pseudonímia), cujo autor real foi um sábio judeu, profundo conhecedor da
cultura grega e das tradições judaicas, que viveu na cidade de Alexandria do
Egito. Trata-se do último livro do Antigo Testamento a ser escrito,
provavelmente já no final do séc. I a.C., numa época de grande influência da
cultura grega sobre as novas gerações de judeus. Os valores e tradições de
Israel, incluindo a fé monoteísta, corriam sérios riscos de desaparecer, diante
do fascínio que o pensamento grego provocava nas pessoas, sobretudo na
juventude. A atribuição da autoria a Salomão foi feita para conferir prestígio
e autoridade à obra.
Na Bíblia, sabedoria é, acima de tudo,
a arte de viver bem – nisso consiste a felicidade – e depende essencialmente da
reflexão e observância da Lei, enquanto expressão da vontade de Deus. Para
tornar esse ensinamento mais atrativo, o autor descreve a sabedoria de maneira
inovadora, utilizando até mesmo categorias do pensamento grego.
O trecho lido neste domingo pertence à
segunda parte da obra (Sb 6-9), considerada o coração do livro. Nele, o autor
apresenta a sabedoria como algo belo e atrativo, que se deixa encontrar
facilmente por aqueles que a buscam. Com isso, ele contrapõe-se à mentalidade
grega – que concebia o acesso à sabedoria como resultado de árdua atividade do
intelecto – e ao pensamento conservador de Israel, que condicionava a aquisição
da sabedoria aos anos vividos, ou seja, à experiência de vida, o que só se
alcançava em grau satisfatório na velhice. Temos, portanto, uma perspectiva
inovadora. As duas primeiras imagens empregadas para descrever a sabedoria são
qualidades da luz e de uma planta que não seca (v. 12) – o que evoca atração e
beleza – e a facilidade de encontrar. Temos, assim, logo no início, um
ensinamento muito importante: é preciso amar e desejar a sabedoria, para
obtê-la, mas ela permanece sempre como dom de Deus, de modo que é ela mesma
quem se oferece (v. 13).
A sequência do texto é apenas
confirmação do que se diz no início (v. 14.16): é necessário que o ser humano
deseje constantemente a sabedoria, pois dela depende a boa condução da vida; e
ela não está distante: basta desejá-la para obtê-la, uma vez que está em todo
lugar – na porta da casa e até nas estradas. O encontro com ela, no entanto,
não é mérito humano, mas dom de Deus, o qual não decepciona aqueles que a
buscam. Tendo encontrado a sabedoria, o ser humano é chamado a meditar e
refletir sobre ela, para alcançar a perfeição da prudência (v. 15), o seu
primeiro fruto. Este o principal ponto de encontro da leitura com a sequência
da liturgia deste dia: a prudência como virtude que torna o ser humano
vigilante na sua relação com Deus, atento aos sinais dos tempos e
acontecimentos da história. Por isso, a busca pela sabedoria é indispensável,
de modo que desejá-la é desejar o próprio Deus.
2.
II
leitura: 1Ts 4,13-18
A liturgia retoma a leitura da primeira
carta aos Tessalonicenses, iniciada há alguns domingos e interrompida no
domingo passado, para a solenidade de Todos os Santos. Até então, tivemos a
oportunidade de ler somente os aspectos introdutórios desse que é o escrito
mais antigo do Novo Testamento, cuja redação se deu provavelmente no ano 51
d.C., quando Paulo se encontrava em Corinto. O texto lido nesta liturgia já faz
parte da seção doutrinal da carta e, por sinal, aborda um tema bastante
delicado, gerador de muitos dúvidas e incompreensões nos tessalonicenses, o
qual Paulo procurou esclarecer: a parusia, ou seja, a segunda vinda do Senhor e
suas consequências para os cristãos vivos e mortos.
A pregação sobre a segunda vinda do
Senhor suscitou muitas inquietações nas primeiras comunidades cristãs, e em
Tessalônica parece que a situação se tornou ainda mais preocupante, pelo menos
entre as comunidades evangelizadas por Paulo. Eram frequentes as perguntas
sobre quando aconteceria, como seria e quais os desdobramentos desse evento. Na
falta de respostas concretas, muitos o imaginavam à sua maneira e espalhavam
suas concepções. Circulava a ideia de que a vinda do Senhor seria imediata, e
aqueles que esperavam estar vivos no momento se preocupavam com os familiares e
amigos cristãos que já tinham morrido, com medo de que não fossem beneficiados
pelo retorno do Senhor (v. 15). Paulo os tranquiliza, ensinando que aqueles que
morreram antes serão os primeiros a ressuscitar com Cristo (v. 16). Após o
resgate dos que morreram é que os vivos serão arrebatados com eles para os
céus, de modo que o encontro definitivo com o Senhor será igual para todos (v.
17).
Portanto, Paulo recomenda que não
devemos alimentar preocupações desnecessárias. Para quem tem esperança – e nós
temos –, é suficiente a certeza de que Cristo ressuscitou e, por isso,
ressuscitaremos com ele (v. 13-14). Logo, devemos esperar seu retorno
definitivo, vivendo o que Jesus viveu e ensinou. Ser vigilante é, acima de
tudo, viver à maneira de Jesus, expressão máxima da sabedoria de Deus.
3.
Evangelho:
Mt 25,1-13
O Evangelho deste e dos dois próximos
domingos é tirado do “discurso escatológico” (Mt 24-25), o último dos cinco
grandes discursos que Mateus atribui a Jesus em seu Evangelho, escrito para
encorajar os cristãos da sua comunidade diante das situações de perseguições,
incertezas, desânimo e diminuição do fervor na vivência da fé. Diante disso, o
evangelista pede uma atitude de vigilância, recordando palavras do próprio
Jesus, que garantiu voltar, sem revelar nem o dia nem a hora. É exatamente por
isso que a comunidade deve vigiar sempre, para não ser surpreendida, como
ensina a parábola de hoje.
Para compreender bem a parábola, é
necessário entender como era realizada uma festa de casamento conforme os
costumes do povo judeu no tempo de Jesus. Após a fase da promessa, que durava
um ano, o casamento era festejado e consumado. No dia marcado, o noivo ia com
seus amigos até a casa da noiva. Em sua casa, a noiva reunia suas melhores
amigas para esperar o noivo, e elas deveriam levar lâmpadas.
Após a chegada do noivo, a noiva se
despedia dos seus pais, deixava sua casa e ia para a casa do noivo, ao seu
lado, onde acontecia a festa. Formava-se, assim, o cortejo nupcial da casa da
noiva para a casa do noivo, onde acontecia o banquete. Esse rito acontecia sempre
à noite, de modo que o cortejo era iluminado pelas lâmpadas que as amigas da
noiva levavam. Sem essa explicação, o sentido da parábola passaria
despercebido.
O noivo da parábola é Jesus, e a noiva
é a comunidade cristã. Também as dez jovens representam a comunidade, com a
diversidade cultural e ministerial que a compõe. A diferença de postura das
jovens – previdentes e imprevidentes – é um alerta sobre o risco de viver a fé
com superficialidade. Sobre o significado do óleo, há uma pluralidade de hipóteses,
como as boas obras, os carismas pessoais, os dons do Espírito Santo. É inegável
que se trata de algo essencial – pois quem não o tem fica fora do banquete e,
portanto, do Reino – e, ao mesmo tempo, pessoal e intransferível. Considerando
o conjunto do Evangelho de Mateus, o mais provável é que o óleo signifique as
bem-aventuranças, como a carta de identidade do discipulado e critério de
pertença a Jesus e seu Reino.
III.
PISTAS
PARA REFLEXÃO
É importante recordar o espírito de
vigilância como uma necessidade para a vida cristã, sem, no entanto, provocar
medo nas pessoas. Chamar a atenção para que preocupações desnecessárias não
atrapalhem o que é essencial na vida cristã. Evidenciar a relação entre as
leituras, incluindo o salmo, cujo refrão é muito significativo para alimentar a
vigilância como desejo de Deus. Diante das escolhas que devem ser feitas ao
longo da vida, é importante sabedoria e prudência para escolher o que é
edificante para a implantação do Reino de Deus entre nós.
Pe. Francisco Cornélio Freire Rodrigues
é presbítero da diocese de Mossoró-RN.
Possui mestrado em Teologia Bíblica pela Pontificia Università San Tommaso
D’Aquino – Angelicum (Roma). É licenciado em Filosofia pelo Instituto Salesiano
de Filosofia – Insaf (Recife) e bacharel em Teologia pelo Ateneo Pontificio
Regina Apostolorum (Roma). É professor de Antigo e Novo Testamentos na
Faculdade Católica do Rio Grande do Norte (Mossoró-RN).
E-mail: francornelio@gmail.com
https://www.vidapastoral.com.br/roteiros/32o-domingo-do-tempo-comum-8-de-novembro/
Por Pe.
Francisco Cornélio Freire Rodrigues
Vigiar com sabedoria e
esperança
I.
INTRODUÇÃO
GERAL
O tema central desta liturgia é a
vigilância. Aliás, esse é o tema predominante em toda a fase conclusiva do ano
litúrgico, a qual já estamos vivenciando. Sabendo que o Senhor virá, devemos
nos preparar bem para recebê-lo com sabedoria e prudência. É importante, no
entanto, que essa preparação não seja ocasional, até porque ninguém sabe qual
será o dia ou a hora. Logo, a preparação deve fazer parte do cotidiano de todas
as pessoas, e é o próprio Deus quem oferece à humanidade os meios necessários,
como o dom da sabedoria, acessível em todos os momentos e em todos os lugares;
a única exigência para recebê-la é o desejo de possuí-la, trazendo como
primeiro fruto a prudência (1ª leitura). Vigia bem quem tem esperança – e nós,
cristãos, a temos – e não alimenta preocupações desnecessárias (2ª leitura).
Enfim, a verdadeira vigilância consiste em ser previdente, mantendo aceso o
programa de vida de Jesus, expresso nas bem-aventuranças e representado nesta
liturgia pelo óleo das jovens previdentes (Evangelho).
II.
COMENTÁRIOS
DOS TEXTOS BÍBLICOS
1.
I
leitura: Sb 6,12-16
A primeira leitura é tirada do livro
da Sabedoria (obra atribuída ao rei Salomão mediante o fenômeno literário da
pseudonímia), cujo autor real foi um sábio judeu, profundo conhecedor da
cultura grega e das tradições judaicas, que viveu na cidade de Alexandria do
Egito. Trata-se do último livro do Antigo Testamento a ser escrito,
provavelmente já no final do séc. I a.C., numa época de grande influência da
cultura grega sobre as novas gerações de judeus. Os valores e tradições de
Israel, incluindo a fé monoteísta, corriam sérios riscos de desaparecer, diante
do fascínio que o pensamento grego provocava nas pessoas, sobretudo na
juventude. A atribuição da autoria a Salomão foi feita para conferir prestígio
e autoridade à obra.
Na Bíblia, sabedoria é, acima de tudo,
a arte de viver bem – nisso consiste a felicidade – e depende essencialmente da
reflexão e observância da Lei, enquanto expressão da vontade de Deus. Para
tornar esse ensinamento mais atrativo, o autor descreve a sabedoria de maneira
inovadora, utilizando até mesmo categorias do pensamento grego.
O trecho lido neste domingo pertence à
segunda parte da obra (Sb 6-9), considerada o coração do livro. Nele, o autor
apresenta a sabedoria como algo belo e atrativo, que se deixa encontrar
facilmente por aqueles que a buscam. Com isso, ele contrapõe-se à mentalidade
grega – que concebia o acesso à sabedoria como resultado de árdua atividade do
intelecto – e ao pensamento conservador de Israel, que condicionava a aquisição
da sabedoria aos anos vividos, ou seja, à experiência de vida, o que só se
alcançava em grau satisfatório na velhice. Temos, portanto, uma perspectiva
inovadora. As duas primeiras imagens empregadas para descrever a sabedoria são
qualidades da luz e de uma planta que não seca (v. 12) – o que evoca atração e
beleza – e a facilidade de encontrar. Temos, assim, logo no início, um
ensinamento muito importante: é preciso amar e desejar a sabedoria, para
obtê-la, mas ela permanece sempre como dom de Deus, de modo que é ela mesma
quem se oferece (v. 13).
A sequência do texto é apenas
confirmação do que se diz no início (v. 14.16): é necessário que o ser humano
deseje constantemente a sabedoria, pois dela depende a boa condução da vida; e
ela não está distante: basta desejá-la para obtê-la, uma vez que está em todo
lugar – na porta da casa e até nas estradas. O encontro com ela, no entanto,
não é mérito humano, mas dom de Deus, o qual não decepciona aqueles que a
buscam. Tendo encontrado a sabedoria, o ser humano é chamado a meditar e
refletir sobre ela, para alcançar a perfeição da prudência (v. 15), o seu
primeiro fruto. Este o principal ponto de encontro da leitura com a sequência
da liturgia deste dia: a prudência como virtude que torna o ser humano
vigilante na sua relação com Deus, atento aos sinais dos tempos e
acontecimentos da história. Por isso, a busca pela sabedoria é indispensável,
de modo que desejá-la é desejar o próprio Deus.
2.
II
leitura: 1Ts 4,13-18
A liturgia retoma a leitura da primeira
carta aos Tessalonicenses, iniciada há alguns domingos e interrompida no
domingo passado, para a solenidade de Todos os Santos. Até então, tivemos a
oportunidade de ler somente os aspectos introdutórios desse que é o escrito
mais antigo do Novo Testamento, cuja redação se deu provavelmente no ano 51
d.C., quando Paulo se encontrava em Corinto. O texto lido nesta liturgia já faz
parte da seção doutrinal da carta e, por sinal, aborda um tema bastante
delicado, gerador de muitos dúvidas e incompreensões nos tessalonicenses, o
qual Paulo procurou esclarecer: a parusia, ou seja, a segunda vinda do Senhor e
suas consequências para os cristãos vivos e mortos.
A pregação sobre a segunda vinda do
Senhor suscitou muitas inquietações nas primeiras comunidades cristãs, e em
Tessalônica parece que a situação se tornou ainda mais preocupante, pelo menos
entre as comunidades evangelizadas por Paulo. Eram frequentes as perguntas
sobre quando aconteceria, como seria e quais os desdobramentos desse evento. Na
falta de respostas concretas, muitos o imaginavam à sua maneira e espalhavam
suas concepções. Circulava a ideia de que a vinda do Senhor seria imediata, e
aqueles que esperavam estar vivos no momento se preocupavam com os familiares e
amigos cristãos que já tinham morrido, com medo de que não fossem beneficiados
pelo retorno do Senhor (v. 15). Paulo os tranquiliza, ensinando que aqueles que
morreram antes serão os primeiros a ressuscitar com Cristo (v. 16). Após o
resgate dos que morreram é que os vivos serão arrebatados com eles para os
céus, de modo que o encontro definitivo com o Senhor será igual para todos (v.
17).
Portanto, Paulo recomenda que não
devemos alimentar preocupações desnecessárias. Para quem tem esperança – e nós
temos –, é suficiente a certeza de que Cristo ressuscitou e, por isso,
ressuscitaremos com ele (v. 13-14). Logo, devemos esperar seu retorno
definitivo, vivendo o que Jesus viveu e ensinou. Ser vigilante é, acima de
tudo, viver à maneira de Jesus, expressão máxima da sabedoria de Deus.
3.
Evangelho:
Mt 25,1-13
O Evangelho deste e dos dois próximos
domingos é tirado do “discurso escatológico” (Mt 24-25), o último dos cinco
grandes discursos que Mateus atribui a Jesus em seu Evangelho, escrito para
encorajar os cristãos da sua comunidade diante das situações de perseguições,
incertezas, desânimo e diminuição do fervor na vivência da fé. Diante disso, o
evangelista pede uma atitude de vigilância, recordando palavras do próprio
Jesus, que garantiu voltar, sem revelar nem o dia nem a hora. É exatamente por
isso que a comunidade deve vigiar sempre, para não ser surpreendida, como
ensina a parábola de hoje.
Para compreender bem a parábola, é
necessário entender como era realizada uma festa de casamento conforme os
costumes do povo judeu no tempo de Jesus. Após a fase da promessa, que durava
um ano, o casamento era festejado e consumado. No dia marcado, o noivo ia com
seus amigos até a casa da noiva. Em sua casa, a noiva reunia suas melhores
amigas para esperar o noivo, e elas deveriam levar lâmpadas.
Após a chegada do noivo, a noiva se
despedia dos seus pais, deixava sua casa e ia para a casa do noivo, ao seu
lado, onde acontecia a festa. Formava-se, assim, o cortejo nupcial da casa da
noiva para a casa do noivo, onde acontecia o banquete. Esse rito acontecia sempre
à noite, de modo que o cortejo era iluminado pelas lâmpadas que as amigas da
noiva levavam. Sem essa explicação, o sentido da parábola passaria
despercebido.
O noivo da parábola é Jesus, e a noiva
é a comunidade cristã. Também as dez jovens representam a comunidade, com a
diversidade cultural e ministerial que a compõe. A diferença de postura das
jovens – previdentes e imprevidentes – é um alerta sobre o risco de viver a fé
com superficialidade. Sobre o significado do óleo, há uma pluralidade de hipóteses,
como as boas obras, os carismas pessoais, os dons do Espírito Santo. É inegável
que se trata de algo essencial – pois quem não o tem fica fora do banquete e,
portanto, do Reino – e, ao mesmo tempo, pessoal e intransferível. Considerando
o conjunto do Evangelho de Mateus, o mais provável é que o óleo signifique as
bem-aventuranças, como a carta de identidade do discipulado e critério de
pertença a Jesus e seu Reino.
III.
PISTAS
PARA REFLEXÃO
É importante recordar o espírito de
vigilância como uma necessidade para a vida cristã, sem, no entanto, provocar
medo nas pessoas. Chamar a atenção para que preocupações desnecessárias não
atrapalhem o que é essencial na vida cristã. Evidenciar a relação entre as
leituras, incluindo o salmo, cujo refrão é muito significativo para alimentar a
vigilância como desejo de Deus. Diante das escolhas que devem ser feitas ao
longo da vida, é importante sabedoria e prudência para escolher o que é
edificante para a implantação do Reino de Deus entre nós.
Pe. Francisco Cornélio Freire Rodrigues
é presbítero da diocese de Mossoró-RN.
Possui mestrado em Teologia Bíblica pela Pontificia Università San Tommaso
D’Aquino – Angelicum (Roma). É licenciado em Filosofia pelo Instituto Salesiano
de Filosofia – Insaf (Recife) e bacharel em Teologia pelo Ateneo Pontificio
Regina Apostolorum (Roma). É professor de Antigo e Novo Testamentos na
Faculdade Católica do Rio Grande do Norte (Mossoró-RN).
E-mail: francornelio@gmail.com
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