sábado, 4 de novembro de 2023

SANTOS DA SEMANA

 

 

SANTOS DA SEMANA

10- São Leão Magno, papa e doutor da Igreja, Memória

 

O papa Leão, nascido na Toscana no fim do século IV, é lembrado nos textos de história pelo prestígio moral e político dos quais deu prova diante das ameaças dos hunos de Átila (que conseguiu prender no Míncio) e dos vândalos de Genserico (de quem amansou a ferocidade no saque de Roma de 455). Elevado ao trono pontifício em 440, Leão, nos vinte e um anos de pontificado (morreu a 10 de novembro de 461), realizou em torno de sua sede a unidade de toda Igreja, impedindo a usurpação de jurisdição, eliminando abusos do poder, temperando as ambições do patriarcado constantinopolitano e do vicariato de Arles.

Não temos muitas notícias biográficas dele. O papa Leão não gostava de falar de si em seus escritos. Tinha uma ideia altíssima de suas funções: sabia assumir a dignidade, o poder e a solidão de Pedro, chefe dos apóstolos. Mas as suas atitudes, constante e rigidamente sacerdotais, hieráticas, não fazem um pano de fundo ao calor humano e também ao entusiasmo, que transparecem dos 96 Sermões e das 173 Cartas chegados até nós. De modo especial as homilias nos mostram o papa, um dos maiores da história da Igreja, paternalmente dedicado ao bem espiritual dos seus filhos, aos quais fala com linguagem acessível, traduzindo seu pensamento em fórmulas sóbrias e eficazes para a prática da vida cristã.

As suas cartas, dado o estilo culto, atento a certas cadências eficazes, dão a medida de sua rica personalidade. Espírito muito compreensivo e de larga visão, não se apega a detalhes de uma questão doutrinal. Todavia participa ativamente na elaboração dogmática do grave problema teológico tratado no concílio de Calcedônia, convocado pelo imperador do Oriente para a condenação do monofisismo.

A sua célebre Epístola dogmática a Flaviano, lida pelos delegados romanos que presidiam a assembleia, forneceu o sentido e, às vezes, as fórmulas da definição conciliar, criando assim unidade efetiva e solidariedade com a sede de Roma, caso único na história da Igreja, desde aquele período até hoje. Leão foi o primeiro papa que recebeu dos pósteros o apelido de Magno (grande),’ não só pelas qualidades literárias e pela firmeza com que sustentou o decadente império do Ocidente, mas pela estabilidade dogmática que transparece das suas cartas, dos seus sermões e das orações litúrgicas da época em que são evidentes a sobriedade e a precisão tipicamente leoninas.

Extraído do livro:


Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

 

https://www.paulus.com.br/portal/santo/sao-leao-magno-papa-e-doutor-da-igreja/

 

 

11- São Martinho de Tours, bispo, Memória

 

HISTÓRIA DE SÃO MARTINHO DE TOURS

 

Origens

Nascido por volta de 316 numa família pagã, Martinho era filho de um oficial do exército romano que atuava na Panônia, hoje Hungria. Quando entrou na adolescência, começou a frequentar uma igreja cristã por mera curiosidade. Porém, começou a gostar muito do convívio com os cristãos e da doutrina de Cristo. Isso preocupou seu pai.

Cavaleiro do exército imperial

Seu pai quis afastá-lo do cristianismo. Por isso, sendo Martinho ainda adolescente, seu pai o fez ingressar na cavalaria do exército imperial. O plano, porém, não deu certo, pois, mesmo sendo da cavalaria, Martinho continuava frequentando a Igreja e praticando a caridade.

Encontro com Cristo na França

Perto de completar vinte anos, Martinho foi designado para a cavalaria da Gália, hoje França. Lá, foi abordado por um mendigo que tremia de frio. O homem pediu esmola a Martinho. Não tendo dinheiro no momento, Martinho cortou seu manto ao meio e deu metade ao pobre. À noite, Jesus lhe apareceu num sonho. O Mestre estava usando a metade do manto que Martinho tinha dado ao pedinte e agradeceu por ter sido aquecido. Depois disso, Martinho deixou o exército para se dedicar à fé.

Vida de monge

Com apenas vinte e dois anos, Martinho estava batizado. Dedicou-se à oração e à vida solitária, sendo orientado pelo bispo Hilário de Poitiers, que se tornou santo. Mais tarde, este mesmo bispo ordenou-o diácono. Tempos depois, quando o mesmo bispo retornou de um exílio, no ano 360, fez uma doação a Martinho: um terreno que ficava a doze quilômetros de Poitiers, em Ligugé.

Primeiro Mosteiro da França

No terreno ganhado, o Diácono Martinho fundou uma comunidade monástica. Pouco tempo depois, um grande número de jovens queria seguir o mesmo tipo de vida. Por isso, São Martinho construiu ali o primeiro mosteiro em terras francesas e de toda a Europa ocidental.

Monges padres e missionários

Diferentemente do Oriente, os monges do Ocidente podiam ser ordenados sacerdotes e serem missionários no meio do povo. Por isso, São Martinho liderou um movimento de evangelização juntamente com seus monges. Visitavam aldeias, pregavam a Boa Nova, levavam o povo a abandonar seus ídolos e construíam igrejas. Se encontrava resistência, construía um mosteiro no local. Ali, os monges evangelizavam através da caridade e do exemplo. Logo, o povo se abria para a uma conversão sincera.

Dons extraordinários

São Martinho recebeu dons místicos, que o auxiliaram na missão evangelizadora. Através de sua oração, vários milagres e curas foram operados para o bem dos doentes e pobres, que não poderiam jamais recorrer aos médicos.

Bispo

Quando o bispo de Tours faleceu, em 371, o povo, por unanimidade, aclamou São Martinho como o novo bispo. Ele resistiu, mas aceitou. Porém, não deixou sua peregrinação missionária. Fazia questão de visitar todas as paróquias, zelava cuidadosamente pela liturgia e não desistia de evangelizar os pagãos. Primava pelo exercício exemplar da caridade. Fundou um outro mosteiro, o qual chamou de Marmoutier. E de lá, saiu São Patrício, o grande evangelizador da Irlanda. Assim sua missão exemplos não se limitou a Tours, mas se expandiu para muito mais longe.

Morte

São Martinho exerceu seu ministério episcopal durante vinte e cinco anos. Faleceu com oitenta e um anos, em Candes. Era o dia 8 de novembro do ano 397. Sua festa passou a ser celebrada no dia 11, porque este foi o dia de seu sepultamento na cidade de Tours. Passou a ser venerado como são Martinho de Tours. Foi o primeiro santo não-mártir a ser cultuado oficialmente pela Igreja. Além disso, passou a ser um dos mais populares santos de toda a Europa.

Oração a São Martinho de Tours

 

“Glorioso São Martinho, nosso amigo e protetor, que ao dividir vosso manto com o mendigo que padecia de frio na neve encontrastes o próprio Senhor Jesus, ajudai-nos, a saber, partilhar o que temos com os mais empobrecidos que encontramos em nosso caminho, principalmente as crianças mais abandonadas, reconhecendo nelas a imagem de nosso divino mestre.

Ó bom Jesus, por intercessão de São Martinho dai-nos os dons da caridade e do amor fraterno que nos fazem servir com desprendimento aos vossos filhos mais excluídos dessa terra. Amém. São Martinho, rogai por nós.”

 

https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-sao-martinho-de-tours/191/102/

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