REFLEXÃO
DOMINICAL
III
MUITO
BEM, SERVO BOM E FIEL
Na Ceia do Senhor, como povo de Deus, somos
convocados e reuni- dos para celebrar a memória do Senhor, o sacrifício
eucarístico. A celebração da Missa é o centro de toda a vida cristã, tanto para
a Igreja universal como local, tam- bém para cada um de nós, fiéis em Cristo.
Estamos chegando ao final do ano litúrgico e neste domingo se acentua a
perspectiva escatológica. A vinda do Senhor Ressuscitado, como justo juiz dos
vivos e dos mortos (parusia), é certa, mas não sabemos o tempo que acontecerá.
Logo se exige a vigilância e a prontidão quanto aos dons recebidos. Na
Eucaristia anunciamos a morte do Senhor e proclamamos a sua ressurreição até
que ele venha. Neste 33º domingo do tempo comum celebramos o VII Dia Mundial
dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco, que neste ano tem como tema “Nunca
afastes de algum pobre o teu olhar” (Tb 4,7). Em sua mensagem para este Dia o
Santo Padre nos diz: “no domingo que antecede a festa de Jesus Cristo, Rei do
Universo, reunimo-nos ao redor da sua Mesa para voltar a receber d´Ele o dom e
o compromisso de viver a pobreza e servir os pobres”. A partir da fé sabemos
que todo o pobre é filho de Deus, e que nele, está presente Cristo. De fato,
“Sem- pre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim
mesmo o fizestes” (Mt 25,40). Seja este o nosso compromisso na igreja e na
sociedade, viver a pobreza e servir os pobres, sua vida e dignidade. A Palavra
de Deus nos ilumina e conduz. O texto do Livro dos Provérbios (Pr
31,10-13.19-20.30-31) é um hino sapiencial que faz o elogio à mulher virtuosa e
ofe- rece um exemplo concreto de como é possível administrar bem e de forma
eficaz a própria vida, e do trabalho das próprias mãos brotam frutos abundantes
para todos os membros da família, e para os pobres. A mulher do poema
personifica a sabedoria que dá sentido à vida e às coisas que realizamos. O
fundamento é o te- mor do Senhor. O Evangelho de Mateus (Mt 25, 14-30) vem
mostrar, por uma parábola, que a atitude de fé se fundamenta não sobre a recom-
pensa, mas sobre a fidelidade que se expressa nos talentos frutifica- dos. Na
perspectiva escatológica se propõe a vigilância dinâmica, ou seja, de todos se
exige prontidão e espera lúcida, empenho e fidelidade às exigências dos bens
recebidos: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração....”.
Sim, seja a prestação de contas, como a retribuição, mostram a atitude de Deus,
e nossa, quanto aos dons a nós confiados, chamados a dar frutos para o bem dos
irmãos. Na segunda leitura (1 Ts 5,1-6) Paulo alerta para o “Dia do Senhor” que
virá de modo inespera- do, sem sabermos, mas deve nos encontrar vigilantes e
sóbrios, pois somos filhos da luz, não das trevas. Quem vive retamente, à luz
da fé, no seguimento de Cristo e seu Evangelho, não teme, mas espera sereno e
tranquilo a chegada do Senhor Ressuscitado. Domingo próximo, Solenidade de Jesus
Cristo, Rei do Universo, vamos concluir o 3º Ano Vocacional do Brasil. Vocação
é graça, é mis- são. Com nossos dons e carismas, graça recebida, somos chama-
dos a viver e testemunhar nossa fé, centrados na pessoa de Jesus Cristo, na
construção do Reino de Deus. Sejamos sempre servos bons e fiéis, na vivência
alegre e autêntica de nossa vocação, pois também um dia seremos cha- mados a
prestar contas dos bens evangélicos a nós confiados, ou seja, a graça de nossa
vocação e missão.
Dom
Angelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo auxiliar de São Paulo
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