X-REFLEXÃO
DOMINICAL IV: “O
SOL VAI SE ESCURECER, E A LUA NÃO BRILHARÁ MAIS, AS ESTRELAS COMEÇARÃO A CAIR
DO CÉU”
Essas
são palavras pronunciadas por Jesus e não podemos fazer pouco caso delas. Que
as estrelas não são eternas a própria ciência humana o afirma. Que a lua não
tem luz própria e que, sem o sol, ela não poderia brilhar, todos sabemos. Que o
sol um dia vai se apagar, também a física pode prever: Já que se trata de uma
massa incandescente, então, deve existir um combustível. No dia em que o
combustível acabar o fogo se apagará. Alguns estudiosos estimam que isso possa
acontecer daqui a uns cinco bilhões de anos. Mas, as palavras de Jesus não
pretendem nos dar lições sobre física ou fazer previsões futurísticas. De nada
adiantaria algum conhecimento prévio de coisas que não se podem evitar ou
controlar. O que Jesus ensina está muito claro no mesmo trecho: “O céu e a
terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”. Sobre a previsões de
tempo e de lugar, Ele diz: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os
anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”. E sobre os muitos que, de tempos
em tempos, aparecem fazendo previsões catastróficas para o nosso tempo, vale
outra palavra de Jesus que diz: “Cuidado para não serdes enganados, porque
muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’, e ainda: ‘O tempo está próximo’.
Não andeis atrás deles!” (Lc 21, 8). O que realmente vale mais a pena é
atentar-se à revelação sobre a segunda vinda de Cristo: “Então vereis o Filho
do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória”. Interessa, de fato, saber
enxergar os sinais dos tempos: “Aprendei, pois, da figueira esta parábola:
quando seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão
está perto”. Mais importante do que saber o que vai acontecer com o sol, a lua
ou as estrelas é saber o que vai acontecer com os filhos de Deus, conforme a
profecia: “Mas os que tiverem sido sábios, brilharão como o firmamento; e os
que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude, brilharão como as
estrelas, por toda a eternidade” (Dn 12,3). Conforme também a imagem
maravilhosa e inspiradora da mulher na visão de São João, que traz consigo
esses mesmos astros que deverão extinguir-se: “Então apareceu no céu um grande
sinal: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a
cabeça, uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1). Para isso, o que importa não é
adivinhar ou prever os acontecimentos! O que importa é aprender a viver como
quem espera, como ensina São Paulo: “Fazei tudo sem murmurar nem comentar, para
que sejais irrepreensíveis e íntegros, filhos de Deus sem defeito, no meio de
uma geração perversa e corrupta, na qual brilhais como luzeiros no mundo,
apegados firmemente à palavra da vida. Assim, no dia de Cristo, terei a glória
de não ter corrido em vão, nem trabalhado inutilmente” (Fl 2,14-16). Nesse
contexto, a única previsão que nos interessa é a de estarmos com Cristo,
conforme nos ensinava também São João: “Verão sua face, e seu nome estará sobre
suas frontes. Não haverá mais noite: não se precisará da luz da lâmpada, nem da
luz do sol, porque o Senhor Deus vai iluminá-los e eles reinarão pelos séculos
dos séculos” (Ap 22,5). Dom Rogério Augusto das Neves Bispo Auxiliar de São
Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário