AS
BEM-AVENTURANÇAS
- As Bem-aventuranças
são o anseio por um mundo novo. Numa sociedade consumista e egoísta, Jesus
proclama a felicidade daqueles que sentem, hoje, a dor da injustiça e os chama
para seu Reino. Não podemos nos conformar com esse mundo violento e
materialista. Desejamos um mundo novo: novos céus e nova terra.
- Em 19 de março de 2018, o Papa Francisco
lançou a Exortação Apostólica "Alegrai-vos e Exultai" sobre o chamado
à santidade. Nela, o Papa descreve cada uma das bem-aventuranças e o seu
convite: "Ser pobre no coração, isto é santidade. Jesus viveu assim.
Reagir com humilde mansidão, até diante dos adversários: isto é santidade.
Saber chorar com os outros: isto é santidade. Jesus viveu assim. Buscar a
justiça com fome e sede: isto é santidade. Olhar e agir com misericórdia: isto
é santidade. Jesus viveu assim. Manter o coração limpo de tudo o que mancha o
amor: isto é santidade. Jesus viveu assim. Semear a paz ao nosso redor: isto é
santidade. Jesus viveu assim. Abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo
que nos acarrete problemas: isto é santidade" (Cf. GE, 62 a 94).
- A primeira atitude de Jesus é ver, fixar o
rosto dos seus, diz o Papa, referindo-se ao Evangelho de Mateus. Aqueles rostos
põem em movimento o entranhado amor de Deus. Não foram ideias nem conceitos que
moveram Jesus; foram os rostos, as pessoas. É a vida que clama pela Vida, que o
Pai nos quer transmitir.
- As Bem-aventuranças
nascem do coração compassivo de Jesus, que se encontra com o coração de homens
e mulheres que desejam e anseiam por uma vida feliz; de homens e mulheres que
conhecem o sofrimento, que conhecem a frustração e a angústia geradas quando
"o chão lhes treme debaixo dos pés" ou "os sonhos acabam
submersos" e se arruína o trabalho duma vida inteira; mas são pessoas que
têm garra e coragem para continuar a luta, reconstruir e recomeçar.
- Esse texto do
Evangelho não nos permite ficar em uma atitude passiva perante a realidade, nem
podemos ser um espectador que se limita a olhar e analisar as estatísticas e
números do que acontece. Não somos profetas de desgraças, que semeiam
decepções. Precisamos agir como Jesus agiu.
- Quando Jesus diz bem-aventurado "o
pobre, o que chorou, o aflito, o que sofre, o que perdoou", vem extirpar a
imobilidade paralisadora de quem pensa que as coisas não podem mudar, de quem
deixou de crer no poder transformador de Deus Pai e nos seus irmãos,
especialmente naqueles mais frágeis, nos seus irmãos descartados.
- Jesus, quando
proclama as Bem-aventuranças, vem sacudir aquela prostração negativa chamada
resignação que nos faz crer que se pode viver melhor, se evitarmos os
problemas, se fugirmos dos outros, se nos escondermos ou fecharmos nas nossas
comodidades, se nos adormecermos num consumismo tranquilizador. Aquela
resignação que nos leva a isolar-nos de todos, a dividir-nos, a separar-nos, a
fazer-nos cegos perante a vida e o sofrimento dos outros.
- As Bem-aventuranças
são aquele novo dia para quantos continuam a apostar no futuro, a sonhar e a
deixar-se tocar e impelir pelo Espírito de Deus. Bem-aventurados vocês que se
deixam contagiar pelo Espírito de Deus, lutando e trabalhando por este novo
dia, porque vosso será o Reino do Céu.
- A nossa felicidade
consiste no fato de termos conhecido o Senhor Jesus. Aí está o verdadeiro
motivo de nossa alegria e de nossa paz. Humanamente, somos levados a pensar de
outra forma: é feliz quem é rico, quem é saciado de bens, quem recebe aplausos
e é invejado por muitos, quem tem todas as seguranças. E este é um pensamento
mundano, não é pensamento das Bem-aventuranças. Jesus, ao contrário, declara um
fracasso o sucesso mundano, pois se baseia em um egoísmo que infla e depois
deixa o vazio no coração.
- A nossa comunidade acredita e valoriza as
pessoas simples e fracas? Acreditamos no poder de Deus ou somente nas nossas
próprias capacidades e forças?
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/11/29_01_23.pdf
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