REFLEXÃO
DOMINICAL II
INÍCIO DO MINISTÉRIO DE
JESUS NA GALILÉIA
- Neste 3º Domingo do
Tempo Comum, somos colocados diante de um novo passo que Jesus dá em sua
missão. Após o batismo e as tentações no deserto, com a notícia da prisão de
João Batista, o Mestre retorna à Galileia. Se desloca de Nazaré para Cafarnaum,
uma cidade maior, à beira do conhecido Mar da Galileia. Jesus se prepara para
começar seu ministério, sua vida pública.
- A Galileia é um grande território de
periferia ao norte da Palestina. O povo vivia sobretudo da pesca e da agricultura
abundante, sendo cultivados sobretudo trigo, oliveiras e vinhas. O trigo era
base da alimentação de todo o país. O vinho era a bebida mais comum nas festas
israelitas. O azeite era amplamente usado como ingrediente para alimentos,
remédios e perfumes e chegava a ser objeto de exportação. Tudo isso era
produzido em grandes latifúndios, o que significava concentração de poder e
riqueza na mão de poucos, gerando uma grande massa de pobres camponeses e
pescadores.
- Com essa forte
produção agrícola, a Galileia se apresentava como importante rota de comércio.
Muitas caravanas circulavam pelo território e, como consequência, muitas raças
e povos se encontravam e se uniam, misturando culturas e crenças. Por isso, os
galileus não eram bem-vistos pelos habitantes da Judeia, região onde ficava a
capital do país, Jerusalém.
- Jerusalém era
considerada a Cidade Santa para os que professavam a fé de Abraão. Ficava numa
região montanhosa e desértica, a Judeia. Sua agricultura era pobre,
destacando-se a criação de gado, que estava quase toda a serviço do culto do
Templo de Jerusalém, único lugar do mundo em que se podia oferecer sacrifícios
a Deus. Toda a vida política e econômica de Jerusalém se articulava em torno do
Templo, que necessitava de uma ampla rede de serviços. Cerca de 60% dos
habitantes da capital viviam dos serviços prestados ao Templo, em diferentes
setores e segmentos. Em Jerusalém morava a classe dominante do país em todos os
aspectos: econômico, social e religioso.
- É na empolgante
Galileia, no meio do povo simples e pobre, que Jesus começa a sua missão.
Mateus, na sua sensibilidade para com a Palavra de Deus, vê neste início de
ministério de Jesus, o cumprimento da profecia de Isaías, que anuncia a chegada
de uma nova luz de Deus no meio daqueles que vivem entristecidos pela pobreza,
pelo abandono, pelo desprezo. A ação de Deus pode transformar essa realidade
sofrida em uma renovada esperança. "O Reino dos Céus está próximo"!
Este é o alegre anúncio de Jesus, que começa a mexer com estruturas do
pensamento e da fé dos seus conterrâneos. Uma boa notícia chegou em primeiro
lugar para os pobres, que se mantém atentos e perseverantes na fé e na busca de
um mundo melhor! Começa um novo tempo de Deus para o seu povo, em que a
opressão cede lugar à alegria, o orgulho à solidariedade, a força ao amor!
- Envolvidos pela novidade
do Evangelho, os primeiros discípulos se aproximam. São pescadores, gente
simples, de vida simples, com pouca instrução teórica, mas com dons preciosos,
dispostos a colaborar generosamente com a missão de Jesus. Pescar é uma tarefa
que exige trabalho em equipe, conhecimento, disciplina, atenção, sensibilidade.
A lealdade dos pescadores galileus será o embrião da nova comunidade que, em
torno de Jesus, descobre a riqueza do Reino de Deus. Com prontidão, Pedro e
André, Tiago e João, passam a compor uma nova família, não mais unida pelo
sangue, mas pela fé no Filho de Deus, que os faz agora pescadores de gente,
anunciadores da novidade de Deus em Jesus de Nazaré, seguidores da verdadeira
Luz da vida.
- Precisamos,
urgentemente, redescobrir e recolocar o acento na centralidade de Jesus na
nossa vida pessoal e comunitária. A segunda leitura traz o exemplo da
comunidade de Corinto, que se encontrava dividida por questões de preferência a
esta ou aquela pessoa. É na cruz de Cristo que está a nossa referência, é nele
que encontramos o sentido da vida! Qualquer outra pessoa é só um facilitador
para alcançarmos a graça de viver com maturidade a nossa fé. - Este domingo nos
coloca diante de Jesus que, com sua vida e missão, inaugura o Reino de Deus.
Sua presença se manifesta nos sinais de salvação, de vida plena, de alegria que
contagiam os que se aproximam do seu convívio. A ação do Mestre Divino ilumina
as trevas do pecado que marca a nossa vida mortal. Somos todos convidados a
participar da vida do Senhor, abandonando aquele jeito velho de viver e nos
abrindo para a novidade do Evangelho do amor!
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/11/22_01_23.pdf
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