sábado, 14 de janeiro de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL II FIZESTE-NOS PARA TI, SENHOR! Principia o longo período litúrgico em que refletiremos sobre a vida pública de Jesus: o Tempo Comum. Pois bem, no Antigo Testamento o cordeiro pascal é aquele cujo sangue salvou os israelitas do Egito. No Evangelho, João Batista atribui a Jesus o título de Cordeiro de Deus. Nós somos o povo do Cordeiro... que pertence totalmente a Deus (o povo e o Cordeiro!). Fomos - conforme nos recorda a 2ª Leitura - santificados em Cristo Jesus; chamados à santidade. E, pelo batismo, somos convocados a desativar o poderio das trevas do mundo, tendo nosso coração como ponto de partida. A palavra do evangelista João indica um caminho seguro: "Oportet illum crescere" - Convém que Ele cresça e que eu diminua. (Cf Jo 3,30) que, aliás, foi o lema episcopal do amigo Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, segundo Bispo da Diocese de Guarulhos. É uma exigência para a vida na graça: fazer morrer o velho homem - com seus hábitos perversos, suas imperfeições - a fim de que a vida divina cresça em nós. Necessitamos nos libertar das coisas que nos acorrentam, enredam e bombardeiam: o mundo com seus apelos e ofertas de falsas necessidades. Ninguém tem tempo. As tecnologias nos sufocam. Gastamos muito tempo com as coisas do mundo e pouco tempo com a glória de Deus. Para que Ele tenha espaço, equalizar melhor o tempo, é preciso! Não nos basta saber que Jesus quer dar a vida eterna; não basta nada fazer de errado. É preciso que sejamos bons. E que pratiquemos os Mandamentos. Algumas vezes encontrei pessoas com este pensar de acomodação: estou em paz com Deus, não cometo pecado grave e vou à Missa. Todavia, isso não é tudo. É mister que atendamos ao chamamento divino para a elaboração/construção do céu aqui na terra. Sejamos artífices do Reino de Deus... que está no meio de nós. Uma frase de Santo Agostinho marcou definitivamente minha vida: "Fizeste-me para Ti, Senhor, e meu coração anda inquieto enquanto não descansar em Ti." Lembro que, aos 14 anos, li num calendário que uma editora católica enviava à nossa casa perto do final de cada ano. Eu perambulava pelas veredas da vida, estava em busca! Andava pensando, rastreando respostas sobre caminhos, acerca do sentido da própria vida. Observava o rosto das pessoas; queria descobrir se eram felizes. Entrevia lacunas e tristezas. No Seminário, li "Confissões", de Santo Agostinho. Ele descreve sua trajetória em busca da felicidade. Primeiro, experimentou a fama. Com a fama, veio o dinheiro, que deu a possibilidade de desfrutar o prazer. Reconheceu, porém, em tudo, um profundo vazio. Aos 33 anos fez a maior descoberta: Deus. E, então, escreveu “Tarde Te amei”, que considero a mais arrebatadora entre todas as orações. Pergunto-me: Onde encontro o sentido da vida? Será que já encontrei? Por que acordo e luto todos os dias? Se as razões são humanas, ligadas à vida terrena, de que valem, se um dia acabarão? Sem as respostas, procuro convencer-me - todos os dias - desta verdade: "Fizeste-me para Ti, Senhor, e meu coração anda inquieto enquanto não descansar em Ti". Que o Senhor seja o sentido de nossa vida. Agora. E depois. Dom Jorge Pierozan Bispo Auxiliar de São Paulo https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47-a-10-2-domingo-do-tempo-comum.pdf

 

REFLEXÃO DOMINICAL I

O CONVITE PARA O SEGUIMENTO DE JESUS

- No Brasil, o primeiro Domingo do Tempo Comum dá lugar à celebração do Batismo de Jesus e o início da sua missão. Contudo, este ano a Festa do Batismo do Senhor foi celebrada na segunda-feira, dia 09/01. Hoje, no segundo Domingo, a liturgia da Palavra dá continuidade à temática apresentada no primeiro, com a apresentação que João faz de Jesus, logo após o seu batismo, e o convite para o seguimento em sua missão, fazendo a vontade de Deus, com dedicação e prazer.

 - Na primeira leitura, Isaías fala de um servo no qual Deus é glorificado. Ele é preparado por Deus desde o nascimento para recuperar Jacó e unir Israel, ou seja, unir as pessoas, os povos e promover a vida. Essa união é a glória de Deus. Ele é glorificado cada vez que nos irmanarmos na sua causa em prol da vida e da construção do seu Reino. Enfim, esse servo não será apenas servo, mas será a luz para as nações. Aquele que iluminará os caminhos e indicará a direção a ser seguida, pontuará as ações a serem feitas e levará a salvação por toda parte, até os confins da terra. Esse servo só pode ser o Messias, o Filho de Deus enviado ao mundo. É o servo que veio fazer a vontade do Pai e fazê-la com prazer, como diz o refrão do salmo deste dia: "Eis que venho, Senhor, com prazer faço a vossa vontade".

Na segunda leitura Paulo e Sóstenes se apresentam à comunidade de Corinto como os enviados de Deus. Aqueles que foram conduzidos até eles, comunidade de membros eleitos, para fazer a vontade de Deus. Eles mostram que cada vez que a vontade de Deus é feita, Deus é glorificado e a comunidade é santificada. Isso vale para todos e não apenas para a comunidade de Corinto. Ao buscar seu próprio caminho sem Deus, a humanidade pode escolher caminhos ruins e sofrer consequências desastrosas por estas escolhas. Quando isso ocorre, muitas pessoas colocam a culpa em Deus e até atribuem seus erros a um castigo do Senhor. Porém, quando nos deixamos ser guiados por Deus e pedimos a Ele que aja em nossa vida, fazendo em nós a sua vontade, tudo tende a fluir naturalmente, no tempo certo segundo sua providência.

- João Batista, no Evangelho de hoje, ao ver Jesus se aproximar, o apresenta de uma forma objetiva e profunda: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". Com uma frase curta ele consegue dizer o essencial sobre Jesus: o Cordeiro pascal, que dará a vida por nós. Aquele que veio para fazer a vontade do Pai, sem resignação. Sua missão é tirar o pecado do mundo. Ele veio para erradicar as causas que levam as pessoas a errar. Tirar o pecado do mundo significa, entre outras coisas, eliminar da face da terra tudo aquilo que faz as pessoas sofrerem, que diminui a vida ou mata. João coloca Jesus muito acima de si e diz que seu batismo é com o Espírito Santo. Quem o recebe tem sua vida transformada radicalmente. O testemunho de João é forte para os primeiros seguidores de Jesus que puderam confirmar as promessas de Deus sendo realizadas. Com esses elementos essenciais, temos hoje o suficiente para seguir Jesus, testemunhá-lo e fazer a sua vontade.

- Assim, a liturgia deste domingo nos introduz na missão de Jesus e nos ensina a segui-lo com fidelidade, sem reclamações. Desta forma, promovemos um mundo mais justo, humano e fraterno.

http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/11/15_01_23.pdf

 


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