sábado, 2 de março de 2024

‘DICA- REFLEXÃO” DE UM AVÔ Esta "dica-reflexão" direcionada a minha neta talvez possa ser útil para você e/ou para alguém que você ama. Lindolivo Soares Moura(*) Bom dia minha neta-filha querida! Mais um abençoado dia em nossas vidas! Que o seu seja particularmente fecundo, protegido e iluminado. Nascer é um presente, viver um privilégio, com saúde uma benção. "Tempus fugit, carpe diem" - "o tempo passa rápido, aproveite bem o seu dia". E para bem viver, mais uma dica importante pra você: "APRENDENDO A CONVIVER COM AS DIFERENÇAS! Falou diferença, lá vem desavença! Então vamos com calma. Primeiro observe bem: nem todas as diferenças e discordâncias que existem são boas, e por isso nem todas devem ser toleradas ou incentivadas. A começar pela própria intolerância. Se tolerarmos a intolerância estaremos sendo "coniventes" e compactuando com ela, quando o certo é combatê-la e de preferência erradicá-la. O mesmo se pode dizer da violência, do preconceito, da discriminação e de muitas outras ideias, ideologias, crenças e atitudes claramente tóxicas. A propósito, nada há de mais tóxico que a postura que preconiza um relativismo absoluto. "Tudo é relativo", diz-se então, como se o direito à diferença incluísse tudo e qualquer coisa, por mais absurda que ela seja. Mas toda diferença não tóxica e saudável precisa, sim, ser respeitada e celebrada. Evitei intencional e propositalmente o termo "tolerada", porque a rigor somente quem tem autoridade para "proibir", "negar" ou "restringir", tem também autoridade para tolerar ou permitir. "Tolerância religiosa", assim como "tolerância afetiva" ou "tolerância político-ideológica", entre outras, são expressões ambíguas e contraditórias, não fazem sentido algum. Não se "tolera" um direito que pessoas, grupos ou comunidades já possuem: "respeita-se"! Melhor ainda, "celebra-se"! A ideia e a atitude de "tolerância" trazem consigo conotação de "hierarquia", "superioridade" e "primazia", o que em muitas situações não é o caso; talvez na maioria. Cor, etnia - "raça" humana só existe uma - religião, afetividade, opção político-partidária, só para citar alguns exemplos, são direitos garantidos jurídica, moral e "religiosamente". As aspas em "religiosamente" ficam por conta do fato de que certas religiões ainda não se deram conta disso e insistem em caminhar na contra-mão do bom senso e da história. Não mude suas convicções se já as considera sólidas e consolidadas, exceto se estiver convicta de estar equivocada. Se for absolutamente necessário, mude de religião mas não mude de convicção. Por outro lado, quem diz que "respeita" mas não defende e favorece a "inclusão" do diferente - na família, no grupo, na escola e na convivência social - apenas "tolera"; e isso, como já vimos, apesar de ser bom e desejável, é insuficiente. Claro que tolerar é melhor que discriminar e excluir, mas isso é um mínimo: respeitar e incluir é muito mais desejável que apenas tolerar. Nem todas as diferenças na vida são frutos de uma "escolha" - cor, etnia e afetividade, por exemplo - e mesmo quando são, precisamos respeitar e celebrar as escolhas e preferências dos demais. Esse é o primeiro princípio para que também as nossas escolhas, opções e preferências sejam também elas respeitadas e celebradas. E lembre-se: devemos satisfazer em primeiro lugar as exigências do direito e da justiça, para que não caiamos na tentação de praticar como caridade ou como tolerância o que a esse título já é devido. Beijos minha linda! E que seja sempre manso e humilde seu coração. Olá minha linda, como vai esse coração de ouro? Conseguindo lidar bem e produtivamente com os muitos desafios que a nova fase de vida lhe tem reservado? Caso se faça necessário, não pense duas vezes: peça ajuda. Esteja porém sempre atenta e procure ser criteriosa em relação à(s) pessoa(s) com quem você estará se confidenciando. É justamente sobre isso que a dica de hoje vem falar: A IMPORTÂNCIA DE SE ESCOLHER COM CALMA E CRITÉRIO QUEM DE AJUDA E APOIO LHE SERVIRÁ. Você já deve ter percebido que nenhuma fase da vida transcorre tão bem, a ponto de se poder dispensar auxilio e amparo em momentos críticos ou especiais de nosso crescimento. Nessas horas, saber escolher com calma, prudência e critério a quem recorrer, pode acabar fazendo toda a diferença; afinal não são poucos os lobos ferozes e leões famintos de tocaia: os mais afoitos e menos acautelados costumam ser as presas mais visadas e mais facilmente atraídas para a cilada. Conhecer de que maneira a pessoa a quem se pretende recorrer viveu e "atravessou" sua própria adolescência e juventude costuma ser um critério bastante seguro de discernimento quando se decide procurar por apoio e ajuda. Viver recolhida e enclausurada como se fosse uma freira ou irmã religiosa em um convento, nem pensar! Exceto, claro, se você sentir que tem vocação para isso. Se não é esse o seu caso, lembre-se: casa-lar não é mosteiro, quarto não é cela nem claustro, e fazer "voto" de silêncio, quando a melhor saída é compartilhar, não costuma trazer bons resultados. Ainda que diálogo e conversação nem sempre sejam garantia de solução - como queria Ana O, a primeira paciente de Freud - sem dúvida eles são partes essenciais tanto de um eventual tratamento quanto do crescimento de todos nós. Nesse sentido, vamos a uma primeira regra de ouro: pessoas com problemas - sobretudo se semelhantes ou iguais aos nossos - são as últimas a quem se deve recorrer, já que são também as que em menos condições estão de nos ajudar. "Um cego não pode guiar outro cego: cairão ambos no mesmo buraco"; não é isso que diz o versículo considerado sagrado? Segunda regra de ouro: jamais queira se passar por um "messias" com pretensões milagrosas de libertação voltadas para quem necessita de tratamento e acompanhamento profissional; messianismo sem profissionalismo é indicativo certo de que uma vida assim estruturada estará sempre na iminência de desabar. Em contrapartida, esperar - ou o que seria pior ainda, "exigir" - que alguém represente o mesmo para você, enquanto atravessa um problema semelhante ou igual ao seu, é investir na pessoa errada e na estratégia equivocada; considere esta como sendo nossa terceira regra de ouro. Um exemplo típico dessa parceria fadada ao fracasso, ocorre por exemplo quando o ficante ou o namorado não usuário de drogas assume a decisão de "salvar" o parceiro do vício no qual ele ou ela se encontra mergulhado. Além da altíssima probabilidade de não obter êxito em seu propósito, estará correndo o sério risco de se entregar ao mesmo vício. Se a cegueira por si só já não bastasse, teremos agora dois paralíticos destinados a cair e permanecer presos no mesmo buraco. Boa vontade e reta intenção são virtudes, certamente que são. Mas jamais substituem a intervenção do profissional qualificado quando se trata desse tipo de questão É compreensível imaginar e pretender que a melhor escuta para um jovem seja a de um outro jovem; afinal, como dizia São Tomás de Aquino, "o semelhante tende a atrair o semelhante". Mas a atração que irmana dois jovens com "problemas graves e semelhantes", e os coloca em rota não de distanciamento mas de aproximação, está longe de obedecer a essa regra-padrão. Todo problema requer tratamento e, se possível, "solução", e não um agravamento ainda maior da situação. O amor não pode ser cego e se valer apenas de reta e boa intenção; quando esse princípio é ignorado, ele descamba inevitavelmente para a paixão; e esta pode ser perigosa, nos turvando completamente a razão. A seguinte trovinha pode não ser lá tão "adolescente", mas carrega ainda uma importante lição: "cinco sentidos temos, dos cinco necessitamos, mas os cinco nós perdemos, quando nos apaixonamos". Beijos, minha linda. E lembre-se: precisando de ajuda ou de apoio num determinado momento ou situação, escolha alguém de sua confiança, e aí sim, "abra com segurança as portas do seu coração". (*) Reflexão do avô enviada pelo whasapp, de Vitória(ES).

 

‘DICA- REFLEXÃO” DE UM AVÔ

Esta "dica-reflexão" direcionada a minha neta talvez possa ser útil para você e/ou para alguém que você ama.

Lindolivo Soares Moura(*)

Bom dia minha neta-filha querida!

Mais um abençoado dia em nossas vidas! Que o seu seja particularmente fecundo, protegido e iluminado. Nascer é um presente, viver um privilégio, com saúde uma benção. "Tempus fugit, carpe diem" - "o tempo passa rápido, aproveite bem o seu dia". E para bem viver, mais uma dica importante pra você: "APRENDENDO A CONVIVER COM AS DIFERENÇAS! Falou diferença, lá vem desavença! Então vamos com calma. Primeiro observe bem: nem todas as diferenças e discordâncias que existem são boas, e por isso nem todas devem ser toleradas ou incentivadas. A começar pela própria intolerância. Se tolerarmos a intolerância estaremos sendo "coniventes" e compactuando com ela, quando o certo é combatê-la e de preferência erradicá-la. O mesmo se pode dizer da violência, do preconceito, da discriminação e de muitas outras ideias, ideologias, crenças e atitudes claramente tóxicas. A propósito, nada há de mais tóxico que a postura que preconiza um relativismo absoluto. "Tudo é  relativo", diz-se então, como se o direito à diferença incluísse tudo e qualquer coisa, por mais absurda que ela seja. Mas toda diferença não tóxica e saudável precisa, sim, ser respeitada e celebrada. Evitei intencional e propositalmente o termo "tolerada", porque a rigor somente quem tem autoridade para "proibir", "negar" ou "restringir", tem também autoridade para tolerar ou permitir. "Tolerância religiosa", assim como "tolerância afetiva" ou "tolerância político-ideológica", entre outras, são expressões ambíguas e contraditórias, não fazem sentido algum. Não se "tolera" um direito que pessoas, grupos ou comunidades já possuem: "respeita-se"! Melhor ainda, "celebra-se"! A ideia e a atitude de "tolerância" trazem consigo conotação de "hierarquia", "superioridade" e "primazia", o que em muitas situações não é o caso; talvez na maioria. Cor, etnia - "raça" humana só existe uma - religião, afetividade, opção político-partidária, só para citar alguns exemplos, são direitos garantidos jurídica, moral e "religiosamente". As aspas em "religiosamente" ficam por conta do fato de que certas religiões ainda não se deram conta disso e insistem em caminhar na contra-mão do bom senso e da história. Não mude suas convicções se já as considera sólidas e consolidadas, exceto se estiver convicta de estar equivocada. Se for absolutamente necessário, mude de religião mas não mude de convicção. Por outro lado, quem diz que "respeita" mas não defende e favorece a "inclusão" do diferente - na família, no grupo, na escola e na convivência social - apenas "tolera"; e isso, como já vimos, apesar de ser bom e desejável, é insuficiente. Claro que tolerar é melhor que discriminar e excluir, mas isso é um mínimo: respeitar e incluir é muito mais desejável que apenas tolerar. Nem todas as diferenças na vida são frutos de uma "escolha" - cor, etnia e afetividade, por exemplo - e mesmo quando são, precisamos respeitar e celebrar as escolhas e preferências dos demais. Esse é o primeiro princípio para que também as nossas escolhas, opções e preferências sejam também elas respeitadas e celebradas. E lembre-se: devemos satisfazer em primeiro lugar as exigências do direito e da justiça, para que não caiamos na tentação de praticar como caridade ou como tolerância o que a esse título já é devido. Beijos minha linda! E que seja sempre manso e humilde seu coração.

Olá minha linda, como vai esse coração de ouro? Conseguindo lidar bem e produtivamente com os muitos desafios que a nova fase de vida lhe tem reservado? Caso se faça necessário, não pense duas vezes: peça ajuda. Esteja porém sempre atenta e procure ser criteriosa em relação à(s) pessoa(s) com quem você estará se confidenciando. É justamente sobre isso que a dica de hoje vem falar: A IMPORTÂNCIA DE SE ESCOLHER COM CALMA E CRITÉRIO QUEM DE AJUDA E APOIO LHE SERVIRÁ. Você já deve ter percebido que nenhuma fase da vida transcorre tão bem, a ponto de se poder dispensar auxilio e amparo em momentos críticos ou especiais de nosso crescimento. Nessas horas, saber escolher com calma, prudência e critério a quem recorrer, pode acabar fazendo toda a diferença; afinal não são poucos os lobos ferozes e leões famintos de tocaia: os mais afoitos e menos acautelados costumam ser as presas mais visadas e mais facilmente atraídas para a cilada. Conhecer de que maneira a pessoa a quem se pretende recorrer viveu e "atravessou" sua própria adolescência e juventude costuma ser um critério bastante seguro de discernimento quando se decide procurar por apoio e ajuda. Viver recolhida e enclausurada como se fosse uma freira ou irmã religiosa em um convento, nem pensar! Exceto, claro, se você sentir que tem vocação para isso. Se não é esse o seu caso, lembre-se: casa-lar não é mosteiro, quarto não é cela nem claustro, e fazer "voto" de silêncio, quando a melhor saída é compartilhar, não costuma trazer bons resultados. Ainda que diálogo e conversação nem sempre sejam garantia de solução - como queria Ana O, a primeira paciente de Freud - sem dúvida eles são partes essenciais tanto de um eventual tratamento quanto do crescimento de todos nós. Nesse sentido, vamos a uma primeira regra de ouro: pessoas com problemas - sobretudo se semelhantes ou iguais aos nossos - são as últimas a quem se deve recorrer, já que são também as que em menos condições estão de nos ajudar. "Um cego não pode guiar outro cego: cairão ambos no mesmo buraco"; não é isso que diz o versículo considerado sagrado? Segunda regra de ouro: jamais queira se passar por um "messias" com pretensões milagrosas de libertação voltadas para quem necessita de tratamento e acompanhamento profissional; messianismo sem profissionalismo é indicativo certo de que uma vida assim estruturada estará sempre na iminência de desabar. Em contrapartida, esperar - ou o que seria pior ainda, "exigir" - que alguém represente o mesmo para você, enquanto atravessa um problema semelhante ou igual ao seu, é investir na pessoa errada e na estratégia equivocada; considere esta como sendo nossa terceira regra de ouro. Um exemplo típico dessa parceria fadada ao fracasso, ocorre por exemplo quando o ficante ou o namorado não usuário de drogas assume a decisão de "salvar" o parceiro do vício no qual ele ou ela se encontra mergulhado. Além da altíssima probabilidade de não obter êxito em seu propósito, estará correndo o sério risco de se entregar ao mesmo vício. Se a cegueira por si só já não bastasse, teremos agora dois paralíticos destinados a cair e permanecer presos no mesmo buraco. Boa vontade e reta intenção são virtudes, certamente que são. Mas jamais substituem a intervenção do profissional qualificado quando se trata desse tipo de questão É compreensível imaginar e pretender que a melhor escuta para um jovem seja a de um outro jovem; afinal, como dizia São Tomás de Aquino, "o semelhante tende a atrair o semelhante". Mas a atração que irmana dois jovens com "problemas graves e semelhantes", e os coloca em rota não de distanciamento mas de aproximação, está longe de obedecer a essa regra-padrão. Todo problema requer tratamento e, se possível, "solução", e não um agravamento ainda maior da situação. O amor não pode ser cego e se valer apenas de reta e boa intenção; quando esse princípio é ignorado, ele descamba inevitavelmente para a paixão; e esta pode ser perigosa, nos turvando completamente a razão. A seguinte trovinha pode não ser lá tão "adolescente", mas carrega ainda uma importante lição: "cinco sentidos temos, dos cinco necessitamos, mas os cinco nós perdemos, quando nos apaixonamos". Beijos, minha linda. E lembre-se: precisando de ajuda ou de apoio num determinado momento ou situação, escolha alguém de sua confiança, e aí sim, "abra com segurança as portas do seu coração".

(*) Reflexão do avô enviada pelo whasapp, de Vitória(ES).

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