LEITURAS DA SEXTA-FEIRA SANTA- ANO B
Leitura do Livro do Profeta Isaías.
13Ei-lo, o meu Servo
será bem-sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. 14Assim como muitos
ficaram pasmados ao vê-lo – tão desfigurado ele estava que não parecia ser um
homem ou ter aspecto humano –, 15do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os
povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes
foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram. 53,1“Quem de nós deu
crédito ao que ouvimos? E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor? 2
Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca.
Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos
agradasse. 3 Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores,
cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era,
não fazíamos caso dele. 4 A verdade é que ele tomava sobre si nossas
enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um
chagado, golpeado por Deus e humilhado! 5 Mas ele foi ferido por causa de
nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele imposta
era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura. 6 Todos nós
vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor
fez recair sobre ele o pecado de todos nós. 7 Foi maltratado, e submeteu- -se,
não abriu a boca; como cordeiro evado ao matadouro ou como ovelha diante dos
que a tosquiam, ele não abriu a boca. 8Foi atormentado pela angústia e foi
condenado. Quem se preocuparia com sua história de origem? Ele foi eliminado do
mundo dos vivos; e por causa do pecado do meu povo foi golpeado até morrer. 9
Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não
praticou o mal, nem se encontrou falsidade em suas palavras. 10O Senhor quis
macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá
descendência duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor. 11Por
esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu servo, o
justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. 12Por
isso, compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os
valentes seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um
malfeitor; ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor
dos pecadores.
- Palavra do Senhor.
T. Graças a Deus.
SALMO 30(31)
Ó Pai, em vossas
mãos, eu entrego o meu espírito.
1. Senhor, eu ponho em vós minha esperança; *
que eu não fique envergonhado eternamente! / Em vossas mãos, Senhor, entrego o
meu espírito, * porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
2. Tornei-me o opróbrio do inimigo, * o
desprezo e zombaria dos vizinhos / e objeto de pavor para os amigos; * fogem de
mim os que me vêem pela rua
3. A vós, porém, ó
meu Senhor, eu me confio, * e afirmo que só vós sois o meu Deus! / Eu entrego
em vossas mãos o meu destino; * libertai-me do inimigo e do opressor! 4.
Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, * e salvai-me pela vossa compaixão!
/ Fortalecei os corações, tende coragem, * todos vós que ao Senhor vos
confiais!
SEGUNDA LEITURA (Hb 4,14-16; 5,7-9)
Leitura da Carta aos Hebreus.
Irmãos: 14Temos um Sumo Sacerdote eminente,
que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé
que professamos. 15Com efeito, temos um Sumo Sacerdote capaz de se compadecer
de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção
do pecado. 16Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça,
para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento
oportuno. 5,7Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas,
com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi
atendido, por causa de sua entrega a Deus. 8 Mesmo sendo Filho, aprendeu o que
significa a obediência a Deus, por aquilo que ele sofreu. 9 Mas, na consumação
de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem
. - Palavra do
Senhor. T. Graças a Deus.
ACLAMAÇÃO (L.:
[Fil 2,8-9] Reginaldo Veloso | M.: Pe. Silvio Milanez)
Salve, ó Cristo obediente! / Salve, amor
onipotente, / que te entregou à cruz / e te recebeu na luz!
1. O Cristo obedeceu até a morte, /
humilhou-se e obedeceu o bom Jesus, / humilhou-se e obedeceu, sereno e forte, /
humilhou-se e obedeceu até a cruz. 2. Por isso o Pai do céu o exaltou, /
exaltou-o e lhe deu um grande nome, / exaltou-o e lhe deu poder e glória, /
diante dele céus e terra se ajoelhem!
EVANGELHO (Jo 18,1–19,42)
Paixão de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo João.
L1: Naquele tempo, 1 Jesus saiu com os
discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde
ele entrou com os discípulos. 2 Também Judas, o traidor, conhecia o lugar,
porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos. 3 Judas levou
consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e
fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. 4 Então Jesus, consciente
de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse: P: “A quem
procurais?” L1: 5 Responderam: Coro: “A Jesus, o Nazareno.” L1: Ele disse: P:
“Sou eu.” L1: Judas, o traidor, estava junto com eles. 6 Quando Jesus disse
“sou eu”, eles recuaram e caíram por terra. 7 De novo lhes perguntou: P: “A
quem procurais?” L1: Eles responderam: Coro: “A Jesus, o Nazareno.” L1: 8 Jesus
respondeu: P: “Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai
que estes se retirem.” L1: 9 Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
“Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”. 10Simão Pedro, que trazia uma
espada consigo, puxou dela e feriu o servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a
orelha direita. O nome do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro: P:
“Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?” L1:
12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o
amarraram. 13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o Sumo
Sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho: L2:“É
preferível que um só morra pelo povo”. L1:15Simão Pedro e um outro discípulo
seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com
Jesus no pátio do Sumo Sacerdote. 16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o
outro discípulo, que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu, conversou com a
encarregada da porta e levou Pedro para dentro. 17A criada que guardava a porta
disse a Pedro: L2: “Não pertences também tu aos discípulos desse homem?” L1:
Ele respondeu: L2: “Não”. L1: 18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira
e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se.
19Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e
de seu ensinamento. 20Jesus lhe respondeu: P: “Eu falei às claras ao mundo.
Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada
falei às escondidas. 21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que
falei; eles sabem o que eu disse.” L1: 22Quando Jesus falou isso, um dos
guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo: L2: “É assim que
respondes ao Sumo Sacerdote?” L1: 23Respondeu-lhe Jesus: P: “Se respondi mal,
mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?” L1: 24Então, Anás enviou
Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote. 25Simão Pedro continuava lá, em
pé, aquecendo-se. Disseram-lhe: Coro: “Não és tu, também, um dos discípulos
dele?” L1: Pedro negou: L2: “Não!” L1: 26Então um dos empregados do Sumo
Sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: L2:
“Será que não te vi no jardim com ele?” L1: 27Novamente Pedro negou. E na mesma
hora, o galo cantou. 28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era
de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e
poderem comer a Páscoa. 29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse: L2:
“Que acusação apresentais contra este homem?” L1: 30Eles responderam: Coro: “Se
não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!” L1: 31Pilatos disse: L2:
“Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa Lei.” L1: Os judeus lhe
responderam: Coro: “Nós não podemos condenar ninguém à morte.” L1: 32Assim se
realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer.
33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: L2:
“Tu és o rei 3 dos judeus?” L1: 34Jesus respondeu: P: “Estás dizendo isto por
ti mesmo, ou outros te disseram isto de mim?” L1: 35Pilatos falou: L2: “Por
acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que
fizeste?” L1: 36Jesus respondeu: P: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu
reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse
entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui. L1: 37Pilatos disse a Jesus:
L2: “Então tu és rei?” L1: Jesus respondeu: P: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu
nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que
é da verdade escuta a minha voz.” L1: 38Pilatos disse a Jesus: L2: “O que é a
verdade?” L1: Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes:
L2: “Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume, que
pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos judeus?” L1:
40Então, começaram a gritar de novo: Coro: “Este não, mas Barrabás!” L1:
Barrabás era um bandido. 19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus. 2 Os soldados
teceram uma coroa de espinhos e puseram na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um
manto vermelho, 3 aproximavam-se dele e diziam: Coro: “Viva o rei dos judeus!”
L1: E davam-lhe bofetadas. 4 Pilatos saiu de novo e disse aos judeus: L2:
“Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro
nele crime algum.” L1: 5 Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de
espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes: L2: “Eis o homem!” L1: 6
Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar: Coro:
“Crucifica-o! Crucifica-o!” L1: Pilatos respondeu: L2: “Levai-o vós mesmos para
o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum.” L1: 7 Os judeus
responderam: Coro: “Nós temos uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve morrer,
porque se fez Filho de Deus.” L1: 8 Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com
mais medo ainda. 9 Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus: L2: “De
onde és tu?” L1: Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse: L2: “Não me
respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te
crucificar?” L1: 11Jesus respondeu: P: “Tu não terias autoridade alguma sobre
mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem
culpa maior.” L1: 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os
judeus gritavam: Coro: “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo
aquele que se faz rei, declara-se contra César.” L1: 13Ouvindo estas palavras,
Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado
“Pavimento”, em hebraico “Gábata”. 14Era o dia da preparação da Páscoa, por
volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: L2: “Eis o vosso rei!” L1: 15Eles,
porém, gritavam: Coro: “Fora! Fora! Crucifica-o!” L1: Pilatos disse: L2: “Hei
de crucificar o vosso rei?” L1: Os sumos sacerdotes responderam: Coro: “Não
temos outro rei senão César.” L1: 16Então Pilatos entregou Jesus para ser
crucificado, e eles o levaram. 17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o
lugar chamado “Calvário”, em hebraico “Gólgota”. 18Ali o crucificaram, com
outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. 19Pilatos mandou ainda escrever
um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito: “Jesus, o Nazareno, o Rei
dos judeus”. 20Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que
Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em
hebraico, latim e grego. 21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a
Pilatos: Coro: “Não escrevas ‘o Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu
sou o Rei dos judeus’ ”. L1: 22Pilatos respondeu: L2: “O que escrevi, está
escrito.” L1: 23Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua
roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era
tecida sem costura, em peça única de alto a baixo. 24Disseram então entre si:
Coro: “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será.” L1:
Assim se cumpria a Escritura que diz: “Repartiram entre si as minhas vestes e
lançaram sorte sobre a minha túnica”. Assim procederam os soldados. 25Perto da
cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e
Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele
amava, disse à mãe: P: “Mulher, este é o teu filho.” L1: 27Depois disse ao
discípulo: P: “Esta é a tua mãe.” L1: Daquela hora em diante, o discípulo a
acolheu consigo. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e
para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: P: “Tenho sede.” L1:
29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja
embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e
disse: P: “Tudo está consumado.” L1: E, inclinando a cabeça, entregou o
espírito. (Todos se ajoelham um instante) L1: 31Era o dia da preparação para a
Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o
sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos
que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os
soldados foram e quebraram as pernas de um e, depois, do outro que foram
crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava
morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu- -lhe o lado com uma
lança, e logo saiu sangue e água. 35Aquele que viu, dá testemunho e seu
testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis.
36Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: “Não quebrarão
nenhum dos seus ossos”. 37E outra Escritura ainda diz: “Olharão para aquele que
transpassaram”. 38Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus –
mas às escondidas, por medo dos judeus – pediu a Pilatos para tirar o corpo de
Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou
também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus.
Trouxe uns trinta quilos 4 de perfume feito de mirra e aloés. 40Então tomaram o
corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os
judeus costumam sepultar. 41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um
jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
42Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que
puseram Jesus. –
Palavra da salvação. T. Glória a vós,
Senhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário