VIII- A solenidade de todos os
Santos e o dia de Finados:
No dia 1
celebramos todos os Santos que já estão no céu, e hoje somos chamados a rezar
pelos irmãos que ainda não estão na presença de Deus, as duas festas estão
juntas por um motivo, uma nos convida a olhar para a outra, não devemos olhar
com tristeza para o dia de finados, mas com esperança, esperança de um dia nos
unirmos a Deus e aos seus Santos, e lembrarmos que somos chamados a Santidade,
a uma vida de acordo com o Evangelho.
Não é um
dia de tristeza, mas um dia de oração, de lembrarmos com carinho de quem amamos
e rezarmos por aqueles que nos deixaram, em especial de rezarmos pelos mortos
que ninguém se lembra.
A Igreja
nos ensina que após a morte, recebemos de Cristo um juízo particular, ou
recebemos a salvação, ou a condenação. Porém, muitos dos que se salvam não se
encontram e estado de perfeita santidade na hora da morte, e por isso não podem
ainda entrar no Paraíso, por isso vão para o purgatório.
No
Purgatório, os fiéis já salvos, mas ainda não Santos, podem purificar-se
mediante ao sofrimento das culpas e imperfeições que ainda lhes restam e nós
como irmãos e membros do Corpo do Senhor, podemos oferecer a essas almas um
alívio, nossas orações podem tirá-las no purgatório e leva-las a presença de
Deus.
Hoje de
moda especial podemos rezar por essas almas, podemos oferecer nossas orações,
nossa comunhão por elas e assim ajudá-las a se reencontrarem com o Pai.
“Uma
vez que os fiéis defuntos, em vias de purificação, também são membros da mesma
comunhão dos santos, nós podemos ajudá-los, entre outros modos, obtendo para
eles indulgências, de modo que sejam libertos das penas temporais devidas pelos
seus pecados” (CIC – 1479).
Piedade para com os
esquecidos:
O
costume de rezar pelos mortos vem desde os primeiros cristãos; os fiéis tinham
o costume de frequentar os túmulos dos mártires. Já no século V, a Igreja
passou a rezar por todos os falecidos e, principalmente, por aqueles
esquecidos.
A
prática foi incentivada por religiosos e papas ao longo dos séculos X e XI,
onde pediam que se dedicasse ao menos um dia no ano para orarem aos mortos.
Somente
em 1331, a data de 2 de novembro foi definida no calendário litúrgico para esta
prática. Três séculos mais tarde (1915), o Papa Bento XV pediu para que os
padres celebrassem três Missas pelas almas dos Fiéis (cristãos) mortos na I
Guerra Mundial.
Esta
crença na existência de um estado de purificação antes da bem-aventurança
eterna é baseada em diversas passagens bíblicas:
Há um perdão, uma purificação póstuma
(Mt 12, 32):
“Todo
aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem
falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era, nem na que há de vir”.
Penas de pecados que não foram pagas
neste mundo (Lc 12, 58-59):
“Ora,
quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em
acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz
te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás
dali, até pagares o último centavo”
.
As almas do purgatório estão salvas,
mas passam por purificação final (I Cor, 3, 13-15):
“A
obra de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) irá demonstrá-lo. Será
descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a
construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará
com os danos. Ele será salvo, porém, passando de alguma maneira através do
fogo”.
A Igreja nos Ensina a Rezar
pelos mortos:
Este aspecto é reforçado pelo
Magistério da Igreja:
“Todo
o pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual
precisa de ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que
se chama Purgatório” (CIC – 1471).
De que
forma devemos rezar pelos fiéis mortos?
A Igreja
nos ensina que Deus concedeu aos fiéis uma comunhão profunda entre todos os
membros; união essa, que permanece mesmo após a vida nesta terra:
“A
vida de cada um dos filhos de Deus está ligada de modo admirável, em Cristo e
por Cristo, à vida de todos os outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural
do corpo Místico de Cristo, como que numa pessoa mística” (CIC – 1474).
Temos,
portanto, três aspectos da mesma Igreja: a Igreja Triunfante (todos os santos e
bem-aventurados), Igreja Padecente (os admitidos à purificação do Purgatório) e
a Igreja Militante (fiéis peregrinos neste mundo).
Podemos oferecer as indulgências através:
–
Confissão, comunhão e oração pelas intenções do Santo Padre;
– A
oração do Santo Rosário;
– A
Santa Missa;
– Os
méritos das nossas obras de Misericórdia;
– Oração
devocional todas as Segundas-feiras (dia de oração pelas almas).
Oração
pelos Fiéis Defuntos:
Ó Deus,
Criador e Redentor de todos os fiéis, concedei às almas dos vossos servos e
servas a remissão de todos os seus pecados, a fim de que, por meio destas
piedosas súplicas, alcancem de Vós a misericórdia que sempre desejaram. Vós que
viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém. Pai-Nosso e Ave Maria. —
Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno, e que a luz perpétua os ilumine. Descansem
em paz. Amém.
Com informações de:
Cruz
Terra Santa
Padre
Paulo Ricardo
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