quinta-feira, 31 de outubro de 2024

XII- DICAS DE LEITURAS

 

 

XII- DICAS DE LEITURAS

1.    O QUE A IGREJA ENSINA SOBRE A MORTE (Prof. Felipe Aquino)

A Igreja ensina que, em consequência do pecado original, o homem deve sofrer “a morte corporal, à qual teria sido subtraído se não tivesse pecado” (Gaudium et Spes, 18; Gn 2,17). Não passaríamos pela morte como ela é hoje se não houvesse o pecado.

A Igreja reconhece que “é diante da morte que o enigma da condição humana atinge o seu ponto mais alto” (idem). São Paulo ensina que “o salário do pecado é morte” (Rm 6, 23); é dele que advém todo sofrimento da criatura humana; mas que para os que morrem na graça de Cristo, é uma participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também de sua Ressurreição (Rom 6, 3-9).

Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. “Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão” (Sab 2, 23).

A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como consequência do pecado; e será o “último inimigo” do homem a ser vencido (1Cor 15,26).

A realidade inexorável da morte deve recordar-nos de que temos um tempo limitado para realizar nossa vida: “Lembra-te de teu Criador nos dias de tua mocidade (…) antes que o pó volte à terra de onde veio, e o sopro volte a Deus que o concedeu” (Eclo 12, 2.7).

Mas a morte foi transformada por Cristo. Jesus, o Filho de Deus, sofreu Ele também a morte, própria da condição humana; assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção (Rom 5, 19-21). Por isso, graças a Cristo a morte cristã tem um sentido positivo. São Paulo disse: “Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro” (Fl 1, 21). “Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos” (2Tm 2, 11).

O Catecismo ensina que “A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente “morto com Cristo” para viver uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma esse “morrer com Cristo” e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor” (§1010).

Deus chama o homem a si em sua morte. São Paulo estava certo disso: “O meu desejo é partir e estar com Cristo” (Fl 1, 23); então, o cristão deve transformar sua morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo (Lc 23, 46). Santa Teresinha dizia: “Não morro, entro para a vida”. A visão cristã da morte é expressa de forma privilegiada na liturgia da Igreja: “Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.

A morte encerra o “tempo de graça e de misericórdia” que Deus oferece a cada um para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Não existe reencarnação; ensina a Igreja que: Quando tiver terminado “o único curso de nossa vida terrestre” (LG, 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. “Os homens devem morrer uma só vez” (Hb 9,27).

Pela morte, a alma é separada do corpo, mas na ressurreição Deus restituirá a vida incorruptível ao nosso corpo transformado, unindo-o novamente à nossa alma (cf. Cat. §1016).

Que é “ressuscitar”?

 

Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que a sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida ao seu corpo glorificado. Deus na sua onipotência restituirá definitivamente a vida incorruptível aos nossos corpos unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus. (Cat. §997)

Todos os homens que morreram ressuscitarão. “Os que tiverem feito o bem sairão para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento” (Jo 5, 29; cf. Dn 12,2).

Cristo ressuscitou com o seu próprio Corpo: “Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu!” (Lc 24, 39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma nele “todos ressuscitarão com seu próprio corpo, que tem agora”, ensinou o IV Concílio do Latrão, (DS, 801); porém, este corpo será “transfigurado em corpo de glória” (Fl 3,21), em “corpo espiritual” (1Cor 15,44).

Quando será a ressurreição?

 

O Catecismo responde: Definitivamente no último dia (Jo 6, 39-40.44.54;11,24); “no fim do mundo” (LG, 48). A ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo (§1001).

A “Imitação de Cristo” nos ensina: “Em todas as tuas ações, em todos os teus pensamentos deverias comportar-te como se tivesses de morrer hoje. Se tua consciência estivesse tranquila, não terias muito medo da morte. Seria melhor evitar o pecado que fugir da morte. Se não estás preparado hoje, como o estarás amanhã?”

E São Francisco de Assis, no “Cântico das Criaturas”, assim rezou:

“Louvado sejais, meu Senhor, por nossa irmã, a morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem em pecado mortal, felizes aqueles que ela encontrar conforme a vossa santíssima vontade, pois a segunda morte não lhes fará mal”.

Prof. Felipe Aquino

 

https://cleofas.com.br/o-que-a-igreja-ensina-sobre-a-morte/

 

 

 

 

 

 

 

2.    O Sentido da Morte Cristã – Catecismo da Igreja Católica

 

1010     Graças  a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo. “Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro” (Fl 1,21). “Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos” (2Tm 1,11).  A novidade essencial da morte cristã está  nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente “morto com Cristo”, para Viver de uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma este “morrer com Cristo” e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor:

É bom para mim morrer em (“eis”) Cristo Jesus, melhor do que reinar até as extremidades da terra. É a Ele que procuro, Ele que morreu por nós: é Ele que quero, Ele que ressuscitou por nós. Meu nascimento aproxima-se. (…) Deixai-me receber a pura luz; quando tiver chegado lá, serei homem.

1011     Na morte, Deus chama o homem a si. É por isso que o cristão pode sentir, em relação à morte, um desejo semelhante ao de São Paulo: “O meu desejo é partir e ir estar com Cristo” (Fl 1,23); e pode transformar sua própria morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo:

Meu desejo terrestre foi crucificado; (…) há em mim uma água viva que murmura e que diz dentro de mim: “Vem para o Pai”.

Quero ver a Deus, e para vê-lo é preciso morrer.

Eu não morro, entro na vida.

1012     A visão cristã da morte é expressa de forma privilegiada na liturgia da Igreja:

Senhor, para os que crêem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível

1013     A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado “o único curso de nossa vida terrestre”, não voltaremos mais a outras vidas terrestres. “Os homens devem morrer uma só vez” (Hb 9,27). Não existe “reencarnação” depois da morte.

1014     A Igreja nos encoraja à preparação da hora de nossa morte (“Livra-nos, Senhor, de uma morte súbita e imprevista”: antiga ladainha de todos os santos, a pedir à Mãe de Deus que interceda por nós “na hora de nossa morte” (oração da “Ave-Maria”) e a entregar-nos a São José, padroeiro da boa morte:

https://www.padrereginaldomanzotti.org.br/artigo/o-sentido-da-morte-crista-catecismo-da-igreja-catolica/

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