AS GRANDES LIÇÕES DO PAPA FRANCISCO SOBRE MISERICÓRDIA
No decorrer dos seus 5 anos de pontificado, inúmeras foram as lições deixadas pelo Papa Francisco quando se fala do Deus que não se cansa da fraqueza humana. Na sua primeira oração do Ângelus, em 17 de março de 2013, ele afirmou: “Deus jamais se cansa de nos perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão”.
Seu nome, enquanto papa, remete ao santo
de Assis, conhecido no mundo inteiro como aquele que “reconstruiu” a Igreja na
Idade Média, a partir da sua pobreza, e pelo reconhecimento da miséria inerente
a cada ser humano. Uma forte característica de São Francisco sempre
foi a consciência de ser um grande pecador diante da imensidão e da
profundidade da misericórdia de Deus.
Elencamos para você as principais lições do Papa Francisco sobre a misericórdia
divina a partir de seus documentos e livros. As palavras do argentino refletem
a voz do pastor que vai em busca de suas ovelhas em qualquer lugar onde elas
estejam perdidas.
Ser
misericórdia para o outro: uma Igreja em saída
Desde que o
mundo católico conheceu seu atual papa, Francisco, uma das palavras mais
ouvidas e proclamadas é misericórdia. Já em suas primeiras aparições públicas,
catequeses, homilias, cartas e demais documentos, o pontífice anuncia incansavelmente
a face misericordiosa de Deus.
Ficou evidente sua missão quando em sua
primeira exortação apostólica Evangelii
Gaudium (A alegria do Evangelho) o santo padre conclamava
os católicos para tornarem-se Igreja “em saída”. Francisco evidenciava que a
missão da Igreja para os tempos atuais é transmitir a alegria de quem encontrou
a pessoa de Jesus Cristo que ama, acolhe, perdoa e refaz a história de todos
que se deixam tocar. “A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai”.
O
encontro com o Deus misericordioso: o Ano da Misericórdia
Não obstante suas palavras, suas
atitudes como pontífice da fé colocou diante da humanidade um rosto paterno de
acolhimento contínuo. A teóloga Maria Clara Bingemer afirma que a teologia de
Francisco é feita mais de testemunhos do que de textos. Portanto, numa atitude
profunda, tanto quanto profética, o papa proclamou com a carta Misericordiae Vultus, o
Ano da Misericórdia.
Francisco queria anunciar para o mundo que “Jesus Cristo é o rosto da
misericórdia do Pai”, no qual todos os que quiserem podem se aproximar e
retornar à casa de Deus. Para Francisco, a Igreja não é controladora das
graças, mas facilitadora como afirmou na Evangelii Gaudium. Igrejas abertas 24h,
confessionários disponíveis, indulgências para portas santas abertas em todas
as dioceses do planeta: tudo era um convite e um testemunho de como o coração
de Deus age diante do pecado do homem.
O nome
de Deus é Misericórdia
A Igreja vive o tempo de misericórdia e,
para Francisco, isso significa apresentar um rosto de mãe que acolhe seus
filhos ainda que estes percorram caminhos tortuosos. No seu primeiro livro,
intitulado O nome de Deus é Misericórdia – em entrevista ao repórter
vaticanista do jornal italiano La
Stampa, coordenador do site Vatican
Insider, Andrea Tornielli, Francisco apresenta ao mundo que a
misericórdia é a identidade mais profunda de Deus. Um pai que está sempre de
portas abertas para o filho, que não o interroga, não o julga, mas o acolhe.
“Esta é a superabundância da misericórdia”, enfatiza.
O papa ainda
afirmou na sua mensagem para a Quaresma de 2015: “Quanto desejo que (…) as
nossas paróquias e as nossas comunidades, cheguem a serem ilhas de misericórdia
no meio do mar da indiferença”. É um desejo explícito do santo padre levar a
misericórdia de Deus para todos os povos.
Misericórdia
para o mundo
Mais do que
conceitos teóricos, as lições do Papa Francisco sobre a misericórdia, trazem
aos fiéis a necessidade de buscarem um estilo de vida marcado pela experiência
de ter a própria fragilidade restaurada no encontro com o Senhor. Experiência
essa que deve dilatar o coração do homem para ir ao encontro dos mais
necessitados, às “periferias da existência humana” para ser agora um
instrumento da misericórdia de Deus.
Seja na ecologia, como afirma na sua
encíclica Laudato Si,
seja no ambiente familiar, como observa na sua exortação apostólica
pós-sinodal, Amoris
Laetitia, e agora no seu mais novo documento Gaudete et exsultate, a
santidade não é propriedade de uns poucos, assim também a misericórdia não é
propriedade de alguém. A misericórdia é o próprio Deus que se dá a todo homem,
e chama clérigos, famílias, sociedade a um encontro contínuo de caridade e ao
acolhimento mútuo.
Ler os
documentos e livros do papa levam os fiéis a entenderem as suas atitudes e
posturas de um homem que encarnou os sentimentos do Evangelho e se tornou um
pastor, como ele mesmo costuma dizer, com o “cheiro das ovelhas”.
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