ALEGRIA PELA CONFIANÇA NA RESSURREIÇÃO!
- Celebramos, hoje, o Dia da Ressurreição.
Somos convidados a nos dirigirmos ao túmulo e constatar que Cristo ressuscitou.
Depois de celebrarmos a Vigília Pascal não podemos ter o mesmo sentimento de
Maria Madalena quando chegou ao túmulo: o sentimento de que o corpo havia sido
roubado. Esse sentimento é o de quem ainda está com as imagens na cabeça e no
coração de uma Sexta-Feira da Paixão apenas como morte, perda, vazio, fracasso
e decepção pelo ocorrido. Pela fé vislumbramos outras possibilidades a partir
da Cruz de Cristo. Por isso, boa parte do nosso povo participa mais da
Sexta-feira da Paixão do que da noite da ressurreição. Por várias razões, há
uma identificação maior com a dor e o sofrimento do que com a alegria da
ressurreição. A Vigília Pascal é a expressão do amor de Deus que quer a vida e
não a morte. Assim, ela deve ser vivida com muita alegria e júbilo! - O
Evangelho de João é bem simbólico e traz muitos elementos que ajudam a
enriquecer o evento da ressurreição. Um desses elementos é a madrugada que
significa um tempo ainda em escuro, sem muita clareza. É madrugada na vida de
Maria Madalena e dos demais discípulos. Tudo ainda está envolto numa densa
névoa que recobre seus corações, causada pela dor vivida na paixão. O
acontecimento foi trágico demais para ser dissipado de imediato. É preciso um
tempo para assimilar e elaborar o ocorrido. Por isso, a primeira impressão é a
de que alguém havia tirado o corpo dali. No entanto, madrugada tem também outro
significado: é o da aurora de um novo dia, que não tardará a despontar. Se o
momento ainda é de escuridão, no horizonte começam a despontar os primeiros
sinais do amanhecer: pedra removida, lençol mortuário dobrado ao lado, faixas
de linho no chão enroladas num lugar à parte e outros sinais. A memória da
Escritura é feita após a entrada no túmulo e a constatação desses elementos.
- Se o primeiro momento é de espanto pela perda
do corpo, o segundo é de alegria pela confiança na ressurreição. Quem ama
acredita, mesmo que não tenha provas. A ressurreição nem sempre nos é
apresentada com provas que podemos tocar. É um dado de fé. É a essência da
nossa fé. O Evangelho encerra destacando que a compreensão da Escritura suscita
a verdadeira fé no Ressuscitado. Ao compreender a Escritura os discípulos assumem
verdadeiramente a missão de propagadores da Boa Notícia. - A primeira leitura
relata a experiência das primeiras comunidades cristãs depois do evento da
ressurreição. É quando essas comunidades dão testemunho do Cristo ressuscitado.
Assim, vemos Pedro que dá um testemunho apaixonante sobre a ressurreição de
Cristo, ao afirmar que Ele ressuscitou e Deus o constituiu juiz dos vivos e dos
mortos. Pedro ainda diz que esteve com Jesus em diversas ocasiões, antes,
durante e depois da sua morte e que recebeu de Cristo a missão de testemunhar a
ressurreição. Na Comunidade, o apóstolo Pedro se torna fundamental na fé na
ressurreição e na formação da Igreja. - Na segunda leitura Paulo faz um apelo e
propõe um desafio: quem, de fato, ressuscitou com Cristo para uma vida nova,
deve mudar de comportamento e mostrar que não baseia a sua vida em coisas
pequenas, medíocres, mas busca as coisas nobres, os verdadeiros valores, isto
é, as coisas do alto. Viver as coisas do alto é deixar de lado comportamentos,
atitudes que não sejam dignas de uma pessoa cristã. É viver e dar testemunho,
com palavras e ações das coisas de Deus, como Jesus ensinou; como fez os
primeiros discípulos.
- A liturgia deste domingo nos chama a termos as mesmas atitudes do discípulo amado: crer e viver no amor. Quem crê não se limita às práticas religiosas vazias, mas anuncia com convicção a ressurreição. Ela é a razão da nossa fé, esperança e vida cristã. Deixemos que a aurora de um novo dia desponte em nossa vida, e levemos essa luz para os que ainda estão na escuridão da dor ou na dúvida.
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/03/17_04_22.pdf
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