Mudanças no Ensino Médio:
Descubra as Novidades Planejadas pelo MEC
Entenda
as mudanças do Ensino Médio determinadas pelo Ministério da Educação e como o
Ensino Médio irá operar nos anos seguintes.
Especialistas e entidades ligadas à
educação defendem a revogação da Lei de 2017 do Novo Ensino Médio e a adoção das Diretrizes Curriculares Nacionais de 2012.
O Ministério da Educação (MEC) abriu uma consulta pública para revisar a
política de ensino médio, mas os especialistas acreditam que a revogação da lei
deve ocorrer antes de qualquer diálogo.
A volta das
diretrizes de 2012 é vista como a melhor opção para melhorar a qualidade do
Ensino Médio no Brasil, segundo os especialistas.
A presidenta da União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, sugere que o
governo ouça estudantes e profissionais da educação ao revogar a reforma do
Ensino Médio e implementar um novo modelo que seja relevante para a geração
atual.
Contudo,
Daniel Cara, professor e pesquisador da USP, questiona a consulta pública
do MEC, afirmando que ela
não é aberta o suficiente para discussão. Ele argumenta que a participação é
limitada a um cronograma apertado e apenas questões de implementação da reforma
são permitidas.
Mônica Ribeiro da
Silva, professora e coordenadora do Observatório do Ensino Médio da UFPR,
critica a estratégia da consulta pública afirmando que pode desmobilizar o
debate nacional em curso. Ela indica que o governo não está disposto a uma mudança
estrutural, mas apenas ajustes na reforma atual.
De acordo com a
professora, a expectativa era o fim da lei de Michel Temer, que foi rapidamente
debatida no Congresso e regulamentada de maneiras diferentes em cada rede
estadual.
Existem hoje 27 tipos
de Ensino Médio no Brasil, com currículos de 200 a 900 páginas, todos com
assessoria privada. Para Mônica, o Novo Ensino Médio se tornou um mercado para
atender às fundações empresariais.
O que diz o
MEC
Camilo Santana,
Ministro da Educação, esclarece que a consulta pública tem como objetivo
subsidiar as decisões que serão tomadas e corrigir possíveis problemas.
Ele destaca a
importância de ouvir entidades, especialistas, estudantes e professores para
garantir a qualidade do Ensino Médio. O ministro enfatiza que o processo
democrático é essencial, visto que que o Novo Ensino Médio já está em trânsito.
O
diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi,
Rafael Lucchesi, menciona uma pesquisa recente que aponta que a população tem
pouco ou nenhum conhecimento sobre a reforma no Ensino Médio.
Ele lastima que, ao
longo do período entre a aprovação em 2017 e o início da obrigatoriedade em
2022, não ocorreu uma mobilização suficiente para a divulgação das mudanças.
Reforma do
Ensino Médio
A Lei nº 13.415/2017
foi aprovada em 2017 com o objetivo de melhorar o Ensino Médio no Brasil,
tornando-o mais atrativo e evitando a evasão escolar.
O projeto consiste em
aulas comuns a todos os estudantes do país, orientadas pela Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) e também na proposta de os alunos poderem escolher um
itinerário para aprofundar seu aprendizado em áreas específicas.
As escolhas de
aprofundamento estão dentro das áreas de linguagens, matemática, ciências da
natureza, ciências humanas e ensino técnico.
O oferecimento dos
itinerários depende da capacidade das redes de ensino e das escolas, e a
implementação do novo tipo de educação ocorre devagar até 2024. Ela iniciou em
2022 no primeiro ano do Ensino Médio e também com a ampliação da carga horária
para cinco horas diárias.
A Lei nº 13.415/2017
determinou que as escolas ampliem a carga horária para 1.400 horas anuais, o
equivalente a sete horas diárias, mas esse aumento deve ser gradual.
Apesar da pandemia de
covid-19, as secretarias estaduais continuaram o cronograma e todos os estados
têm os referenciais curriculares do Novo Ensino Médio homologados pelo Conselho
Nacional de Secretários de Educação (Consed).
A partir de 2023, o
Novo Ensino Médio será implementado nos primeiros e segundos anos, e os
itinerários começarão a ser oferecidos. A nova modalidade de ensino deve estar
presente em todos os anos do Ensino Médio até 2024.
Rafael Lucchesi,
diretor do Sesi/Senai, defende que a reforma do Ensino Médio está caminhando na
direção correta, incentivando a participação ativa dos estudantes na construção
de um projeto de vida e carreira por meio de uma abordagem interdisciplinar que
supera o modelo de ensino passivo-reprodutivo.
No entanto, é
essencial investir em estruturas físicas, equipamentos e, principalmente, na
formação de professores para garantir uma implementação efetiva do modelo e
assegurar a qualidade da prática pedagógica e dos resultados da educação.
https://capitalist.com.br/mudancas-no-ensino-medio-descubra-as-novidades-planejadas-pelo-mec/
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