X-A Vocação à vida Consagrada
A vida
consagrada diz respeito a toda a Igreja; não é uma realidade isolada e
marginal. A vida religiosa está colocada no próprio coração da Igreja. Ela é um
elemento decisivo para a sua missão, já que exprime a íntima natureza da
vocação cristã e a tensão da Igreja-Esposa para a união com o único Esposo.
A vida consagrada é uma
profecia
A vida consagrada faz parte da vida,
santidade e missão da Igreja.
A profissão dos conselhos evangélicos coloca os consagrados como sinal e
profecia para a comunidade dos irmãos e irmãs e para o mundo.
A
missão profética da vida consagrada vê-se provocada por três desafios
principais lançados à própria Igreja, e esses desafios tocam diretamente os
conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, estimulando a Igreja, e de modo
particular as pessoas consagradas, a pôr em evidência e testemunhar o seu
significado antropológico profundo.
Configurar-se a Cristo
Na
verdade, a opção por esses conselhos, longe de constituir um empobrecimento de
valores autenticamente humanos, revela-se antes como uma transfiguração destes.
A profissão de castidade, pobreza e obediência torna-se uma admoestação a que não se
subestimem as feridas causadas pelo pecado original, e, embora afirmando o
valor dos bens criados, relativiza-os pelo simples fato de apontar Deus como o
bem absoluto.
Vocação fecunda
Ainda
ecoam fortes as admoestações recentes do Papa Francisco aos religiosos e religiosas acerca da sua missão no
mundo. “Desculpem-me se falo assim, mas é importante esta maternidade da vida
consagrada, esta fecundidade! Que esta alegria da fecundidade espiritual anime
vossa existência, e sejam mães como a figura da Mãe Maria e da Mãe Igreja”,
afirmou. “Mas, por favor, (que seja) uma castidade fecunda, uma castidade que
gere filhos espirituais na Igreja. A consagrada é mãe, deve ser mãe, não uma
‘solteirona’, acrescentou.
O Ressuscitado nos impulsiona
Sim,
o Papa Francisco nos anima a sermos fecundos na missão, no anúncio, no
testemunho do Evangelho. Nosso Senhor Jesus Cristo nos disse: “Não tenham medo”
(Mt 28,5). Como às mulheres na manhã da Ressurreição, nos é repetido: “Por que
buscam entre os mortos aquele que está vivo?” (Lc 24,5). Os sinais da vitória
de Cristo Ressuscitado nos estimulam enquanto suplicamos a graça da conversão e
mantemos viva a esperança que não defrauda.
Marcados pelo amor
O que
nos define não são as circunstâncias dramáticas da vida, os sofrimentos pelos
quais passamos, as incompreensões que, muitas vezes, são impostas em nossas
caminhadas, nem os desafios da sociedade ou as tarefas que devemos empreender,
mas todo o amor recebido do Pai, graças a Jesus Cristo, pela unção do Espírito Santo. Essa prioridade fundamental é a que tem presidido todos
os nossos trabalhos que oferecemos a Deus, a nossa Igreja, a nosso povo, a cada
um dos homens e mulheres a quem somos enviados, enquanto elevamos ao Espírito
Santo nossa súplica para que redescubramos a beleza e a alegria de ser
cristãos.
Todos chamados a missão
Aqui está
o desafio fundamental que contrapomos: mostrar a capacidade da Igreja de
promover e formar discípulos que respondam à vocação recebida e comuniquem em
todas as partes, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo, o
Redentor. Não temos outro tesouro a não ser este.
O serviço
Não
temos outra felicidade nem outra prioridade que não seja sermos instrumentos do
Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido,
amado, adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as
dificuldades e resistências. Este é o melhor serviço – seu serviço, querido
religioso, querida religiosa, a quem quero agradecer o seu delicado e dedicado serviço,
Deus seja louvado! – que a Igreja tem que oferecer às pessoas e nações.
https://formacao.cancaonova.com/vocacao/vida-religiosa/a-vocacao-a-vida-consagrada/
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