OLÁ! PRA COMEÇO DE
CONVERSA...
Irmãos
e irmãs, com esta celebração que agora iniciamos, abrem-se as portas do sagrado
tríduo pascal. Até domingo estaremos envolvidos profundamente pelo mistério
central de nossa fé. Com esta Ceia Sagrada, memorial do sacrifício de Cristo na
cruz e de sua ressurreição, tome- mos parte com Ele do mistério de sua Páscoa.
Comamos e bebamos do seu Corpo e Sangue para assim penetrarmos neste grande
mistério de amor que nos conduzirá ao serviço dos irmãos e irmãs.
Quinta-feira santa, antes da Páscoa. Jesus reúne-se com os
discípulos para a última Ceia e celebra a «primeira Eucaristia», onde ordenou
aos Seus discípulos: «Fazei isto em memória de Mim». Cumprindo o mandato de
Cristo, hoje celebramos de novo este mistério: Jesus Cristo ficou conosco como
nosso alimento e fortaleza no Pão da Eucaristia.
Sejam
bem-vindos, irmãos e irmãs! Esta Noite Santa marca, para nós, o início do
Tríduo Pascal. Na cruz de Cristo nos gloriamos. Ela resplandece com o novo
mandamento do amor
Irmãos
e irmãs, com esta celebração que agora iniciamos, abrem-se as portas do sagrado
tríduo pascal. Até domingo estaremos envolvidos profundamente pelo mistério
central de nossa fé. Com esta Ceia Sagrada, memorial do sacrifício de Cristo na
cruz e de sua ressurreição, tomemos parte com Ele do mistério de sua Páscoa.
Comamos e bebamos do seu Corpo e Sangue para assim penetrarmos neste grande mistério
de amor que nos conduzirá ao serviço dos irmãos e irmãs.
A
Paixão-Morte-Ressurreição de Jesus se atualiza em nossas vidas. Somos
testemunhas do amor radical manifestado por Cristo na cruz. O amor que nos
salva, cura e liberta deve ser apresentado a todos. Esta Noite Santa marca para
nós a vivência do mistério eucarístico que deverá ser entendido na dinâmica do
serviço. Onde não há um desejo sincero do seguimento e do serviço a Cristo na
pessoa do próximo, não há verdadeira celebração da Eucaristia. Assim,
recordamos nesta noite que o mesmo Jesus que lava os pés é aquele que se
oferece em alimento e entrega a sua vida pela salvação da humanidade.
01- Liturgia da Quinta-Feira
Santa do Ano A
A
primeira leitura recorda-nos a Páscoa judaica que era essencialmente uma acção
de graças pelas intervenções salvíficas de Deus junto do povo eleito e uma
proclamação da sua esperança na libertação definitiva.( cf.Êxodo 12, 1-8.11-14).
Temos
aqui, num texto de tipo catequético-litúrgico, a promulgação da lei da Páscoa judaica como «instituição perpétua», a ser festejada por todas as gerações (v. 14). Na
origem desta festa da «Páscoa» – dum étimo semítico: salto festivo – parece estar uma antiga festa de pastores nómadas,
própria da Primavera, a época em que nascem os cordeiros; então sacrificavam um
cordeiro recém-nascido e com o seu sangue faziam ritos a implorar protecção e a
fecundidade. Também pela época da Primavera parece que havia outra festa, a dos
«Ázimos», com o sentido de novidade e rotura com o passado (o fermento). As
duas festas vieram a fundir-se numa só. ATorá terá
assumido estas duas festas, dando-lhes o novo e profundo significado que neste
texto legal fica bem assinalado, para celebrar a libertação do Egipto.
A ceia pascal é
celebrada na noite de 14 para 15 do mês de Nisan (Março/Abril), a noite da lua
cheia que se seguia ao equinócio da primavera, pois o 1° dia do mês era o 1º
dia da lua nova; então se comiam os pães ázimos, isto é, sem fermento (do
grego a-zymê, em hebraico, os matsôth) durante os sete dias da festa, de 15 a 21 de Nisan. O
cordeiro imolado recordava aquele outro cordeiro com cujo sangue os israelitas
marcaram as suas portas para que o «o flagelo exterminador» ali não atingisse ninguém. A própria palavra
«Páscoa», com uma etimologia muito discutida, pode provir do étimo psh, que significa saltar, passar por cima de, prestando-se a significar o flagelo mortal
que passou
ao largo das casas dos
israelitas (cf. Ex 12, 27) na
região de Guéssen ou Góxen. Neste texto a palavra é entendida como a passagem do Senhor, a fim de libertar o seu povo. O pão sem fermento
lembrava a pressa com que os israelitas saíram do Egipto, tendo de levar
consigo a massa do pão antes de ter fermentado (Ex 12, 34.39).
No entanto, a
celebração da Páscoa não era para os israelitas uma mera recordação agradecida
da libertação duma escravidão passada, mas era algo que os orientava para uma
libertação futura completa e definitiva, que se haveria de dar com a vinda do
Messias. Havia mesmo uma crença judaica em que o Messias viria numa noite de
Páscoa: «nesta noite foram libertados, e nela também serão libertos». Esta
alegre esperança manifestava-se no costume, que ainda hoje se mantém, de deixar
um lugar vazio à mesa, para alguém que chegue na última hora, que
afortunadamente poderia ser o profeta Elias, precursor do Messias. De facto, um
dia o próprio Messias havia de se pôr à mesa da ceia pascal, rodeado dos seus
discípulos, para então inaugurar a era da autêntica e definitiva libertação.
Jesus é o verdadeiro cordeiro pascal (1 Cor 5, 7; Jo 19,
36) que se oferece em sacrifício, com cujo sangue somos redimidos e com cuja
carne somos alimentados no banquete eucarístico, prelúdio do banquete celeste
(cf. Mc 14, 25). Os samaritanos ainda hoje celebram a
Páscoa como se descreve neste texto do Êxodo, sem refeição solene, sem vinho e
à pressa. Os judeus celebram-na como refeição solene; já era assim no tempo de
Jesus, em razão de já terem saído da escravidão para a liberdade; mas, em vez
de comerem sentados como habitualmente, comiam recostados sobre esteiras ou
divãs, apoiando-se sobre o braço esquerdo, a partir da época helenística
(cf. Lc 22, 14).
A ceia do
Senhor é a Páscoa da Nova Aliança que substitui a do Antigo Testamento. Por
isso proclamamos que a comunhão do sangue de Cristo é cálice de bênção. (cf.Sl 115
(116), 12-13.15-16bc.17-18 (R. cf. 1 Cor 10, 16))
Temos aqui o relato da última Ceia, o mais antigo dos
quatro que aparecem no N. T., escrito apenas uns 25 anos após o acontecimento.
São Paulo diz que isto mesmo já o tinha pregado aos cristãos (v. 23) uns quatro
anos atrás, durante os 18 meses em que evangelizou a cidade de Corinto, por
ocasião da sua segunda viagem.
Evangelho:São João 13, 1-15
1. «Antes da festa da Páscoa». A ceia de que aqui se
fala (v. 2) não é descrita como sendo a Ceia Pascal dos Sinópticos (Mt 26,
17-35; Mc 14,
12-31; Lc 22, 7-39), mas
não pode ser outra, por se tratar da mesma da noite em que Jesus foi preso. Se
S. João se limita a dizer «antes da festa da Páscoa», sem precisar que era a
véspera (a Preparação), é porque ele quer que se entenda a morte de Jesus como
a imolação do cordeiro pascal, ao colocá-la no mesmo dia (a Preparação: 19,
31.42) em que no templo eram imolados os cordeiros para a festa; sendo assim,
evita intencionalmente o dar à Última Ceia qualquer caráter pascal; e pensamos
que esta pode ser uma séria razão para não falar da instituição da Eucaristia,
aliás referida no discurso do Pão da Vida (cf. Jo 6, 51-58). «Amou-os até ao fim», isto é, até
à consumação (19, 30),
indicando o seu amor de total entrega, até à morte (cf. 15, 13; 1 Jo 3, 16; Gal 2, 20), embora
com esta não termine o seu amor, pois «não só até aqui nos amou quem nos ama
sempre e sem fim» (Santo Agostinho); a expressão poderia aludir também ao amor
posto na realização da Eucaristia de que S. João não conta a instituição,
naturalmente por já lhe ter dedicado todo o capítulo VI e, como já se disse,
para evitar dar a esta ceia um caráter pascal. Outra tradução
possível: «levou
o seu amor por eles até ao extremo». Jesus não só amou os seus até ao último
momento da sua vida terrena, mas não podia amá-los mais: amou-nos até à loucura
da Cruz e da Eucaristia.
3 «Jesus, sabendo…». Lavar os pés
era um ofício exclusivo de escravos (1 Sam 25, 41) e os rabinos chegavam a
explicitar que só se devia impor esse humilhante serviço a escravos que não
fossem da raça hebraica, baseando-se em Lv 25, 39. Jesus, ao sujeitar-se a
esse trabalho aviltante, tem bem presente o seu poder e a sua dignidade de
Filho de Deus. A oposição decidida de Pedro mostra o profundo choque causado
pela atitude do Senhor. Não se pode estabelecer o momento exato do lava-pés,
pois não estavam previstas lavagens dos pés na Ceia, mas apenas o lavar das
mãos; o que Jesus realiza é antes de mais uma ação simbólica, à maneira dos
profetas. Talvez a discussão travada na Ceia sobre quem seria o maior dos
Apóstolos (cf. Lc 22, 24) tenha
levado Jesus a dar-lhes uma lição com o seu gesto: é maior aquele que mais
serve. Aparecem
dois significados no gesto de Jesus: um simbólico e outro de exemplo a imitar.
Nos vv. 6-11, sobressai mais o valor simbólico: Jesus é quem purifica os seus dos
seus pecados e sem isso não se pode ter parte com Ele (v. 8), purificação que é
um efeito da sua Morte redentora. Nos vv. 14-15, Jesus propõe o seu exemplo para ser
imitado: «Eu
vos lavei os pés, sendo Mestre e Senhor, também vós deveis lavar os pés uns aos
outros», isto
é, prestar aos outros todos os serviços, mesmo os mais humildes e humilhantes.
Ter autoridade na Igreja (e também na sociedade civil) não é ter à disposição
os outros para ser servido, mas é estar à disposição de todos para os servir
eficazmente. A vida cristã consiste em imitar o exemplo de Jesus Cristo:
1 Pe 2, 21; 1 Jo 2, 6; Fil 2, 5; 1 Cor 11, 1; Ef 5, 1; 1 Tes 1, 6…
https://presbiteros.org.br/roteiro-homiletico-quinta-feira-santa/
01- NOTAS
(Notas:
ornamentação bem festiva, símbolos da eucaristia, prever se há encenação do
lava- -pés; para a procissão de entrada, poder-se-ia utilizar jarra com vinho e
pão, cartaz da Santa Ceia...) Com esta celebração, iniciamos o Tríduo Pascal,
revivendo a última Ceia de Cristo com seus Apóstolos, na qual nos deixou a
Santa Eucaristia, o Sacerdócio e o mandamento novo do amor, dons de sua
infinita misericórdia. Vivamos intensamente estes dias da Paixão, Morte e
Ressurreição do Senhor, o coração da sagrada liturgia de nossa Igreja. Tornemos
nossa vida serviço a todos, especialmente aos que passam fome. (... quaresma
foi tempo de especial comunhão com Cristo para participarmos nestes dias de sua
entrega total ao Pai... criar disposição interior de viver intensamente o
Tríduo pascal, ponto alto da liturgia da Igreja....).
02- A Espiritualidade da
Quinta-Feira Santa é repleta de sentido
A Quinta-feira Santa faz parte da
preparação para a Páscoa
Neste dia, começa o Tríduo Pascal, a preparação para a
grande celebração da Páscoa, a vitória de Jesus Cristo sobre a morte, o pecado,
o sofrimento e o inferno.
Este é o dia em que a Igreja celebra a instituição dos
grandes sacramentos da ordem e da Eucaristia. Jesus é o grande e eterno
Sacerdote, mas quis precisar de ministros sagrados, retirados do meio do povo,
para levar ao mundo a salvação que Ele conquistou com a Sua Morte e
Ressurreição.
Jesus desejou ardentemente celebrar aquela hora: “Tenho
desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa antes de sofrer” (Lc 22,15).
Na celebração da
Páscoa, após instituir o sacramento da Eucaristia, ele disse aos discípulos:
“Fazei isto em memória de Mim”. Com essas palavras, Ele instituiu o sacerdócio
cristão: “Pegando
o cálice, deu graças e disse: Tomai este cálice e distribuí-o entre vós. Tomou
em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto
é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.” (cf. Lc 22,17-19)
Na noite em que foi traído, mais Ele nos amou, pois bebeu
o cálice da Paixão até a última e amarga gota. São João disse que “antes da
festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao
Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.” (Jo
13,1)
Instituição do sacramento da confissão
Depois que Jesus passou por toda a terrível Paixão e
Morte de Cruz, ninguém mais tem o direito de duvidar do amor de Deus por cada
pessoa.
Aos mesmos discípulos
ele vai dizer, depois, no Domingo da Ressurreição: “Àqueles a quem perdoardes os
pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão
retidos” (Jo 20,23).
Estava, assim, instituída também a sagrada confissão, o sacramento da
penitência; o perdão dos pecados dos homens que Ele tinha acabado de conquistar
com o Seu Sangue.
Na noite da Ceia Pascal, o Senhor lavou os pés dos
discípulos, fez esse gesto marcante, que era realizado pelos servos, para
mostrar que, no Seu Reino, “o último será o primeiro”, e que o cristão deve ter
como meta servir e não ser servido. Quem não vive para servir não serve para
viver; quem não vive para servir não é feliz, porque a autêntica felicidade o
tempo não apaga, as crises não destroem e o vento não leva; ela nasce do
serviço ao outro, desinteressadamente.
Nessa mesma noite, Jesus fez várias promessas
importantíssimas à Igreja que instituiu sobre Pedro e os apóstolos.
Prometeu-lhes o Espírito Santo, e a garantia de que ela seria guiada por Ele a
“toda a verdade”. Sem isso, a Igreja não poderia guardar intacto o “depósito da
fé”, que São Paulo chamou de “sã doutrina”. Sem a assistência permanente do
Espírito Santo, desde Pentecostes, ela não poderia ter chegado até hoje e não
poderia cumprir sua missão de levar a salvação a todos os homens de todas as
nações.
”E
eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente
convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o
vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará
em vós.” (Jo 14, 16-17).
Igreja, coluna e fundamento da verdade
Que promessa maravilhosa! O Espírito da Verdade
permanecerá convosco e em vós. Como pode alguém ter a coragem de dizer que, um
dia, a Igreja errou o caminho? Seria preciso que o Espírito da Verdade a
tivesse abandonado.
”Mas
o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á
todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14, 25-26)
Na Última Ceia, o
Senhor deixou à Igreja essa grande promessa: O Espírito Santo “ensinar-vos-á
todas as coisas”. É por isso que São Paulo disse a Timóteo que “a Igreja é a coluna e o
fundamento da verdade” (1Tm 3, 15).
Quem desafiar a verdade de doutrina e de fé, ensinada pela Igreja, vai
escorregar pelas trevas do erro.
Na mesma Santa Ceia,
o Senhor lhes diz: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas
não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade,
ensinar-vos-á toda a verdade…” (Jo 16,12-13)
Jesus sabia que
aqueles homens simples não tinham condições de compreender toda a teologia
cristã; mas lhes assegura que o Paráclito lhes ensinaria tudo, ao longo do
tempo, até os nossos dias de hoje. E o Sagrado Magistério dirigido pelo Papa
continua assistido pelo Espírito de Jesus.
São essas promessas,
feitas à Igreja na Santa Ceia, que dão a ela a estabilidade e a infalibilidade
em matéria de fé e costumes. Portanto, não só o Senhor instituiu os sacramentos
da Eucaristia e da ordem, na Santa Ceia, mas colocou as bases para a firmeza
permanente da Sua Igreja. Assim, Ele concluiu a obra que o Pai Lhe confiou,
antes de consumar Sua missão na cruz.
Felipe Aquino
03- Relação entre
Eucaristia, comunidade e vocação
A
relação entre Eucaristia, comunidade e vocação consiste em fazer arder uma
chama permanente de caridade no coração dos vocacionados e vocacionas, que os
impele a ser testemunhas da misericórdia de Deus para com a humanidade inteira.
... Todos que dentro da comunidade permanecem abertos com boa vontade ao
Espírito de Deus são continuamente formados e rejuvenescidos por essa Graça que
vem do alto (Terceiro Ano Vocacional do Brasil, texto-base, 189)
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