VI- REFLEXÃO DOMINICAL I
“O
pastoreio de Jesus Cristo”
"Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se
dela, porque era como ovelhas que não tem pastor. E começou a ensinar-lhes
muitas coisas" (Mc 6,34).
Que as pessoas
reúnam-se em torno de um mestre é um fenômeno normal. Sentimos verdadeira
necessidade de ter alguma pessoa em quem apoiar-nos:
Em casa, nos
apoiamos em nossos pais e em nossos avós. Eles têm experiência de vida e podem
ensinar-nos muitas coisas;
Na escola, acreditamos nos professores, que é verdade o que eles nos ensinam;
No trabalho, especialmente no começo, sempre olhamos para os que têm mais
experiência, pedimos conselhos etc.
Quando se trata das
coisas de Deus, também procuramos um apoio sólido. O mesmo Cristo, Bom Pastor,
quis colocar à frente de sua Igreja pastores que a governasse: os apóstolos e,
depois deles, seus sucessores, os Bispos. Tanto os Apóstolos quanto os Bispos
uniram a si colaboradores, os Presbíteros. Já nos começos da Igreja, os mesmos
Apóstolos viram a necessidade dos diáconos para que pudessem dedicar-se ao
serviço. A hierarquia da Igreja – bispos, presbíteros e diáconos – está posta
na Igreja para pastoreá-la, para guardá-la.
Ao pensar num
pastor pensamos logo no rebanho – talvez menos, já que nos encontramos numa
sociedade não agrícola – e no que pode danar esse rebanho, nos lobos. Para
defender o rebanho e guardar a sua unidade, precisamos de muitos e bons
pastores. Rezemos pelas vocações sacerdotais: que o Senhor envie muitos
operários para a sua messe: sacerdotes bons e fiéis. Talvez algum jovem que me
lê sente-se chamado a entregar-se totalmente a Deus no sacerdócio, que não
tenha medo. Avante!
Como reconhecer o
verdadeiro pastor? É verdadeiro pastor aquele que anuncia a Palavra de Deus na
íntegra, o que fala de oração, de penitência, da cruz, o que se preocupa com o
rebanho. Os falsos pastores, ao contrário, fogem quando chega o lobo,
desvirtuam o Evangelho de Cristo e não dão a verdade às almas, são bajuladores,
falam apenas o que agrada às pessoas, diminuem as exigências do Evangelho,
interessam-se pelo dinheiro e pelos demais bens do rebanho.
Nós, os sacerdotes de
Jesus Cristo, há vinte séculos, falamos sobre as mesmas verdades, e não nos
cansaremos de anunciá-las. O que eu lhes falo não são coisas da minha cabeça,
são palavras do próprio Deus, para isso fui feito sacerdote: para anunciar a
fé, para celebrá-la e para pastorear segundo os critérios que a fé nos dá.
O ser humano deseja
saciar-se com as coisas eternas. Foi Deus quem fez a pessoa humana e colocou no
seu coração o desejo de Deus, esse desejo faz parte da nossa natureza humana.
Homens e mulheres buscam matar a fome de Deus indo atrás de quaisquer propostas
religiosas sem examinar se são ou não verdadeiras. Um dos maiores males de
nossa sociedade atual é a ignorância religiosa. E quando não, a resistência de
uma vontade endurecida.
Conta-se de uma
família que estava lutando para que o pai deixasse de fumar. O homem chegou a
casa e disse à sua filha: "- li há pouco na revista "Seleções"
um artigo terrível sobre o fumo e já tomei uma resolução". A jovem
disse-lhe então: "- Que bom, pai! Você vai deixar de fumar? Ao que pai
respondeu imediatamente: "- Não. Vou deixar de ler".
Pode parecer
incrível, mas tem pessoas que insistem em permanecer nas próprias posturas
ainda quando sabem que estas são erradas. Mas também há pessoas que não deixam
o erro porque não sabem que estão no erro. Escutemos a voz do profeta Oséias:
"Morre o meu povo por falta de doutrina" (Os 4,6). Dizia São
Josemaría Escrivá: "A fome e a dor comovem Jesus, mas sobretudo comove-o a
ignorância" (É Cristo que passa, nº109). Muitos correm atrás do
espiritismo, da maçonaria, da Nova Era, de seitas as mais variadas, até da Bola
de Neve Church (vi reportagem da Veja!), pensando que serão felizes. Só serão
felizes quando seguirem o Senhor como Ele quer ser seguido. Não adianta
enganar-se! Todas essas pessoas são boas, muitas são honestas (mais do que
muitos católicos), eu os amo a todos; é preciso, porém, dizer: essas coisas não
estão de acordo com o Evangelho, com a Verdade de Deus. Rezemos por todos!
Amemos a todos! Não julguemos a ninguém!
Procuremos conhecer
mais a nossa fé e ser-lhe fiéis. Da nossa fidelidade dependem muitas coisas!
Encontramo-nos num período de férias (saibamos aproveitá-las!), estas não
significam ociosidade. Férias não é ficar sem fazer nada, é mudar de atividade:
crescer na intimidade com Deus através da oração, estar mais tempo com a
família, ler mais as Sagradas Escrituras e livros que me falam da fé
(especialmente o Catecismo da Igreja Católica), ler um bom livro de literatura,
visitar e fazer apostolado com os amigos etc.
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo
Costa
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0367.htm#msg01
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