IV- LITURGIA DO 6.º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C;
- A nossa vida é um dom muito precioso que
Deus colocou nas nossas mãos. Dom este que deve ser investido da melhor maneira
possível.
- Para
quais valores devemos direcionar este dom? Quais são as ações em que mais me
empenho? Há algumas que são muito disputadas: o sucesso, a carreira, o
dinheiro, a beleza, a saúde, a fama, e a maioria das pessoas apostam tudo
nelas. Estarão fazendo uma escolha certa?
- As leituras deste dia nos convidam a
fazermos uma escolha sábia. Alertam-nos sobre o perigo de nos deixarmos iludir
por certos valores que todos apreciam, mas que, em verdade, não têm valor algum
diante de Deus. Há alguns bens "desvalorizados", bens pelos quais
poucos têm a ousadia de comprometer a própria vida. Entretanto, são estes que
devem ser procurados. Os homens deste mundo os consideram com desprezo, mas
Deus se apresenta como garantia para aqueles que os buscam.
- A
primeira leitura começa com uma afirmação clara e precisa: "Maldito o
homem que confia em outro homem". As experiências de traição levam-nos a
desconfiança. É natural. Mas o que fazer? Ser mais prudente? O significado da
angustiante advertência do profeta é outro. Não depositeis a vossa confiança -
nos diz ele - nos valores propostos pelos homens. O mundo construído sobre
estes valores é como um deserto no qual é impossível habitar; é como um lugar
onde não pode existir uma sociedade, onde é impossível viver. A segunda parte
da leitura (vv. 7-8) descreve o homem abençoado, aquele que pratica "as
ações" corretas, protegidas pelo Senhor. Este assemelha-se à árvore
plantada perto da água: mesmo durante o período da seca, conserva as folhas verdes
e produz frutos saborosos.
-
Perguntemo-nos: Sobre quais valores fundamentamos a nossa vida? Nos bens
materiais, na busca dos prazeres a qualquer preço, no roubo, na vingança, na
trapaça, na exploração do trabalho dos outros, no egoísmo, nas amizades que nos
conduzem à perdição? Estabelecemos como objetivo da nossa vida o sucesso nos
negócios, na política, na profissão...? Estamos perdidos! Mas não está escrito
que Deus castigará os que se deixam conduzir por esses míseros valores? O
profeta simplesmente constata que uma vida construída sobre tais valores está
fadada à ruína: de todos esses bens não sobrará nada! Podemos nos questionar: O
fundamento da nossa vida está em Deus? Acreditamos que os valores autênticos
são a partilha dos bens com os irmãos, a generosidade, o serviço prestado aos
outros, o perdão, a busca da reconciliação? O bem praticado, o amor espalhado,
a paz construída permanecerão para sempre!
- Na
segunda leitura, o apóstolo Paulo exorta a comunidade de Corinto sobre a
certeza da ressurreição, uma vez que, eles se encontravam com dúvidas em
relação aos membros da comunidade que morreram: "Se os mortos não
ressuscitam, também Cristo não ressuscitou" (v. 16). E se Cristo não
ressuscitou, então as consequências são dramáticas: a fé fica destituída de
qualquer fundamento, os que morreram acreditando em Cristo estão perdidos para
sempre, desapareceram, é como se nunca tivessem existido. Para esclarecer
melhor o seu pensamento, Paulo se serve da comparação com as primícias. Os
primeiros frutos não são diferentes do resto da colheita, eles são simplesmente
os primeiros. Cristo é como as primícias dos ressuscitados: todos os homens que
morrem depois dele o acompanham e têm o mesmo destino. Em Cristo, todos nós
temos vida, e vida em abundância.
- Um detalhe bonito que o Evangelho de Lucas
nos apresenta hoje é esse: Jesus levantando os olhos para os seus discípulos vê
neles e em cada um de nós também a pobreza, a fome, o choro, as injustiças, as
fadigas, as tribulações. Jesus reconhece nos seus discípulos e em cada um de
nós essa possibilidade da vivência das bem-aventuranças. Ele vê e dá um
significado diferente, transforma todas essas realidades em bem-aventuranças,
em possibilidade de santificação. Bem-aventurado, não pelo sofrimento, pelo choro,
pela injustiça ou pela falta de sorte em si, mas porque nesta condição, Deus
estará presente. Ele transforma essas realidades em oportunidades de
santificação.
- Na alegria e na dor, na abundância e na
falta, Deus quer estar conosco. Aquele que decide ouvir sozinho, a tribulação,
está fadado ao fracasso. Como nos recorda o Papa Francisco: Quer chegar rápido
a algum lugar? Vai sozinho. Mas se você quer chegar longe, caminhe com alguém
do lado. Deixemos Deus caminhar conosco, vamos viver essa bemaventurança, uma
aventura bela de sermos de Deus, de acolhê-lo na nossa vida até mesmo nos
momentos mais difíceis. Ele é a nossa companhia; Ele quer ficar sempre do nosso
lado!
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