XIV-SANTO AGOSTINHO
A vida apostólica e os frutos de santidade de
Santo Agostinho
Este é
o segundo artigo da nossa série sobre Santo Agostinho. O artigo anterior foi
reservado para apresentarmos, ainda que de maneira introdutória, uma noção da
valorosa contribuição que este baluarte da fé deu à Igreja. Neste artigo,
falaremos um pouco mais de sua vida apostólica e apresentaremos com mais
detalhes alguns dos frutos de santidade deixados por Santo Agostinho.
Antes,
porém, cabe salientar que era muito comum, no tempo de Agostinho, que o próprio
povo aclamasse padre ou até mesmo bispo aqueles homens que se destacavam na
defesa da fé católica. Com Agostinho não foi diferente.
A esta
altura, Santa Mônica já havia alcançado, depois de décadas de insistentes
orações, sua maior graça: a conversão de seu amado filho. Agostinho, portanto,
já havia passado por seu magnífico processo de conversão e, inclusive, havia
recebido o batismo da Igreja pelas mãos do Bispo Ambrósio. O coração deste
amante de Jesus já se encontrava incendiado por um ardente amor a Nosso Senhor.
A
conversão de Santo Agostinho
O filho de Mônica, então,
decide viajar para Hipona com a intenção de buscar um lugar mais tranquilo para
fundar um mosteiro e passar o restante de sua vida em oração e contemplação.
Mal sabia Agostinho o que estava esperando por ele nestas novas terras. Ao
desembarcar em Hipona, encontrou-se, sem querer, com o sacerdócio. Neste
período, por volta do ano de 392, o velho e santo bispo Valério tinha grande
necessidade de um padre que o ajudasse no ministério da pregação. O povo logo
aclama Agostinho. Apenas quatro anos depois é ordenado bispo e logo sucede a
Valério na diocese de Hipona.
E meio a tudo isso, Agostinho
não havia desistido do plano de fundar um mosteiro, por isso, ao chegar a
Hipona, ele funda o monasterium
laicorum. Mais tarde, após ser sagrado bispo, ele faz de sua casa
episcopal um mosteiro, o chamado monasterium
clericorum. Os anos que se seguiram, Agostinho passa numa
incansável e heroica atividade pastoral.
Ao mesmo tempo em que ele trata
de assuntos corriqueiros junto de seu povo, como por exemplo, dificuldades
dos pais de educarem seus filhos ou problemas no
matrimônio de seus fiéis, Agostinho ainda colabora enormemente com o
desenvolvimento da Doutrina da Igreja Católica no seu sentido mais amplo, quer
dizer, no sentido universal.
Leia mais:
.: A importância de Santo Agostinho para a Igreja
A ciência e santidade de
Santo Agostinho
Onde quer que fosse solicitado,
Agostinho se fazia presente. Dessa forma, ele participou de numerosos concílios
regionais, não obstante as enormes dificuldades de deslocamento. Em qualquer
desses concílios ou reuniões em que ele estava presente, a opinião de todos os
demais acabava se inclinando perante a sua, demonstrando que sua ciência
e santidade estavam fora de discussão.
Seu
modo agudo e quase irrefutável de expor a verdade o fez conquistar diversos
inimigos. Ele precisou correr, até mesmo, o risco de ser assassinado. Numa de
suas viagens, por exemplo, um grupo mal intencionado, sabendo que ele passaria
por determinada estrada, montou uma emboscada com o propósito de matá-lo.
Esperaram por horas e mais horas até se cansarem uma vez que Agostinho não
passou por aquele local. O motivo? O guia que o conduzia acabou se perdendo
pelo caminho livrando o Bispo de Hipona da morte.
Desde o ano de 396, quando Agostinho
foi sagrado Bispo, até à sua morte, passaram-se 34 anos. Seu ministério,
inegavelmente, gerou inúmeros frutos de santidade para a Igreja. Em
sua diocese, de onde não se afastou nunca senão por necessidade, deu de comer
aos pobres, catequizou os fiéis, formou brilhantemente o seu clero. Muitos de
seus monges foram chamados ao sacerdócio e ao episcopado. Um grande número de
religiosos formados por ele se espalhou por toda parte para fundar novos
mosteiros e dar suporte às igrejas da África. Ao morrer, deixou em sua Igreja
um clero numeroso e bem formado. O mesmo aconteceu com os seus mosteiros
masculinos e femininos.
Enfim,
neste segundo artigo, conhecemos um pouco mais da vida apostólica de Santo
Agostinho. No próximo artigo, falaremos mais especificamente da sua luta contra
os pensamentos heréticos de seu tempo.
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