I-
OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA 1
Irmãos
e irmãs, bem vindos! Estamos num tempo de graça! Preparando-nos para a Páscoa,
recordamos nosso caminho de fé batismal. Conduzidos pelo Espírito, vamos com
Jesus ao deserto. Com Jesus, aprendemos a resistir às tentações do Maligno que
deseja nos desviar de nossa consagração batismal e arrancar de nós o entusiasmo
pelo Reino de Deus. Diante das tentações, renovemos nossa fidelidade ao Deus
vivo e verdadeiro, sustenta- dos por sua Palavra.
Quarta-feira,
com o rito das cinzas, iniciamos o tempo da preparação para a Páscoa, ajudados
pela Campanha da Fraternidade sobre a fome, no empenho de lutar para que todos
tenham o alimento necessário para seu sustento. Na disposição de deixar-nos
conduzir pelo Espírito, como Cristo no deserto, poderemos vencer as tentações,
crescer na comunhão fraterna e celebrar frutuosamente a vitória sobre a morte e
o pecado no mistério pascal.
01- Liturgia do 1.º Domingo da
Quaresma –Ano A
No início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus
convida-nos à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa
existência, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as suas propostas, a
concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projetos.
A primeira
leitura afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida
plena. Quando escutamos as propostas de Deus, conhecemos a vida e a felicidade;
mas, sempre que prescindimos de Deus e nos fechamos em nós próprios, inventamos
esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de
sofrimento e de morte.
A segunda
leitura propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. Adão representa o homem que
escolhe ignorar as propostas de Deus e decidir, por si só, os caminhos da
salvação e da vida plena; Jesus é o homem que escolhe viver na obediência às
propostas de Deus e que vive na obediência aos projetos do Pai. O esquema de
Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; o esquema de Jesus gera vida plena e
definitiva.
O Evangelho apresenta, de forma mais clara, o
exemplo de Jesus. Ele recusou – de forma absoluta – uma vida vivida à margem de
Deus e dos seus projetos. A Palavra de Deus garante que, na perspectiva cristã,
uma vida que ignora os projetos do Pai e aposta em esquemas de realização
pessoal é uma vida perdida e sem sentido; e que toda a tentação de ignorar Deus
e as suas propostas é uma tentação diabólica e que o cristão deve, firmemente,
rejeitar.
02- Quaresma, tempo de conversão
Ter-se-á sempre em vista que a Quaresma constituía
preparação para o Tríduo Pascal da Paixão-Morte, Sepultura e Ressurreição do
Senhor Jesus, celebrado de quinta-feira à noite até o domingo da Ressurreição.
A Quarta-feira de Cinzas abriu este tempo de
conversão e de penitência, fazendo a proposta da observância quaresmal da
oração, do jejum e da esmola.
Seguem todos os anos os dois domingos com temática
fixa, variando apenas conforme os Evangelistas do ano. No 1º Domingo da
Quaresma: As tentações de Jesus no deserto; 2º Domingo: a transfiguração
do Senhor.
Jesus é o modelo da vida de penitência dos
cristãos. O Jesus que jejua, o Jesus que se dedica à oração, deve ser visto à
luz do Cristo transfigurado. Toda a caminhada da conversão dos cristãos só tem
sentido à luz da ressurreição pregustada no Tabor.
A partir do 3º Domingo temos uma diversificação,
conforme os ciclos do Ano A, B e C.
O Ano A apresenta a temática batismal. O Batismo
será revivido no Tríduo pascal e especialmente na Vigília.
Se isso é verdade todos os anos, vem tematizado no
Ano A. Utilizam-se os Evangelhos de São João. No 3º Domingo: o poço da
samaritana; no 4º Domingo: o cego de nascença junto à piscina de Siloé.
No 5º Domingo: a ressurreição de Lázaro. As leituras do Antigo
Testamento, em harmonia com os evangelhos, apresentam os grandes lances da
história da salvação. As leituras do Apóstolo realçam também a temática batismal.
No Ano B, de Marcos, sobressai o mistério da
renovação da pessoa humana em Cristo e por Cristo, através da penitência.
Seguindo o Cristo no mistério da cruz, o cristão participará de sua
ressurreição. Os evangelhos são novamente de João: a restauração do Templo (o
corpo de Cristo), Jo 21,13-25; o Cristo exaltado na cruz para a salvação do
mundo, Jo 3,14-21; o grão de trigo que precisa morrer para produzir fruto, Jo
12, 20-33. As leituras apresentam tópicos da aliança de Deus com seu povo.
O Ano C, de Lucas, é perpassado pelo tema da
necessidade da penitência e da misericórdia de Deus para com a humanidade em
Cristo Jesus. A necessidade da conversão (Lc 13,1-9) no 3º Domingo; o
filho pródigo (Lc 15,1-3.11-32) no 4º Domingo e a mulher adúltera (Jo 8,1-11)
no 5º Domingo. As leituras apresentam experiências pascais do Povo de
Deus na história da salvação.
Tudo isso pode acontecer cada ano com o Povo de
Deus, a Igreja, no Tríduo Pascal. As condições são a conversão, a renovação da
aliança batismal em Cristo Jesus.
OS CINCO DOMINGOS DA QUARESMA NO
ANO A
1º Domingo da Quaresma
1ª Leitura: Gn 2,7-9; 3,1-7
Sl 50
2ª Leitura: Rm 5,12-19
Evangelho: Mt 4,1-11
2º Domingo da Quaresma
1ª Leitura: Gn 12,1-4a
Sl 32
2ª Leitura: 2Tm 1,8b-10
Evangelho: Mt 17,1-9
3º Domingo da Quaresma
1ª Leitura: Ex 17, 3-7
Sl 94
2ª Leitura: Rm 5,1-2.5-8
Evangelho: Jo 4,5-42
4º Domingo da Quaresma
1ª Leitura: 1Sm 16,1b.6-7.10-13a
Sl 22
2ª Leitura: Ef 5,8-14
Evangelho: Jo 9,1-41
5º Domingo da Quaresma
1ª Leitura: Ez 37,12-14
Sl 129
2ª Leitura: Rm 8,8-11
Evangelho: Jo 11,1-45
Texto de “Viver o Ano Litúrgico – Reflexões para os
domingos e solenidades”, de Frei Alberto Beckhauser, Editora Vozes.
https://franciscanos.org.br/vidacrista/especiais/quaresma-tempo-de-conversao/#gsc.tab=0
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