quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

REFLEXÃO PARA AS NOVAS TURMAS DE CATEQUESE

 

REFLEXÃO PARA AS NOVAS TURMAS DE CATEQUESE

 

É preciso renovar e aperfeiçoar os encontros de catequese, porque há um potencial de ser chato e enfadonho, de confundir ao invés de esclarecer, de afastar ao invés de acolher. E como novas turmas representam novas pessoas, com novas histórias de vida e novas particularidades; de diferentes classes sociais, diferentes objetivos e tantas, mas tantas dúvidas; ora, é preciso renovar, a fim de não falharmos diante da tamanha responsabilidade de sermos (muitas vezes) a principal pessoa que une os catequizandos com a Igreja.

O primeiro passo é nos reunir em nome de Jesus, não somente falar de Jesus. E qual a diferença? A diferença é que quem fala de Jesus está falando como se poderia falar de qualquer pessoa. Quem fala em nome de Jesus fala com autoridade, conhece os ensinamentos e demonstra intimidade com o Cristo. Ademais, quando dois ou mais se reunirem em nome de Jesus, Ele estará ali[1]. Quero dizer que quando o catequista fala com autoridade a presença de Jesus é aparente, ao contrário da superficialidade, que fazem de tantos encontros um momento tedioso, o que se deve evitar com máximo empenho, especialmente em relação as crianças, muitas vezes presentes nos encontros por obrigação imposta pelos pais.

 

Para que os encontros não sejam chatos e enfadonhos é preciso apresentar toda a riqueza do Evangelho, com o esclarecimento de que são palavras de vida eterna[2]. Não faltará entusiasmo ao catequista que transmite tão belas lições, tantos milagres! Tantas parábolas Jesus nos contou, para que possamos transmiti-las às novas turmas e compreender os ensinamentos[3]. Ao testemunhar com alegria a vida do Cristo, nos tornamos instrumento de luz, sempre para esclarecer, nunca para confundir.

É preciso lembrar de tantos exemplos do Evangelho daqueles que acreditavam ser santos, perfeitos, sábios e completos, mas são revelados como sendo os que mais se distanciavam de Deus[4]. Certamente essa não é uma crítica àquilo que podem ter sido os encontros do passado, amigo catequista. Embora eu arrisque dizer que todos nós já protagonizamos (uma vez ou outra) maus encontros, jamais virá de mim uma crítica ao passado, ao que não se pode mais mudar. Na verdade, esse texto é um conselho (antes de tudo para mim mesmo), que compartilho com sincero desejo de edificarmos uma catequese verdadeiramente formadora de autênticos cristãos.

Jesus sempre acolheu a todos que O procuraram[5]; o catequista não pode agir diferente. Humildade e misericórdia são essenciais para que os encontros sejam acolhedores e não afastem quem se sente pecador. Assim, o sentimento de que os próximos encontros com as novas turmas possam ser melhores do que os anteriores deve ser constante, porque podem e sempre poderão ser um pouco mais próximos do que o próprio Cristo nos ensinou, como se Ele mesmo falasse. É um desígnio santo, mas qualquer outro nos limitará. Acompanhados sempre dos dons do Espírito Santo[6], um encontro de catequese santificador deve ser entregue às graças de Deus, sendo nós, tão somente instrumentos, nada mais que instrumentos, mas instrumentos!

Nas palavras do Papa Francisco: “É necessário assumir todo o potencial de piedade e de amor encerrado na religiosidade popular, a fim de que não se transmitam apenas os conteúdos da fé, mas também se crie uma verdadeira escola de formação na qual seja cultivado o dom da fé recebida, de tal maneira que os gestos e as palavras reflitam a graça de sermos todos discípulos de Jesus”.

Me permita ser repetitivo em favor da clareza: Jesus nos pediu para transmitir Seus ensinamentos, para sermos santos como o Senhor é Santo, para falar em seu nome (não somente de seu nome); nos disse que estará conosco até o fim dos tempos[7] e que o Espírito Santo nos concederá os dons necessários. Buscar um encontro de catequese santificador com as novas turmas não é querer demais, mas sim compreender a nossa humilde posição de instrumentos e confiar na ação do Espírito Santo, na presença de Deus e nos ensinamentos de Jesus, para que os encontros da catequese sejam “serviços pelos quais mutuamente nos ajudamos no caminho da salvação”, como ensina o Catecismo da Igreja Católica (794).

Talvez esse encontro perfeito não ocorra ano que vem, nem mesmo no próximo ano, mas devemos insistir no aperfeiçoamento, não faltando a oração, as formações e a vivência; confiantes de que, para além de nossa imperfeição há um Deus Perfeito. Quem assim seja!

 __________

Luís Gustavo Conde – Catequista na Catedral Metropolitana de São Sebastião, na Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP), atuando na evangelização de jovens e adultos. Autor de artigos para o Portal de Formação da Canção Nova e articulista da Revista Paróquias. Advogado e professor de cursos técnicos profissionalizantes. Marido da Patrícia e pai do Oliver.

 

CITAÇÕES DO TEXTO BÍBLICO

[1] (Mt 18, 20); [2] (Jo 6, 68); [3] (Mt 13, 10-17); [4] (Lc 18; Mt 19); [5] (Mt 9, 10-13); [6] (1Cor 12, 1-11); [7] (Mt 18, 19-20).

REFERÊNCIAS

BÍBLIA DE APARECIDA. Bíblia online da Editora Santuário.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. In textos fundamentais. Arquivo do Vaticano.

FRANCISCO. Mensagem aos participantes no Simpósio Internacional Sobre a Catequese. Vaticano, 5 jul. 2017.

SAGRADA BIBLIA. Traducción y notas Facultad de Teología Universidad de Navarra. Edição Digital. Editora EUNSA. 2016.

https://catequistasbrasil.com.br/reflexao-para-as-novas-turmas/

Nenhum comentário:

Postar um comentário