REFLEXÃO DOMINICAL I
JÁ
NÃO SE ADMITE MAIS UMA LÓGICA DE RANCOR
- A leitura de Levítico de hoje destaca a importância do amor ao
próximo. Toda a comunidade precisa buscar viver esse ideal. A lógica da
santidade deverá ser a condição em que todos precisam ser imersos, para que em
meio aos conflitos da vida, o ser humano consiga amar e não cultivar em seu
coração o ódio e o rancor. É preciso que o ser humano respeite ao seu próximo e
assim não feche em seu próprio orgulho. Quem vive desde já o amor, já contempla
a santidade esperada por Deus para cada um de seus queridos filhos. O
fundamento da ordem humana é a santidade divina: seguindo este modelo de vida,
cada um se abrirá ao divino, vivendo de forma amorosa para com seus irmãos
desde já.
A Carta
de São Paulo aos Coríntios aponta para uma realidade além desta. O apóstolo
diz que não nos pertencemos, mas somos de Deus, somos santuários onde habita a
graça que vem do alto. Somos todos "tijolos vivos" que edificam um
corpo espiritual que é a Santa Igreja, desejada e amada por Jesus Cristo. Por
isso, nosso testemunho cristão precisa evidenciar esta constante busca pela
sabedoria divina que nos conduz à santidade. Quando a verdade de Deus penetra
em nossos corações, não há espaço para divisões, brigas e rancor. A sabedoria
do mundo é enganadora e rompe com a lógica do amor.
- O Evangelho
de hoje está inserido no Sermão da Montanha, um conjunto de textos que formam o
manifesto do Messias Salvador, a mensagem para o novo povo de Deus. São
discursos exigentes e questionadores, pois fazem com que o ser humano reflita
profundamente suas atitudes e gestos. O texto de hoje, apresenta a chamada
"lei do talião" (Ex 21,24; Lv 24,20; Dt 19,21). Fica evidente na
mensagem a tentativa de estabelecer uma trégua frente a violência, limitando as
agressões. Jesus a atualiza, dizendo que para se vencer o mal é preciso agir
pela força do bem. Portanto, é necessário quebrar o círculo de ódio e vingança.
Agora com Cristo, já não se admite mais uma lógica de rancor, pois com a
manifestação do Reino, toda violência precisa ser superada
- Refletir esta mensagem desse sermão é
compreender que em Cristo a verdade é finalmente revelada. Aquilo que até então
foi parcialmente revelado, ao longo de tantos séculos pelos profetas, tem sua
plenitude em Jesus. No momento oportuno, Abraão foi chamado para constituir um
grande povo. Depois com Moisés e os profetas se tem a ideia de um único Deus
vivo e verdadeiro, caminhante com seu povo. Finalmente, em Cristo, o Verbo
eterno, fala a toda a humanidade com as palavras de Deus, que se faz conosco,
para nos libertar de todas as trevas do pecado e da morte. Já não estamos mais
atrelados a lei mosaica, mas em Cristo somos interpelados a viver de forma
plena a lei do amor, a lei que salva.
- Buscar viver a perfeição como Deus, trata-se
de um exercício diário. Entre o real e o ideal, existe um abismo na condição
humana. Porém, Jesus não nos abandona. O próprio salmista entoa esta bondade e
compaixão de Deus para conosco, dizendo que o Pai perdoa e cura os nossos
pecados, que nos fazem "doentes na fé". Para além da gravidade dos
nossos erros, o Senhor é paciente e "como um Pai se compadece de seus
filhos". Peçamos o Espírito Santo, a graça de a cada dia sermos mais
santos e a imitar aquilo que Jesus nos ensinou um dia: "Amai os vossos
inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem." No fim veremos que todo
amor vivenciado não terá sido em vão, pois quando se "perde" tempo
com aquilo que vem de Deus, "ganha-se" um tesouro que não pode ser
medido por nenhuma sabedoria humana.
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